Mas, nem na tropa
Literalmente. Quem foi à tropa lembra-se bem daqueles dias (e noites) em que o cansaço físico e mental era total e palpável. Tudo doía e as marcas eram bem visíveis.
Hoje foi um daqueles dias em que me pergunto o que ando a fazer no Sargaçal e em que regressei esmagado pelo “peso” da terra. Saí de casa às 9h00, cheguei às 23h00, para quê? 100m de tubo? Estou todo moído. Tudo dói. Fiz uma ferida de uns 10cm no interior do braço esquerdo, não me doeu na altura, nem me dói agora; sou alérgico às ervas daninhas e apesar de ter andado razoavelmente todo o dia, quando cheguei ao carro deu-me um ataquinho dos antigos — conduzir, tipo, de olhos fechados é coisa para toda a gente experimentar (ou então é a especialidade portuguesa); de noite, uma hora e meia; agora acontece-me uma coisa nova digna de ser vista: a parte branca do olho incha ligeiramente e fica vermelha (resultado inequívoco de eu esfregar depois de andar no meio do ervado) e então fica a íris e a pupila numa espécie de baixo relevo. Tenho as mãos pisadas e um alto na mão direita; mal posso mexer os braços, os ombros e as costas, entre isto e entrevadinho, deve faltar pouco; as pernas, acho que as sinto ligeiramente, aqui para baixo.
Entretanto, já tomei um Constipal. Foi receitado pelo médico especialista, mas passam as alergias todas, pela simples razão que eu praticamente perco os sentidos. Há uns anos na Alemanha, apanhei um calor desgraçado e todas as ervas do país, que não é pequeno, trataram de polinizar fora de tempo. Só tinha um Constipal, fui a uma farmácia e deram-me um substituto de apenas um “ingrediente”, porque o outro só com receita. O que é certo é que fico curado e acordado. Tentei o inverso cá e a resposta foi “está em alemão, não sabemos”. Fosga-se, o Constipal estava em português, mas os remédios são como as plantas, têm nomes de químicos e tretas universais. Confirma-se que o farmacêutico alemão é mais esperto que o português.
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