Finanças
Isto de comprar terrenos é uma actividade a tempo inteiro. Embora não negue à partida uma ciência que desconheço, os mistérios da burocracia são para mim insondáveis. Vai ser um acontecimento ímpar o dia em que me dirija a uma repartição de finanças e consiga tratar de tudo de uma vez. Já é a terceira vez que tento pagar o IMT (o imposto que substituiu a SISA) e não é possível.
Nas finanças de Cinfães têm os processos “dentro de um caixote” e falta-lhes tempo para os procurar. O filho da D. Maria Hermínia fez o favor de enviar por fax o que tinha entregue em mão há mais de um ano e mesmo assim, acabo de voltar das finanças de Matosinhos de mãos a abanar. De três artigos, a funcionária das finanças de Cinfães resolveu actualizar no computador apenas um, ou seja completou 1/3 do trabalho. Tarefa extenuante.
Telefono para lá, a funcionária está de férias, quem me atendeu diz que não pode fazer o que é “fisicamente impossível”, enquanto elabora uma descrição visual do panorama lá de dentro, com “centenas de milhar de processos” amontoados em cima das secretárias. Tenho de voltar a telefonar na segunda e posteriormente voltar às finanças de Matosinhos pela quarta vez.
O meu emprego não é este. Nem o de milhares de portugueses reféns deste sistema caduco, da falta de motivação dos funcionários, da incompetência pura e simples e deste constante virar o disco e tocar o mesmo (sai SISA, toca IMT). Fala-se muito da reforma da função pública, mas quanto mais se fala, menos se vê e muito menos se faz. Se for como a(s) reforma(s) da educação, estamos conversados. Os primeiros resultados já andam aí pelas ruas.
A tocar no iTunes: Boomerang do álbum “Fetisch” X-Mal Deutschland (Classificação: 4)
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