O milagre da multiplicação das batatas
Precisava de estar em dois lugares ao mesmo tempo. Como não podia, resolvi ir até ao Sargaçal, ver se adiantava serviço e plantava mais umas árvores. No Sábado há casamento (de um dos irmãos da Susana) — estou com uma vontadinha atroz…
Devo andar com uma gripe mal curada, misturada com alergia a alguma coisa. Acordo cansado e com os olhos inchados. Energia, zero. Apesar disso, lá andei, mas não rendeu nadinha.
Esta é a nossa gloriosa entrada. Está melhor qualquer coisa e tem quatro micro-cedros-de-itália à direita. Mais à frente, tem um castanheiro espontâneo que vou deixar e dois cedros-do-buçaco. O castanheiro maior isolado não tem futuro, está com o infame cancro. E no grupo (também castanheiros), cortamos uns quatro também com cancro.
Plantei onze árvores no primeiro dia, nenhuma no segundo. Sítios marca anzol, só pedras. Parti uma sachola (a sachola, não o cabo). Foi um misto de vigor repentino e de material de má qualidade (para não falar nas pedras) — comprei no Aki há mais de um ano, em desespero de causa. O ancinho do mesmo conjunto parti passado um mês. Mais uma nota edificante para o Aki. Agora só compro material forte, no Grémio de Cinfães.
Hoje o Cláudio só apareceu meio dia e o Sr. Zé outro meio. Nesse aspecto, ficaram baratos. Foi tirar bardos e preparar o local para 11 castanheiros.
Já de noite ainda comecei uma fogueira e deu para ver dois incêndios na outra margem. Este ano nem imagino o que vão ser os fogos florestais. Não me lembro de um Inverno tão pouco chuvoso. Aliás, andei a regar um monte de árvores porque a terra pareceu-me mesmo seca. Daí também alguma sensação de improdutividade — no fundo é uma perda de tempo, estamos em Fevereiro. Não sei como vai ser para estas árvores pequenas vingarem.
Apareceu o filho do Sr. Américo com um saco enorme cheio de pencas, o que me fez lembrar que já estava atrasado para passar na D. Arnalda e Sr. Elias, que me queriam dar batatas. Não há hipótese de dizer que não.
Conclusão, fui com o Cláudio e empanturramo-nos de pão (que parecia de milho) e salpicão. Depois foi o milagre de multiplicação das batatas. Transformaram-se num salpicão, um chouriço, cebolas aos montes, pencas aos montes e uma dúzia de ovos — a juntar aos 50kg de batatas. Pediram muita desculpa, mas não apanharam tangerinas. Nem sabia lá muito bem o que dizer.
Lá vim eu, de barriga e jipe cheio. É demais.
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