Ida ao Rio Bestança


A semana passada, não tive pujança física para ir ao vale. Ando fatigado, o caminho todo negro enerva-me e a desmotivação ataca de novo. Fui no Sábado e tinha resolvido previamente, que com o calor medonho, regava-se e iamos passear para o rio (ou vice-versa). A verdade é que nestes dois anos, fui lá abaixo duas ou três vezes, muito pouco tempo.

O caminho, está cada dia que passa mais negro. É impressionante. Pouco depois de entrar na A4, árvores fumegantes… mais um pedaço que ardeu toda a noite. Depois do Marco, Penhalonga, tudo queimado. É uma zona de mato rasteiro, que já ameaçou arder toda várias vezes. Foi desta. Estava tão de boca aberta, que não vi uma carrinha de caixa aberta a ultrapassar-me. Quando acordei estava em cima dela, mal tive tempo de guinar e basicamente arrancou-me o pára-choques da frente. O tipo deve ter pensado que passou por cima de uma pedra, porque o toque quase não fez barulho, e lá foi em grande velocidade. Assisti a tudo como se não fosse eu. Era mais que culpado e a última coisa que queria era parar para discussões da treta. Além disso, os estragos deviam ser mínimos.
Bom, parei mais à frente para fotografar as duas casas novas que já tinha referido antes. Afinal o pára-choque estava algo dependurado. Quatro biqueiros e foi quase ao sítio.
Estava a ouvir a TSF e diziam que estavam 14 incêndios a preocupar os bombeiros. Passei por sete. Do tipo que “não incomoda”. Devem estar centenas por todo o país.
No Sargaçal, o calor era menos do que eu estava à espera. Mas estava quente. Mais árvores secas, incluindo algumas supostamente estabelecidas. Perto do ribeiro, marcas da passagem de gente e um Acer pseudoplatanus partido, por essa mesma gente. Ando a ficar um bocado farto de vândalos. Era uma árvora a ficar magnífica. Tinha dois anos no terreno e uns quatro no total.
Comecei a entrar numa espécie de depressão. Peguei nas batatas, courgettes, fruta e preparei-me para vir embora. Nunca me tinha acontecido chegar e partir passado pouco mais de uma hora. Depois de muito choradinho, o Cláudio lá me convenceu a ficar. Disse-me que não me ia arrepender de ir ao Bestança e que ao fim da tarde se regavam as árvores e podiam-se salvar bastantes. Está a aprender este. Lá fiquei, contrariado.
Depois do almoço, quando ele regressou, partimos para o rio. Direcção: Ponte de Covelas.

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