Bolbos!


A “Organic Gardening” tem um artigo de real interesse para nós. Bolbos que se naturalizam. É um conceito muito interessante para um espaço bastante selvagem e com poucas hipóteses de manutenção regular como o Sargaçal. Um jardim de cidade também pode beneficiar deste tipo de bolbos, que tomam conta do espaço e praticamente se tratam sozinhos. Na “Gardener’s World” de Outubro, um suplemento de 20 páginas só sobre bolbos, mas não sobre naturalização.

Os bolbos já foram flores silvestres. Atraido pela sua beleza extrema, o Homem domesticou-os, mas com trabalho e alguma paciência, podemos voltar a ter bolbos no seu estado natural.
Os principais candidatos a tornarem-se selvagens são:
Allium ursinum
Anemone nemorosa
Anemone ranunculoides
Erythronium des-canis (Cebola-dente-de-cão)
Corydalis cava
Corydalis solida
Arum italicum (Jarro-dos-campos)
Fritillaria meleagris
Galanthus nivalis (Campaínhas-de-inverno)
Hyacinthoides non-scripta
Ornithogalum umbellatum (Leite-de-galinha)
A “Organic Gardening” diz que na maior parte das regiões da América do Norte, além destes ainda naturalizam bem Scillas, Crocus, Muscari, muitas espécies de tulipas incluindo Tulipa greigili, Tulipa fosterana e Tulipa kaufmanniana e outros. Suponho que seja questão de experimentar por cá. Como nota, posso dizer que não conheço ninguém que tenha conseguido naturalizar tulipas.
A técnica básica é aparentemente simples. Zonas inclinadas, entre arbustos, arborizadas com árvores caducifólias ou mesmo relvados, são locais apropriados. Espalha-se os bolbos no local, para dar um ar natural. Já li algures que se pode atirar peças de lego para a terra, escolhendo uma cor por cada variedade de bolbo e depois planta-se onde cairem as peças (o lego tem utilizações que não acabam). Bom, na verdade, mesmo para parecer natural, não há nada como ajustar as coisas à nossa medida e gosto.
Plantam-se os bolbos bastante separados, pois a ideia é que em poucos anos eles próprios ocupem o espaço. É melhor não misturar as variedades. É um erro comum, por exemplo em jardins pequenos concentrar o máximo de variedades possível (de tudo), num espaço diminuto. Não quer dizer que não resulte, mas para um impacto máximo, poucas plantas e cores escolhidas a dedo e em boa quantidade, habitualmente resulta melhor. Também acho mais fácil, para um principiante como eu, pensar em possíveis combinações de dois ou três, do que de dez ou vinte bolbos diferentes.
É essencial não cortar as flores ou as folhas precocemente. Deve-se deixar a planta secar naturalmente. Isto, inclui os bolbos plantados nos relvados. Só se pode cortar a relva quando o espectáculo acaba, a cortina fecha e toda a gente vai para casa, nunca antes.
Os bolbos são praticamente uma alegria instantânea que se pode obter num jardim, ou em vaso (mas fica para outra vez os vasos e o interior), mas não estão livres do insucesso. Aqui no jardim, muitos não se desenvolveram, outros apodreceram… Os bolbos gostam de solo ácido e bem drenado. Se o solo for realmente compacto até se deve juntar areia. Sol em boa quantidade também. Se não experimentarem o sucesso total, não desistam. Muitas das vezes, os próprios bolbos podem não estar nas melhores condições. Já adquirimos alguns que viemos a constatar terem bolores e os resultados foram nulos.
Na fotografia está um Narciso de um pequeno grupo que se naturalizou no Lameiro da Gracia. Como podem reparar, não está na lista, portanto concluí-se que outras variedades se podem naturalizar, é questão de se ir experimentando — e gostaria de saber dessas experiências.

Uma resposta para“Bolbos!”

  1. susana

    No final da Primavera passada, vi-me grega para “dominar” uma invasão de campaínhas-azuis (hyacinthoides non-scripta) num dos canteiros de rosas. No início, quando começaram a aparecer em força, foi muito lindo; mas, rapidamente começaram a competir no terreno com as roseiras. De facto, a naturalização resulta bem em prados, bosques ou em jardins de maior dimensão, onde os bolbos podem espalhar-se à vontade. No meu caso, devia ter tido o cuidado de apanhar os cachos de flores antes de a semente cair na terra.

  2. juliana e carla

    adorámos seu texto…
    e aprendemos muitas coisas para o nosso trabalho!!
    sobre o BOLBO DA CEBOLA,mas…
    …gostariamos de saber mais coisas , por exemplo o nosso prof. mandou-nos um trabalho!
    que não era sobre o que era o BOLBO DA CEBOLA pois era sobre aquela pele
    da cebola…!!!!!!!!!!!!!!!

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