Os receios
Não se julgue que ao encetar esta aventura didáctica como o é este “Diário do Horticultor Urbano (Muito) Amador” que não tenho receios. Estupidez pensarão, mas eu acho que não, senão vejamos: se a exposição mais ou menos pública já pode ser um risco, a exposição de um fracasso normalmente é um risco ainda maior, se bem que dos fracassos se fazem êxitos e se pode aprender e ensinar muito a quem queira assimilar o que fazemos. O risco aumenta quando o que escrevemos está à disposição para ser comentado e criticado, podendo ser alvo da maior ou menor malícia de alguns. Mas que demais receios poderei ter eu ao iniciar tudo isto?
Mais alguns… essencialmente tendo a ver com orgulho pessoal e de tentar não cair no ridículo total, senão vejamos 3 deles:
1º. A minha família tem um historial todo ele ligado “à terra”, e ao trabalho nela, muito bem sucedido (basta ver os “jardins suspensos” da minha Mãe por casa…). Nunca se sabe se eu serei mais uma estrela, mas se calhar a cadente… isto assumindo (e sabendo) que as coisas podem ser mais complicadas que simplesmente: um espaço em casa, um vaso, terra, sementes, água, e em que depois se usa a receita de “coloca-se o vaso num espaço, terra no vaso, sementes na terra, água na mistura, espera-se e pronto — cresce tudo maravilhosamente!”.
2º. Economicamente gastei algum dinheiro. Não muito, mas algum, o que em tempo de crise não é aconselhável. Mania minha de a ser a sério, esta aventura didáctica, começar do nada e desenvolver as coisas a partir daí. Se isto der para o torto terei alguns remorsos do dinheiro gasto que eventualmente teria melhor destino, e uso, junto por exemplo de uma qualquer associação ou grupo que ajude animais em risco como por exemplo o “Bichanos do Porto“.
3º. Academicamente também tenho um problema, pois supostamente as pessoas costumam achar que quem tem um determinado curso deverá saber mais que o comum dos mortais (quando às vezes sabe tanto ou menos do que muito boa gente), e quando é razoavelmente falso que um canudo dê os conhecimentos, sabedoria ou a arte para seres automaticamente um sucesso numa série de coisas… Dito isto assumo no entanto que poderei ter “armas” adicionais ou suplementares que quando bem usadas me poderão ajudar ou defender, apesar de botânicas e afins nunca terem sido do meu particular interesse, gosto e jeito. Mas esta questão mais me faz pensar na queda num certo ridículo “potenciado” caso as coisas corram mal, mas paciência…
Como simples mortal, com muito para aprender, desejo e curiosidade em experimentar, assumo esta aventura e parto à descoberta… e do processo pretendo fazer o relato…