S. Pedro do Campo
A festividade de S. Pedro do Campo, na freguesia de Tendais, concelho de Cinfães, sempre representou para os Cinfanenses e não só — também para as gentes de Alvarenga — um momento único nas suas vidas de lazer e confraternização.
Por entre o silêncio da montanha, cortado pela algaraviada de alguns grupos em são convívio, e depois de assistirem ao ofício religioso e participarem na procissão em redor da Cruz Velha, juntavam-se as famílias e os amigos em alegre repasto na quietude do lugar.
Até que vieram as moto quatro, os jipes, todo o tipo de veículo automóvel, fazer barulho e demonstrações de perícia bem perto do templo. Depois há o feirante que anuncia os produtos pela aparelhagem sonora e até uma pista com carrinhos de choque já por lá se viu. Em conclusão: perdeu-se o encanto da festa que, pela sua especificidade e valor etnográfico, era das mais bonitas do Montemuro. Perde Cinfães uma “marca de cultura” se o Município não souber ver esta festa como de inegável interesse municipal dado a sua importância para um turismo cultural no Montemuro.
Urge criar uma postura municipal de trânsito que defina um diâmetro à volta do templo onde o trânsito a veículos motorizados seja vedado, onde se não possa anunciar por amplificação sonora, onde se incentive a venda de produtos tradicionais em tenda de estilo a definir e fornecida pela edilidade, enfim, urge potenciar a tradição, dignificando-se aquele local.
Se cada um continuar a fazer o que lhe apetece e não houver ordenamento próprio qualquer dia não temos coberto vegetal em redor do templo e ninguém lá quererá ir para se encher de pó e suportar decibéis irritantes.
Quem conhecer o sítio e a festa que se pronuncie também e que faça sentir a quem de direito a necessidade de preservarmos uma festa que deverá continuar a ser um símbolo do Montemuro, de Tendais e de Cinfães.
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