“Neguem tudo” +

Blackle é basicamente o Google em preto
O ecran branco gasta muito mais energia.

O “milagre” chinês acabará em breve
E tarde na minha opinião. Os custos ambientais não justificam a inundação do ocidente com tralha que na verdade não é necessária. Spiegel.

Os buracos negros podem ser portais para outros universos?
Acho que já não é a primeira vez que ouço isto. NewScientist.

Como cultivar um jardim de chá
É um complemento ao jardim de aromáticas — mas não é chá preto. WikiHow.

“Neguem tudo”
Lembram-se da série X-Files? Isto é um bocadinho pior — a verdade sobre a negação do aquecimento global. Primeiro disseram que a Terra não estava a aquecer; depois disseram que era natural; agora dizem que mesmo que não seja natural, será pouco, inofensivo e até benéfico. NewsWeek.

É mais prejudicial para o ambiente caminhar até às lojas, do que ir de carro
Estas conclusões estão relaccionadas com o sistema de produção de alimentos implementado. Times Online.

Relatório de sustentabilidade da Corticeira Amorim
TreeHugger.

Ondas de calor na Europa duplicaram
BBC.

Quatro galáxias gigantes em colisão
BBC.

Revolução verde em África
WorldChanging.

Uma resposta para““Neguem tudo” +”

  1. Osvaldo Lucas

    Aproveito para fazer duas “pequenas” alterações a um excerto do artigo:
    But [INSIDE] Hollywood, Manhattan and other habitats of the chattering classes, the [WARMING] machine is running at full throttle—and continuing to shape both government policy and public opinion.

    É interessante este artigo:
    1 Normalmente são os apoiantes da “teoria antiga” que barafustam quando alguém tenta introduzir uma nova/ou uma correcção à actual;
    2 Apesar de 20 anos ( -) de discussões o consenso no público em geral está longe de ser atingido, o que talvez se deva à falta de consenso no meio académico?
    3 É apontada a existência de uma maioria de apoiantes da teoria do “cada vez mais quente por causa do homem” na Europa e japão, mas não é quantificada, como acontece com os EUA.
    4 Califórnia, Minesota e Newjersey querem reduzir 80% das emissões actuais de CO2 lá para uns longínquos 2050. Seria interessante saber se as leis aprovadas não passam de um simples declarar de intenções, ou se têm incorporados mecanismos, sanções, etc que as obriguem a serem cumpridas.
    4 O número de comentários para um mero artigo “político” sobre o aquecimento global é excepcional. 375 and counting. Mais ou menos 50/50 de apoiantes/contestatários!!!

  2. José Rui Fernandes

    Aproveito para fazer duas “pequenas” alterações a um excerto do artigo

    Como se fosse comparável… E incluir a passagem “government policy” é gozar. Pelo menos vê-se que tem um sentido de humor muito apurado…
    Diria mesmo mais, a poderosíssima “warming machine” desde a conferência do Rio que não dá liberdade a ninguém. Os resultados são avassaladores. A Terra está irreconhecível!

    2 Apesar de 20 anos ( -) de discussões o consenso no público em geral está longe de ser atingido, o que talvez se deva à falta de consenso no meio académico?

    Deve ser isso. A campanha miserável de décadas de desinformação não tem qualquer influência.
    Como interpreta uma carta sem precedentes da Academia Britânica a dizer à Exxon para parar (a campanha de desinformação com capa “científica”)?

    longínquos 2050

    Nisso estamos de acordo. Não percebo onde para a poderosa “warming machine” quando precisamos dela. Quer dizer, ainda para mais há hipótese de serem só declarar de intenções?

    O trágico desta situação (para além de se poder lançar dúvidas até sobre a mais insignificante vírgula) é que muitas das medidas que já deviam ter sido tomadas, fazem sentido economicamente. Mas os poderes instalados, com os EUA a liderar, não quiseram. O dinheiro ilimitado fez o resto.

  3. Osvaldo Lucas

    Não compreendo como é que medidas que fazem sentido economicamente não foram implementadas.
    Mas, se houver para aí uns exemplos…

  4. José Rui Fernandes

    Eu não compreendo como não compreende. É tão simples.

    Há mesmo muitos exemplos, incluindo vários evidentes. Porque não os procura? A menos que não os queira encontrar.
    Eu é que neste preciso momento não tenho oportunidade de percorrer esse caminho outra vez.

    Cá, num país tão pequenino e cheio de Sol, a energia solar térmica fará sentido economicamente? Ou fará mais sentido importar petróleo para aquecer água? É rebuscado, aposto que nunca ninguém se lembrou disto!

    Estou a ler um livro cheio de exemplos de muita ordem, chama-se Infinite Nature (Chigaco University Press). Olhe outro exemplo: À semelhança de muitas cidades, Nova iorque viu a qualidade da sua água diminuir com a expansão urbana periférica. Foi considerada a construção de uma central de purificação por 8.000 milhões de dólares. Em vez disso, compraram terrenos para servir de tampão (à urbanização), florestaram-nos, compraram aquíferos e gastaram no total 2.000 milhões de dólares. Têm da melhor água da torneira dos EUA e do Mundo e ainda usufruem de vastas zonas naturais a dois passos da cidade (basta subir o Hudson para ver isso). As árvores ainda servem de sorvedouro de CO2 — ah, é verdade há estudos a indicar que as árvores contribuem para o aquecimento global… Digo-lhe em boa verdade: Não há paciência.

  5. Osvaldo Lucas

    Afinal, parece que em parte (água em Nova Iorque, os poderes instalados, com os EUA a liderar, não conseguiram impedir medidas economicamente viáveis.

    Também não acredito que os poderes instalados impeçam um consumidor particular de usar para aquecimento de água a luz solar! E acho que até há, muito recentemente, uma qualquer lei para obrigar os prédios novos a terem sistemas de aquecimento de águas por acumulação da energia solar.

    Havia, mas estão a desaparecer, os monopólios da distribuição da energia (electricidade p.e.) e também da produção.
    No entanto, parece-me óbvio, que as energias renováveis (eólica, solar fotovoltaica, marés, hidrogénio, biocombustíveis,…) são (excepto a hidroeléctrica) financeiramente desastrosas, ou seja a sua existência só é permitida devido a opções políticas de subsídios directos.
    A energia hidroeléctrica só não cresceu mais rapidamente em Portugal porque os ambientalistas ferrenhos são fortemente contra as grandes barragens (usando entre outros argumentos tão simplistas como “só produzem 0,X% da energia!” esquecendo-se de que se o mercado o pedir alguém há-de fornecer, nem que seja com a queima de combustível fóssil, aqui ou usando energia eléctrica importada, mas isto são outras guerras). Haverá possivelmente outras causas: baixo preço dos combsutíveis fósseis, pressões de grupos ligados aos mesmos, etc.

    Sobre o artigo em si, o último parágrafo “It was 98 degrees in Washington on Thursday, June 23, 1988, (…)the greenhouse effect has been detected, and it is changing our climate now.” é uma caso típico de má-informação (ou talvez marketing ao bom estilo?). Se a autora do artigo soubesse alguma coisa de “aquecimento global” e vivesse em Portugal, saberia que, mesmo sendo Primavera, a presença de uma andorinha não era prova de coisa nenhuma.

  6. José Rui Fernandes

    O Osvaldo Lucas deve julgar que a energia nuclear nasceu e existe sem os governos. Que o sistema energético tal como o conhecemos hoje, nasceu e existe sem os governos.
    Que Edison e Tesla quando apresentaram as suas soluções de energia eléctrica, foi “o mercado” que pagou. E que foi do bolso de Edison que a luz apareceu em Nova Iorque pela primeira vez. E que o petróleo também se instalou sem os governos.

    Comparar um sistema instalado com mais de uma centena de anos, com tecnologias emergentes, com base apenas no seu “desastre económico” é de uma curteza de vistas assinalável. Aliás, essa economia de merceeiro com uma tabela simples de deve/haver há muito que não é aplicada no sistema mais capitalista possível. Quando os custos são todos inseridos, o verdadeiro desastre financeiro fica bem patente. Não há almoços grátis não é? Ou só de um lado é que se pagam?

    Quanto a Portugal, temos barragens em quantidade mais que suficiente para a dimensão do país. Chegados a este ponto a nossa melhor forma de produzir energia é poupando-a, isso está mais que estudado. Continuar a aumentar o consumo, sem o correspondente aumento de produtividade é um caminho notável que a nação trilha há largos anos.

    Os “ambientalistas ferrenhos” que conseguiram impedir o quer que seja neste país, devem fazer parte de alguma história da carochinha. O que é que impediram, diga lá?
    Barragens? Indústrias em rede natura? Contrução desenfreada? Auto-estradas? Abate de árvores? Construção de campos de golfe? Perda de biodiversidade? Suinoculturas? Transgénicos?…
    Acho que vivemos em países diferentes. Dizer que os ambientalistas têm alguma influência no que se passa no país é um autêntico desplante. Isso, meu caro, nem o Ministério do Ambiente (o ministério invisível).

    Afinal, parece que em parte (água em Nova Iorque, os poderes instalados, com os EUA a liderar, não conseguiram impedir medidas economicamente viáveis.

    Isso é demagogia sua. Sabe muito bem que não só este governo americano é o mais anti-ambiental (e pior a todos os níveis na verdade) de que há memória, como Nova Iorque é um país à parte dentro daquele continente.

    Mas diga-me uma coisa, a carta da Academia Britânica não lhe merece consideração? E não conseguiu arranjar nenhum exemplo de viabilidade económica de nada ambientalmente positivo?

    Se a autora do artigo soubesse alguma coisa de “aquecimento global” e vivesse em Portugal, saberia que, mesmo sendo Primavera, a presença de uma andorinha não era prova de coisa nenhuma.

    É bem verdade! Já o seu inverso tem servido de prova para tudo e mais alguma coisa.

  7. Lowlander

    “Acho que vivemos em países diferentes.”

    Caro JRF,

    Acho mesmo que e caso para perguntar ao Osvaldo onde e que ele estacionou a nave espacial porque uma mera diferenca de fuso horario nao explica tanta (aparente) falta de contacto coma realidade.

  8. José Rui Fernandes

    Não é só o Osvaldo Lucas, Lowlander. Criou-se uma imagem (deve ter custado dinheiro) que os ambientalistas são isto e aquilo, contra tudo e contra todos. Eu olho em volta não vejo rigorosamente nenhuma influência de qualquer tipo de ambientalismo.
    Só falta virem dizer que o país ficou assim nestes últimos 30 anos por causa dos ambientalistas. Que são a causa do nosso atraso. Do nosso, e do Mundo.

    E quanto ao artigo, esqueci-me — repare que o Osvaldo Lucas, da substância do texto que é inegável diz nada. Vai à frase e à vírgula aqui e ali, classifica como “marketing” e está resolvido o assunto.
    E enquanto se discutem as alterações climáticas nesta base (a negociação com os EUA, Austrália, China… devem ser muito parecidas), lá vamos cantando e rindo.

  9. Osvaldo Lucas

    “Comparar um sistema instalado com mais de uma centena de anos, com tecnologias emergentes, com base apenas no seu “desastre económico” é de uma curteza de vistas assinalável. (…). Quando os custos são todos inseridos, o verdadeiro desastre financeiro fica bem patente. (…)?”
    Continuo sem compreender. As energias convencionais não precisam de subsídios. pelo contrário, são taxadas, e no caso dos combustíveis, BEM TAXADAS.
    No entanto não sou contra a introdução em percentagens moderadas de tecnologias emergentes, mesmo que tenham de ser apoiadas por subsídios. A minha principal questão será: bastam 100 aerogeradores para ter o mínimo de mão-de-obra, know-how, investigação, etc e diluir o respectivo pequeno custo adicional na população em geral? ou vamos apostar em 100 mil aerogeradores e fazer a população pagar bem mais caro por um bem para cuja origem se está presumivelmente borrifando?
    Esqueci-me de referir a energia nuclear como “alternativa” ou complemento ao uso de combustíveis fósseis. Para esta, e para todas as outras dever-se-á aplicar, como é evidente, o critério misto de racionalidade económica/segurança de fornecimento/aplicabilidade, etc.
    É referido o problema de custos não inseridos. Se a questão é o CO2 a questão, para mim, ainda está em aberto, além de que mesmo se a questão estivesse “fechada” teríamos obrigatoriamente uma taxa sobre 99% das actividades industriais/comerciais, e problemas insoluveis na quantificação dos custos para atribuição das taxas.
    Custos de poluição: são razoavelmente passíveis de contabilização e já existe, no papel, o princípio do pagador/poluidor.

    “Quanto a Portugal, temos barragens em quantidade mais que suficiente para a dimensão do país”.
    Não faz sentido esta afirmação. De acordo com informações do Governo, estamos a usar 45% do potencial hidroeléctrco disponível. E o IDRHA tem alguns projectos para regadio em implementação.

    “Chegados a este ponto a nossa melhor forma de produzir energia é poupando-a, isso está mais que estudado. Continuar a aumentar o consumo, sem o correspondente aumento de produtividade é um caminho notável que a nação trilha há largos anos.”
    100% de acordo! Mas continuo sem perceber quais são as medidas economicamente viáveis, alternativas à queima de combustível fóssil, que os poderes instalados não permitem a implantação.
    A poupança de energia em geral depende DO LIVRE ARBÍTRIO DO CONSUMIDOR FINAL em usar os recursos com maior racionalidade. Ou se aumentam 10 000% os impostos sobre “energia em geral” para obrigar o consumidor a pensar duas vezes se liga a televisão, ou se baixa o ar condicionado dos 28 para os 27ºC. Caso contrário, este pode gastar energia à sua vontade ou poupar energia para ter mais recursos monetários para outras actividades.

    Sobre a Exxon e o pagamento a cientistas:
    Não percebo qual é o problema de uma companhia pagar a “consultores” para verificarem se um dado produto da concorrência tem alguns “mas” que possam ser usadas por esta companhia para eliminar/prejudicar/recuperar mercado a concorrência.
    Felizmente, estes consultores serão cientistas, ou seja estarão sob os olhares da restante comunidade (peer-review).
    Por outro lado, não tenho nada contra que governos ou outras entidades semi-públicas disponibilizem recursos para que se faça boa investigação em climatologia e disciplinas correlacionadas. Também, evidentemente sujeito a peer-review.
    Será que os mecanismos de eliminação do mau trabalho/de medíocres cientistas, seja de que lado for, funciona razoavelmente?
    Tendo em conta o que se vai lendo de press-releases, artigos de opinião, sound-bytes, ruído diverso, etc, vindo dos dois lados, NÃO!

    “Os “ambientalistas ferrenhos” que conseguiram impedir o quer que seja neste país, devem fazer parte de alguma história da carochinha. O que é que impediram, diga lá?(…)”
    Não tenho presente nenhuma realização significativa que tenham impedido, mas é uma questão de pedir á Quercus/LPN, etc um “currículo” actualizado.
    Mas que tentam, e muitas vezes conseguem protelar, tenho alguns de cabeça:
    Baixo Sabor, co-incineração, Odelouca, Pescanova, IKEA, IC9. Mas o que me preocupa mais na atitude destas organizações é o facto de se preocuparem mais com sound-bytes para a imprensa do que tentar resolver/propor alternativas/apontar erros crassos, etc. Admito que possa estar redondamente enganado, mas como pertenço à população em geral só apanho a maioria das parangonas mais ou menos alrmistas/políticas e pouco mais.

    “E quanto ao artigo, esqueci-me — repare que o Osvaldo Lucas, da substância do texto que é inegável diz nada”.
    Qual substãncia? As opiniões de uns senadores? Que o IPCC já conclui o relatório a concluir que há 90% de possibilidade de o AG ter causa 99% humana? Que os cientistas recebem dinheiro para trabalhar? Que as opiniões estão dividas na comunidade em geral?
    Acho o artigo notável por vir da parte dos “warmers”, mas como referi inicialmente, não me espantaria nada se, com as devidas alterações, viesse da parte dos “skeptics”. É um artigo político, no sentido de tentar passar uma mensagem!

  10. José Rui Fernandes

    Continuo sem compreender. As energias convencionais não precisam de subsídios.

    Quando não se quer é difícil… Mas eu dou mais uma pista para não gastar o tempo todo neste ponto. Essas energias sempre foram convencionais?

    No entanto não sou contra a introdução em percentagens moderadas de tecnologias emergentes

    Eu não sei se a eólica está dentro do seu critério de moderada. Sei que não chega sequer para cobrir o aumento de consumo anual.
    Quer mais um exemplo de políticas ambientais viáveis economicamente? A Dinamarca nos últimos 30 anos duplicou o PIB, mantendo o consumo de energia estável — consomem menos de metade de um americano médio, para um nível de vida superior. Eu tropeço nos exemplos todos os dias, o senhor não encontra nenhum.

    Esqueci-me de referir a energia nuclear como “alternativa” ou complemento ao uso de combustíveis fósseis.

    Típico. Uma energia que nem na economia mais liberal do Mundo vive sem subsídios e que em dezenas de anos não conseguiu resolver os principais problemas — e hoje até tem um acrescido que é a segurança no sentido militar do termo –, é alternativa. O inefável presidente Bush até a inclui no rol de “energias limpas” nos seus belos discursos.

    Essa do poluidor/pagador também deve ser lá no planeta zorg do Calvin & Hobbes. Acho uma piada extrema.

    Portugal usa 45% do potencial hidroeléctrico na lógica do “que o país precisa são 5.600 camas para o Algarve”. Nessa lógica de acabar com todo e qualquer valor ambiental que resta, o país ainda tem muito para dar.
    A rega de campos de golfe também conta como regadio? É que parece que a tendência é essa. Usar dinheiros e infraestruturas públicas para alimentar vícios privados — esse tipo de subsídio encapotado já não choca ninguém. E não há nada como terrenos urbanizaveis à volta de campos de golfe. Trabalhar para quê? Isso é para os lorpas.

    100% de acordo! Mas continuo sem perceber quais são as medidas economicamente viáveis, alternativas à queima de combustível fóssil, que os poderes instalados não permitem a implantação.

    As medidas estão mais que faladas. Para mim a questão não se coloca assim. Não se trata de permitir, trata-se de dar o exemplo, incentivar, informar — ou isso também não faz parte das obrigações do estado? Não seriam necessários subsídios nem decretos.
    Mas do governo e de cima, exemplos vejo poucos, a todos os níveis. Valores mais altos se alevantam.

    Não percebo qual é o problema de uma companhia pagar a “consultores” para verificarem se um dado produto da concorrência tem alguns “mas” que possam ser usadas por esta companhia para eliminar/prejudicar/recuperar mercado a concorrência.

    É disso que se trata? Já podia ter dito. Se vale tudo, vale tudo. E como vale tudo, também já se sabe quem prevalecerá.
    E parece-me que está a fazer um exercício muito habitual também que é comparar os cientistas pagos pela Exxon aos investigadores dignos desse nome. Meia-dúzia podia ter prestígio (deixaram de ter, tendo sido inclusivamente convidados a sair de várias instituições e academias tal o nível de patranha em que se envolveram). Só lhe falta comparar o site Junk Science (a principal fonte desse grande blogue de referência que é o Blasfémias) com a Academia Britânica.

    Quanto aos ambientalistas ferrenhos e voltando às 5.600 camas. Os ambientalistas não conseguem impedir nada como é óbvio para quem tem olhos — para olhar em volta. Uma mini-hídrica aqui e ali, um prédio em leito de cheia e o abate de sobreiros às vezes — que é isso?
    O primeiro ministro diz que resolveu a burocracia com estas muito importantes 5.600 camas, mas ao que consta, o que existia em grande parte eram projectos chumbados — puro e simples. Não por ambientalistas. O que o senhor Pinto de Sousa levou ao Algarve foi esse grande instrumento de atropelamento de algumas frágeis leis — os PIN.
    Há alguma instituição ambientalista que se possa opor a isto? Nenhuma! Nem o ministério do ambiente, que só serve para fachada e para sancionar políticas mais que duvidosas.
    E para mim, esse rol de projectos não seria por ambientalismo que eu os chumbaria — era por bom senso. E não é verdade que nunca sejam propostas alternativas (lembro-me do IC9 e IKEA por exemplo). Mas assisto a muito poucas notícias, não sei.

    Olhe uma coisa, se o artigo não tem substância já podia ter dito. Como destacou umas vírgulas cirurgicamente à boa maneira dos negacionistas (mesmo os investigadores na área são grandes peritos em vírgulas), eu até fiquei aqui a pensar que o resto teria algo que se lhe diga. Sei lá, por exemplo a constatação que o que se passa é um mimetismo (com muitas das mesmas pessoas, sem dúvida por acaso) do processo tabaqueiro (não que seja uma novidade).

    Portanto, risca-se também a Newsweek da imprensa credível e passa para os warmers, onde já estão pasquins como a BBC, New York Times, Nature, Science, Scientific American e tantos outros desinformadores profissionais.

    Já do lado dos negacionistas, temos o Mitos Climáticos, o Blasfémias, o Insurgente, o Resistir.info, essas grandes referências nacionais a par de outras grandes referências internacionais de onde destaco o Junk Science, o Competitive Entreprise Institute (CO2 fonte de vida) e Bill O’Reilly.

    Isto enquanto não chegar à pele ou ao bolso, não faltarão pessoas a defender a sua posição e para a frente é que é o caminho. Não há degradação nem insustentabilidade que chegue. Faz-me lembrar aquela história que se fosse descoberto um casal de dinossauros, apareciam logo milhares de caçadores a dizer que tinham direito a abater o macho.

  11. Lowlander

    “As energias convencionais não precisam de subsídios. pelo contrário, são taxadas, e no caso dos combusíveis, BEM TAXADAS.”

    Pois nao, nao precisam de subsidios extra porque estao carregadas de externalidades negativas que sao em si proprio um subsidio tremendo, isto claro, descontando os subsidios anteriormente recebidos para instalar toda a infra-estrutura energetica mundial actualmente em funcionamento. Quer que lhe explique o que e uma externalidade negativa ou prefere um desenho?

    “É referido o problema de custos não inseridos. Se a questão é o CO2 a questão, para mim, ainda está em aberto,”

    A questao do CO2 para si esta em aberto porque e preguicoso e nao le as montanhas de artigos que a suportam. Quer ajuda? Diga qualquer coisinha.

    “além de que mesmo se a questão estivesse “fechada” teríamos obrigatoriamente uma taxa sobre 99% das actividades industriais/comerciais, e problemas insoluveis na quantificação dos custos para atribuição das taxas.”

    Esta completamente enganado, basta taxar as actividades que introduzem directamente CO2 na atmosfera e vera como os custos acabarao por escorrer para todos os outros bens de consumo que emitem CO2 “indirectamente”. Nunca reparou como o imposto sobre os combustiveis rodoviarios se acaba sempre por reflectir mais tarde ou mais cedo nos bens de consumo no seu supermercado local?

    “A poupança de energia em geral depende DO LIVRE ARBÍTRIO DO CONSUMIDOR FINAL em usar os recursos com maior racionalidade. Ou se aumentam 10 000% os impostos sobre “energia em geral” para obrigar o consumidor a pensar duas vezes se liga a televisão, ou se baixa o ar condicionado dos 28 para os 27ºC.”

    O primeiro ponto e que gostava de um dia conhecer esse tal “consumidor racional” a que o Osvaldo alude, se o conhece por favor de-me o e-mail… segundo ponto (nao esquecendo o primeiro) e que nem mesmo nesses assepticos modelos economicos de consumidores ideais alguem se comporta de forma racional se nao estiver exposto aos custos reais dos bens que consome, como e que eles dizem mesmo? Nao ha almocos gratis, e isso.
    Terceiro ponto ponto e corolario do que escrevi acima: como e obvio as taxas sobre os combustiveis fosseis deveriam subir tanto quanto o necessario para internalizar na sua tabela de custos todas as externalidades negativas, isto no plano ideal, no plano mais mundano do possivel deveriam aumentar ate a tabela de custos dos fosseis ficar no minimo igual a tabela das energias renovaveis.
    Confiar no livre arbitrio de seres humanos racionais e tao futil quanto a espera daquele par de palhacos pelo Godot.

    “Será que os mecanismos de eliminação do mau trabalho/de medíocres cientistas, seja de que lado for, funciona razoavelmente?
    Tendo em conta o que se vai lendo de press-releases, artigos de opinião, sound-bytes, ruído diverso, etc, vindo dos dois lados, NÃO!”

    Hm… estou esclarecido… portanto a energia nuclear, penicilina, engenharia genetica, tratamentos contra infertilidade, electricidade para citar apenas algumas pequenas praticalidades do quotidiano sao, provavelmente, flops num processo de evolucao do conhecimento cientifico sempre estatico, em circulos e/ou becos sem saida…
    Nao ocorre ao nosso inocente Osvaldo que se calhar os “press-releases, artigos de opinião, sound-bytes, ruído diverso” revelam mais sobre os mass-media que sobre os cientistas em geral.

  12. José Rui Fernandes

    Obrigado. No entanto de notar que eu não subscrevo tudo o que “linko”, esse artigo pareceu-me mesmo muito estranho — nem perdi dois minutos com ele.
    Fiquei a saber da reacção de O Insurgente, blogue que já não frequento há vários meses. É pena que este tipo de artigos sirvam para alimentar a patetice alegre de insurgentes e outros que tais. Felizmente, na maior parte das vezes, ninguém liga pevide aos que eles escrevinham.

    No entanto há um mérito no Times Online que é o seguinte: O Mundo está muito complexo. Praticamente tudo é manipulável por todas as partes e mesmo favas ambientais contadas, às vezes não são assim tão lineares.

    Por exemplo a questão das fraldas descartáveis vs. fraldas de pano.
    As descartáveis gastam mais recursos, mas depois vão para um aterro. As de pano são lavadas, poluindo muitos litros de água no processo. Se forem lavadas na máquina ou com água quente, ainda gastam muita energia.
    Se calhar as descartáveis têm vantagem se os aterros funcionarem e se a água limpa for valorizada.
    Não há nada que se faça que não tenha o seu impacto negativo.

  13. Lowlander

    Caro JRF,

    Convenhamos que essa micro-cruzada das fraldas e um pouco, perdoe-me a expressao, idiota.
    No computo geral as fraldas descartaveis tem um efeito minimo no ambiente (cada vez menos com a reducao da natalidade no mundo Ocidental) ja para nao falar que cumprem funcoes na preservacao de um ambiente higienico na casa onde a crianca vive nada desprezaveis. No fim de contas o que voce ate ha pouco tempo advogava era enfiar bolas de pano cheias de merda na maquina de lavar!

    Acredite no que lhe digo (ou nao acredite, que me interessa a mim) o problema do aquecimento global e um problema de externalidades negativas na producao de energia. Os nossos esforcos tem de se concentrar numa transformacao radical de toda a nossa infra-estrutura energetica mundial (avaliada pelo realclimate em 100 triloes de dolares). Para isso e fundamental deixar de subsidiar os combustiveis fosseis, ou seja, introduzir um imposto, esquema de comercio de emissoes o que queiram, mas algo que sinalize aos consumidores de energia qual o REAL custo do uso de cada uma das formas de producao de energia actualmente existentes.

    Depois disso acontecer tudo o resto (lampadas economizadoras, transportes publicos, fraldas, food miles, etc) sucedera por arrasto.

  14. Lowlander

    Regresso ao exemplo dos combustiveis rodoviarios:
    Repare que em media uma carro Europeu tem o dobro da eficiencia energetica de um carro Americano. Isto deve-se quase exclusivamente ao facto de os combustiveis rodoviarios serem muito mais taxados na Europa. E na Europa na realidade, nao pagamos o real custo desses combustiveis! As nossas redes de transportes publicos sao tambem mais densas e tem uma maior taxa de utilizacao que as americanas, porque? Por pressao dos eleitores (consumidores de veiculos de transporte) que as exigem devido ao preco do combustivel fossil que repito, mesmo assim nao reflecte o seu real custo de producao.

  15. José Rui Fernandes

    essa micro-cruzada das fraldas

    Não me tinha apercebido que era uma cruzada, mesmo desse tamanho.

    No fim de contas o que voce ate ha pouco tempo advogava era enfiar bolas de pano cheias de merda na maquina de lavar!

    É a desvantagem de escrever num blogue — depois não posso negar. Mas não me estou a lembrar disso. Mas não interessa, a minha opinião é a que escrevi nestes comentários. As descartáveis têm as suas vantagens.
    De qualquer modo, deixe-me que lhe diga que eu e o meu irmão crescemos com fraldas de pano e nunca houve por lá falta de higiene ou mau ambiente.

    Acredite no que lhe digo (ou nao acredite, que me interessa a mim)

    Tenha calma Lowlander. Parece que anda a comer carne carregada de anfetaminas, antibióticos e hormonas :) .
    Eu acredito! Para mim nenhum ensinamente é pequeno demais e já tenho aprendido alguma coisa consigo.

    Sabe que há quem diga que é mais fácil muitas pequenas transformações do que uma grande transformação radical.
    Pessoalmente, não me acredito que as pessoas mudem minimamente e muito menos o necessário. Isto antes de melhorar, vai ter que piorar muito. Mas lá chegaremos. A decadência está sem controle.

    Qual é a fonte do real custo dos combustíveis fósseis na Europa e no Mundo? Sabe onde encontrar isso?

    A questão dos carros americanos também está relaccionada com a mentalidade do “grande”, do “maior”, que os americanos tanto gostam de cultivar. Mas isso também está a mudar, junto com o preço da gasolina.

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