A beleza das grandes superfícies
Uma das técnicas utilizadas alarvemente nas grandes superfícies é a “confusão do cliente”. Consiste em mudar centenas de preços diariamente, para que ninguém tenha a mínima hipótese de poder comparar o que quer que seja, onde quer que seja.
Tive de adquirir um toner para uma pequena impressora de trabalho. Dirigi-me à Worten do Norte Shopping, peguei no toner que precisava, marcado — na prateleira, não no produto, senão a técnica seria impossível de implementar –, 77,00€ e dirigi-me à caixa. Resultado: 89,00€. Há cerca de dois meses tinha provocado uma altercação numa troca de pilhas recarregáveis pelo mesmo motivo, classifiquei-os como trafulhas e prometi nunca mais lá voltar.
Não cumpro a promessa, porque cada vez há menos alternativas e as que há são iguais (Vobis por exemplo). Mas retomando a história, reclamei na caixa, aproveitando logo para dizer que era comum e não me admirava. A menina da caixa diz-me que é por isso que dizem o preço em voz alta. Claro que isso resulta muito bem para quem compra apenas um artigo e já vai avisado, como eu. A coisa passou.
Entretanto, três dias depois, à passagem entrei na Vobis para comparar o preço: 89,00€. Fiquei a pensar que apesar de terem tentado vender mais caro, acabei por comprar mais barato na Worten. Menos mal.
Mas, como sou um bruto impossível de se aturar e a Worten é praticamente ao lado do BPI onde eu precisava de ir, resolvi lá entrar para ver o que tinham feito ao preço do toner: 68,00€! Não se pode ganhar.
Uma resposta para“A beleza das grandes superfícies”
Nestes casos por lei o cliente pode e deve exigir o preço que está exposto e a loja é obrigada a vender por esse montante , para isso é que existe o livro de reclamação . O nosso mal é por vezes desconhecermos as leis.
Isso eu fiz e da primeira vez, ainda preenchi o livro de reclamações. A questão não é essa: É que com este sistema, temos que decorar os preços ao retirar da prateleira, coisa improvável se forem muitos artigos, ou se andarmos às compras descontraidamente.
A minha tese é que eles marcam barato e vendem caro, pois muitas pessoas não se apercebem da alteração do preço da prateleira para a caixa. Na minha opinião e face a este estado de coisa, nas grandes superfícies a marcação devia ser no próprio produto.
Além disso, os preços flutuam entre lojas do mesmo grupo em diferentes localizações. Infelizmente, o consumidor em Portugal é tido e achado como um verdadeiro papalvo.
Fica aqui um exemplo oposto a todos os níveis: http://www.monocle.com/sections/business/Web-Articles/Jurg-Peritz/