112
Telefonei duas vezes para o 112 em dois dias. Primeiro, um ébrio radical deitado numa das faixas de rodagem da Rotunda da Boavista.
Segundo, uma discussão familiar de caixão à cova, que diga-se de passagem já não é a primeira, na nossa rua. Mas desta vez, dentro da nossa casa, ouvia-se o berreiro (apenas uma voz masculina, supostamente num teatro com mulher e uma criança). Perguntam-me se alguém se vai apresentar…
Quem eu?
Em face dos factos, apenas desejava que aparecesse alguma autoridade, para verificar se estava tudo nos conformes da lei. Desinteresse total. A polícia não pode fazer nada. Chega, bate à porta. Se ninguém abrir a porta, não pode fazer nada. Não vai arrombar a porta, blá, blá…
Portanto, segundo o meu interlocutor, a polícia em presença de um desalmado berreiro, limita-se a não fazer nada. Bom, assim sendo, agradeci muito e disse-lhe para fazer de conta que eu não tinha dito nada. Enfadado, pediu-me rua e freguesia.
Passados cinco minutos, três viaturas (como eles dizem) e número correspondente de agentes (uns seis), incluindo um feminino, com mais tacto para a coisa. Mas entretanto estava tudo mais calmo, eu pelo menos não ouvia nada dentro de casa. Mas eles ouviram o suficiente para bater à porta. De resto, não sei.
E também desconheço a lógica do 112 (três viaturas?). Uma vez, quando me assaltaram o carro informaram-me que para um caso dispiciendo desses, que era basicamente um crime estar a ocupar a linha. Na esquadra, disseram-me o inverso.
Uma pessoa aprende com a prática a não se meter em nada.
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