Sábado no Sargaçal
Desta vez fomos mesmo almoçar ao restaurante “O Meu Gatinho”, coisa fina. Levou uma pequena remodelação, tem pratos novos e a comida continua excelente. A única coisa que não gostamos é do enquadramento, numa rua desinteressante, para dizer o mínimo. Aliás, é daquelas que com umas árvores de médio porte sofreria uma melhoria apreciável. Mas em Cinfães, apreciadores de árvores, deve haver poucos na câmara. Basta ver as podas radicais às tílias perto da igreja. O que podia ser um conjunto monumental, é um vulgar conjunto de árvores como tantos no país.
Depois fomos para o Sargaçal, claro.
A Susana ficou com os pais e os miúdos lá em cima e foram tratando de encher o jipe de lenha. Eu fui com o Cláudio para a Fonte do Cavalo, queimar uma montanha de coisas. Grande parte, ainda sobra da renovação das laranjeiras grandes (a este propósito, sempre lhes dei com adubo, mas próprio para agricultura biológica, que adquiri no Cantinho das Aromáticas — não passa de bosta de galinha granulada).
Nesta última fotografia (já praticamente sem luz, ISO 1600) volta a haver ramos a queimar porque trouxemos de outro lado à vinda do lanche. Mas no geral estava pronto. Lá no fundo junto a uma oliveira ficou uma enorme pilha a compostar.
Por fim, o castanheiro seco que se vê à direita ainda está vivo e é o último sobrevivente de umas duas dúzias que plantei neste local. Por algum motivo também ficou assim este ano. Não tivemos sorte com os castanheiros. Árvores tão fortes e tão fracas enquanto jovens!
Depois disto ainda fizemos outra fogueira no largo que está agora praticamente desimpedido (acho que só demoramos uns quatro anos a tirar tudo!). Por fim, fomos cortar lenha a serrote até ser de noite. Cheguei a casa já depois das 22h30.
Uma resposta para“Sábado no Sargaçal”
é bom ver que voltaste à carga no Sargaçal.
por cá ando com tanto trabalho que só quando vou lá fora à caixa do correio é que aproveito para apanhar um pouco de ar. melhores tempos virão!
árvores plantadas a secar é uma dor de alma. as nossas só começaram a aguentar-se de forma mais consistente desde que instalei a rega gota-a-gota (tal como dizes, nos primeiros anos as árvores são muito susceptíveis).
Mais ou menos… Agora o Cláudio vai para França dois meses e parece que finalmente as obras na livraria estão praticamente concluídas. Mas vou tentar ir lá, nem que seja para apanhar ar.
Pois já ouvi dizer que o trabalho é muito :) . E o blogue anda um bocado parado — vou lá regularmente.
Este ano, foi manso para as árvores. Esta história dos castanheiros, acho que passa pelas toupeiras a minar e os ratos a comer raízes. A água (tipo gota a gota) ajuda (além de regar, claro), porque as toupeiras não gostam de cavar no molhado, preferem paragens mais secas.
Ainda não percebi a perene ausência de um completo plano de reflorestação do país. O Telles anda a falar nisto há 50 anos! Incrível.
O arquitecto Ribeiro Telles é um daqueles talentos que a nação, transbordante de talento e de outras coisas, se dá ao luxo de desperdiçar. Não são só as florestas. O que ele anda a dizer sobre Lisboa há décadas (linhas de águas, espaços verdes, construção…) tem-se revelado acertado — e nem assim é ouvido pelos poderes correntes.