EDP, problemas com a verdade
A EDP, pública ou privada, é uma empresa que considero especialmente vocacionada para defender o bem comum. Logo à partida porque lida com um bem que é hoje de primeira necessidade, mais que isso estratégico. Depois porque têm lucros colossais e considerando os malefícios que causam ao ambiente com as barragens, eólicas, centrais térmicas e nucleares (importando energia de Espanha), não seria descabido que uma parte substancial dessa verba fosse aplicada em projectos de conservação ambiental em que o país é tão carente.
O que fazem é completamente diferente. Investem antes em publicidade, a dizer que fazem o que não fazem e que conservam o que estragam. Devem julgar que é uma fórmula genial. Nos anúncios só falta o Rio Sabor e o Lince Ibérico, porque de resto está lá a natureza toda de Portugal e arredores. Pudor é que não há nenhum e verdade… parece que também não (Quercus).
Estas desenfreadas tentativas de “greenwashing” devem ter o seu lado positivo. Se eu fosse optimista diria que refletem as preocupações do mercado. Se não existissem mesmo muitas pessoas preocupadas com o ambiente e o caminho para a desgraça colectiva que se atalhou, para a EDP seria indiferente ou contraproducente fazer um anúncio a apelar a valores naturais, se bem que falsos. Tem alguma lógica.
Uma resposta para“EDP, problemas com a verdade”
[…] resposta, por assim dizer, ao meu último parágrafo quase optimista do texto anterior, chegou de onde não esperava… Fernando Pessoa. Dizia, em 1931 que o artificial passou a ser […]