Árvores da escola Filipa de Vilhena…
…e a forma pouco realista como é vista a pequena luta pelas árvores e manutenção de algum espaço verde na selva de cimento e asfalto:
A Filipa, as árvores e o resto
Este comentário de Manuela Monteiro no “A Baixa do Porto” sobre as obras na escola Filipa de Vilhena é sintomático. Diz a antiga professora da referida escola que “este tipo de reacções” (contra determinados projectos e a favor de alternativas viáveis), “tocam a ortodoxia paralisante” e não se ficando pelas vãs palavras apressa-se a dar três exemplos. Nos três (Museu de Arte Moderna Gulbenkian, Museu de Arte Contemporânea de Serralves e Estação do Metro do Marquês) conclui triunfante que felizmente as obras prosseguiram e estão lá.
Exactamente. Não discutindo o mérito individual das lutas e das obras caso a caso, estão todas lá, essas e outras. Qualquer pessoa meramente normal, tem de ensaiar um grande esforço para se lembrar de uma meia-dúzia de obras que não estejam lá. De Norte a Sul e percorrendo décadas de “ortodoxia paralisante”.
Numa coisa eu quase concordo com a Manuela Monteiro:
— (…) a questão do ambiente serve para tudo.
Tudo, menos defender o ambiente a julgar pelos resultados e pelo visível “progresso da nossa terra”.
Uma resposta para“Árvores da escola Filipa de Vilhena…”
Muito pertinente o teu apontamento sobre a filosofia obreirista desta senhora (e de muito mais gente). Entretanto, no blogue A Baixa do Porto apareceu mais um texto dentro do mesmo espírito, desta vez a defender a «requalificação» do Palácio de Cristal. Para essa gente, lutar por uma horta é uma atitude ridícula. Publiquei, no mesmo blogue, este texto de resposta: http://www.porto.taf.net/dp/node/5524
Olá José Rui
Tenho estado um pouco ausente de visitas interbloguistas, mas és sempre bem lembrado no meu blogue. Parabéns, foste nomeado.
Um abraço
Pois já tinha visto… Não sei que diga :) .
Gostei muito da passagem “Qualquer pessoa meramente normal, tem de ensaiar um grande esforço para se lembrar de uma meia-dúzia de obras que não estejam lá. De Norte a Sul e percorrendo décadas de “ortodoxia paralisante”.”
É precisamente isso que eu penso quando me dizem que em Portugal não se pode fazer nada que está sempre tudo contra. É que realmente basta olhar à volta para se perceber o absurdo de semelhante afirmação!
Caro Nuno Quental, obrigado. Também lhe digo que não esteve nada mal :) naquela em que diz se encerram maternidades e escolas também porque as acessibilidades são tão boas e num instante se chega às que ficam (cito de cabeça, espero que correctamente). Realmente para centros de congressos tem de ser de outra forma — tem de haver um em cada freguesia.
Mas isto está difícil. Não sou contra que façam obras e que utilizem o pavilhão. Mas neste caso, sou contra que toquem numa única árvore. Já chega.
O que me parece é que está aqui em jogo é mais uma forma da CMP descalçar uma bota (despesas). A forma mais fácil é acenar com construção num local impossível. Ou seja, além dos fins, também os meios são importantes. Sempre são mais uns metros quadrados num local emblemático.