É só prejuízo
Ainda não percebi se são estas aventuras que tornam a minha vida uma constante festa. Algo me diz que passava bem sem elas. No entanto, mais vale rebentar um pneu a 50 à hora a subir para o Marco de Canaveses, do que 15 minutos antes a 120 na auto-estrada.
Encostado o veículo, estreado o belo colete, colocado o triângulo a 30 metros preparei-me para a árdua tarefa de mudar um pneu pela primeira vez. E logo um mastodonte. E logo com uns 32 graus!
Resolvi ir ao livro de instruções, nada de novo. Para os homens, ao contrário das mulheres, mudar pneus é uma segunda natureza. Peguei na chave novinha e verdadeiramente diminuta, numa vareta para encaixar no macaco e… e… macaco nem vê-lo. Procurei por todo lado, zero. Como comprei o jipe usado, às tantas veio sem macaco. Já me estava a correr pior a vida. E a minha tentativa para tirar o pneu sobresselente também não foi animadora, isto é, não saiu mesmo.
Pensei no assunto ligeiramente e concluí que se chamasse a “assistência em viagem” ficava ali toda a tarde. Resolvi subir aquilo tudo até uma bomba de gasolina nova que lá há. Deram-me o contacto de uma oficina e com algum esforço, lá convenci o homem a aparecer com um macaco e uma chave em condições. Felizmente chegou rapidamente.
O macaco era daqueles de oficina, todo profissional, que levanta um jipe sem esforço nenhum. A pior parte foi retirar o mencionado pneu sobresselente, só com a força dos dois e mesmo assim custou (ou seja, com a micro-chave e sozinho também não saía dali).
E pronto. Ainda há pouco tinha metido os dois pneus da frente, já estou a preparar-me para os dois de trás. É só prejuízo.
Uma resposta para“É só prejuízo”
[…] Depois do pneu, cheguei quase às quatro da tarde… Era para chegar às duas, não de manhã. Porque na actual forma física e com o calor que está, se for para trabalhar a sério, não aguento as 10 horas de antigamente. Seis não seria mau… Quatro, foi o possível, mas mais uma vez: Para que é que faço planos? A primeira coisa foi meter água a correr. Para qualquer lado. Está tudo seco. Depois fui cortar lenha (apenas à medida do jipe, não da salamandra). Tive que cortar a meio quase todos os troncos. Tinha pouca coisa preparada. Depois, entre ir para a entrada ou para as laranjeiras pequenas, escolhi as pequenas árvores. Também aproveitei para as regar. Tive uma ideia excelente: Coloquei uma mangueira nuns degraus que tem o socalco e formou-se uma pequena cascata de ruído calmante. Nunca mais me lembrei nem de pneu, nem de nada. Os pássaros, ouviam aquele som e iam até à cascata refrescar-se. Foi muito bom. Andei a cortar árvores que ensombravam as laranjeiras. Carvalhos e castanheiros relativamente pequenos. Não mexi nas oliveiras. Tudo a serrote. Dureza foram uns castanheiros secos que me apareceram. Suei como um porcão. Os verdes bem vão. Pelo menos já está um bocadinho melhor que há quinze dias. Por fim, já meio de noite, apanhei uma pêras de uma pereira decrépita que está na entrada… Tinha planeado que um destes dias ia abaixo. Salva pelas pêras, uma especialidade… E quero ver se a reproduzo enquanto é tempo. Já está na altura de começar finalmente a fazer uns enxertos. E para finalizar o dia, o jantar na associação foi colossal, cá fora no telheiro da escola. O senhor Segadães é um cozinheiro incrível. […]
Caríssimo
Também já tive “petiscos” desses, bem como daqueles resultantes de apertarem os parafusos nas oficinas com chaves ditas automáticas, para as quais ninguém depois tem força para desapertar. A partir daí, parafusos das rodas só apertados com chave manual e, de vez em quando, trato de verificar, limpar e lubrificar as peças mais essenciais para não haver destas surpresas… embora digam que não se deve fazer, uma sopradela de “Bala” ou “WD40” nos parafusos, limpar a seguir com um pano e aplicar, evita muitas coisas (desde que o óleo não seja em excesso e o aperto seja “dinâmico”, não mexe dali) Cumprimentos!
Carlos Pereira