Amizade

Por alguma razão algumas amizades que são fortes numa determinada altura prevalecem, resistem ao tempo e a tudo. Outras desvanecem-se. Porquê?
Aquilo que me ocorre é que as relações de amizade, se nos são importantes, se verdadeiras, devem ter investimento da nossa parte, mas tem de ser feito sem esforço por ambos de uma forma rudimentarmente equivalente.
Se um não o faz, se o outro o faz, mas cada dia que passa custa mais, é o princípio do fim.

Uma resposta para“Amizade”

  1. Filipe

    Existe (existiu)um ponto onde convergimos, aí nasceu a amizade,depende depois como caminhamos, se os caminhos mesmo não sendo os mesmos estão próximos assim continuamos, se os caminhos divergem ou se um deixa de caminhar é difícil prevalecer, mas é só uma ideia.

  2. José Rui

    Este texto surgiu depois de ler um de Scott Berkun
    Relativamente ao comentário… conheço algumas pessoas que são amigas desde a primária, ou pelo menos desde a adolescência e apesar dos caminhos divergentes, parecem ter grande prazer no jantar de Natal ou noutro dos poucos encontros por ano. E de certa forma, nada pode substituir o tempo. A partir de certa idade é cada vez mais difícil arranjar amigos dignos desse nome. Um amigo arranjado hoje só daqui a 30 anos terá o mesmo tempo comigo que outros mais antigos… com a agravante que na adolescência tinha o tempo todo por minha conta e passava incontáveis horas com amigos, o que deu para os conhecer de um modo impossível de acontecer hoje. O problema é que esses antigos amigos também vão desaparecendo com o tempo (no meu caso).
    Sobre os caminhos que acabam por divergir um livro e filme que mostra muito bem isso é o Ghost World.

  3. Emilio Mina

    Assim como sempre amigos que prevalecem para mim são aqueles que um dia guardei como amigos. Não me lembro de descartar um amigo só porque ele não aparece, ou não troca jantares, ou a mulher dele não se dá com a minha sogra. Para mim os amigos que tive e que fiz muitas vezes nem os quero encontrar porque guardo deles imagem tão boa e tão fantastica para mim por vezes tenho mesmo medo que o encontro ou reencontro a quebre.
    no entanto nunca me furto a estar com os amigos de sempre, e concordo com o que o José Rui diz, hoje já não tenho tempo útil para dispendêr com novas amizades, simplesmente porque esse tempo já não vai acontecer. Concluindo, aqueles que perduram à eventual corrosão da proximidade ou ao esquecimento da distância são esses os verdadeiros amigos, tenho muitos assim, não estamos, não falamos, mas se estivermos provavelmente vamos achar que as brancas não existiam, mas vamos rir e falar dos mesmos assuntos de sempre, e vamos gostar de estar uns com os outros ou não exactamente como era dantes. Quando envelhecemos acho que as coisas agravam-se para o melhor e para o pior conforme os casos. Abraço a todos os amigos.

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