Deixa a sua mancha
Pela primeira vez desde que tenho crianças faço praia no Norte, em regime de sair de casa para ir para a praia e voltar a casa. Não numa casa de férias. Essencialmente o que fiz durante muitos anos com os meus pais há muitos anos e, na verdade, na mesma praia.
É uma praia aparentemente muito limpa, muito cuidada, como agora são aparentemente muito cuidadas. Sendo justo, como praia, está melhor que na minha infância, só faltam os apanhadores de sargaço porque onde eram campos agora são prédios, na sua esmagadora maioria lixo arquitectónico licenciado de qualquer maneira. Sempre que vou apanho lixo. Plástico essencialmente. Mas temos de gostar dos fumadores em modo de varaneio. É gente que temos de gostar. Aquela meia garrafa de pontas de cigarro — também ela um fruto da praia —, demorou seguramente menos de meia hora a encher.
No geral é tudo uma cambada de porcos, habituados a viver no meio do lixo. Muito do plástico é devolvido pelo mar, esse imenso vazadouro da humanidade… Está gasto, já em parte se dissolveu na água e retornará de uma forma ou de outra. Mas grande parte é novo. A praia tem baldes do lixo por todo lado e o povo, porco como poucos, deixa a sua mancha onde estiver. Dia 1, dia 2, dia 3, dia 4… torna-se fastidioso fotografar lixo todos os dias. E há lixo para toda a gente. Peguem num balde, apanhem-no.
Uma resposta para“Deixa a sua mancha”
[…] asfixiados pelo plástico E as baleias também. Os meus dias de praia passam sempre por tirar um pouco desse plástico do mar… Aqui mais algum. Sea […]
[…] para o Canadá apanhando todo o lixo pelo caminho Devem ter levado um camião atrás, porque onde quer que vá e me disponha a apanhar lixo, encho sacos rapidamente. The […]