Um bocado para o verde

Fui até ao Sargaçal com o meu pai. Continua a tarefa de trazer lenha para o Inverno que se aproxima. Voltei a encher o jipe e só destes três dias (ou dois e meio) ainda dará para encher o jipe umas três vezes.
Antes, passamos no talho Carnarouquesa em Cinfães porque íamos grelhar umas coisas no palheiro do senhor Franklim e o meu pai tinha uma carne para comprar para casa. A carne chega à terça e ainda não tinha chegado e fomos a toda a pressa para o terreno, uma coisa que eu queria era colocar água a correr urgentemente. Chegamos e o paizinho lembra-se que se esqueceu de comprar carne para grelhar! E eu? Eu, não me lembrei! Já estava a correr bem… lá fomos para Cinfães outra vez. Mas que grande seca! Pelo menos meti a água naquela terra ressequida (se bem que choveu uma noite destas com trovoada).
O senhor Franklim tinha o frigorífico cheio! Almoço super-bom. Precisava de energia para a tarde… fui sozinho trabalhar um bocado. Tratei de umas silvas, recolhi lenha ainda para lá espalhada. Tratei da água (fui mudando). Depois resolvi continuar a cortar árvores, mas a serrote. Que dureza indecente, bebi quase um litro e meio de água num instante. E depois fiquei louco de sede… não aguentei… enchi a garrafa com uma mangueira da água que vem dos tanques… nada recomendável aquilo… estava um bocado para o verde… dizem que o que não mata engorda e agora a minha esperança é que não me mate, se bem que engordar também dispenso. Na próxima tenho de levar um garrafão de seis litros.
Por falar em seis, lá para as seis apareceu o senhor Ademar, trolha/empreiteiro, para eu falar com ele sobre umas coisas a fazer. Pouco antes das oito, o meu pai que já estava em Cinfães com o senhor Franklim no “pica-pau”, maçava-me pelo telefone para eu tratar de ir embora. Arrumei tudo e lá fui.

Palheiro grande. Lameiro da Gracía.

Palheiro grande. Lameiro da Gracía.

Palheiro grande. Lameiro da Gracía.

Um “antes” e “depois”… o carvalho que ainda tapa parte do palheiro também vai ser removido, mas a motosserra, porque a serrote, não há braço que chegue.

Uma resposta para“Um bocado para o verde”

  1. Paula

    Devo dizer que a primeira fotografia é a mais bonita. Pela luz captada e porque não se vê o palheiro. Era bom que pudéssemos deixar a natureza seguir o seu curso natural – cortar só um raminho aqui, outro ali – sem que isso fizesse correr o risco de incêndios.

    Que belo palheiro o Sr. Franklim tem aí e que bela história temos nós aqui. Tem mais episódios? (eheh)

  2. José Rui

    A luz ajudou… este palheiro é o meu, não o do senhor Franklim (não sei se é evidente isso).
    Eu gosto a ver-se o palheiro, porque parece que esteve sempre ali… Eu quero mexer-lhe mas uma das dificuldades é mexer sem lhe mexer :) … as árvores que removi, não estavam e além disso estão naquilo que vou considerar zona de protecção de uns 30 metros.
    Aqui, se a natureza seguir o seu curso, pura e simplesmente deixa de se poder utilizar… mesmo sem contar com os incêndios que acabam por ser a minha maior preocupação e não consegui sacudir a sensação que está tudo a prazo. E outra coisa, com a natureza a seguir o seu curso só as silvas crescem, as árvores são completamente abafadas, excepto as de maior porte. Estas crescem (e muitas outras) porque vou mantendo isto limpo. Vê esta foto.
    Nesse sentido, vou cortar bastantes árvores para baixo também… o objectivo vai ser ver-se o limite do terreno lá no fundo. E enquanto faço isso, penso que será fútil, os vizinhos têm tudo mais ao abandono cada ano que passa. Quando esses arderem, acho que o meu não escapa… não sei.

  3. Paula

    Ah, pensei que fosse o dele, por causa do frigorífico cheio. Nem sabia que tinhas um palheiro :)

    As silvas, para mim, são como o escalrracho: espécies com as quais se torna difícil conviver. Das coisas que já li – estas espécies são uma resposta dos desequilíbrios dos solos – uma vem-me à memória, e que remete para a permacultura: “trabalhar com a natureza e não contra ela”.

    Ainda hoje não sei bem como isso se faz, apesar das experiências que já fiz. A verdade é que nunca levei uma, e a principal, até ao fim: conseguir que o solo se torne fértil a ponto dessas espécies não conseguirem vingar.

    Na altura que andei a ler sobre isto achei este vídeo inspirador

    PS-Mexe só por dentro :)

  4. José Rui

    Eu tenho esses DVDs.. vieram da Austrália… não posso dizer que seja por falta de informação que as coisas me falham! :)

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