Ruína completa

Trepadeira

Trepadeira

Trepadeira

Num ano que tem sido prolífico em prejuízos, por exemplo duas peças de cerâmica da autoria da Sofia Beça e uma fotografia de Jim Brandenburg arruinadas, a chapa do carro amassada pelo granizo, uma série de avarias em casa e o jardim destruído pelos dois cães, hoje — e completando a ruína completa do pequeno jardim —, caíram as trepadeiras. No processo destruíram várias plantas que ainda restavam, principalmente o valioso (não menos sentimentalmente) Acer palmatum var. dissectum ‘Seyriu’ que eu mantinha num enorme vaso. Adorava esta pequena árvore e ficou rachada ao meio.
As trepadeiras, Ficus repens e uma Parthenocissus quinquefolia, cobriam agora toda a parede — a Ficus repens demorou 14 anos (é uma tristeza). Eu cheguei a considerar que a parede branca como elemento arquitectónico e contrastante com as plantas, seria uma melhor escolha (fora o trabalho incrível), mas agora estava convencido do contrário. Estar num jardim tão pequeno rodeado de verde, tornou-se uma experiência muito gratificante.
Isto era um desastre mais que anunciado. A Ficus repens começou a descolar da parede há dois ou três anos, ajudada pelo peso da Vide-virgem. Eu andei meses, anos, a preparar-me para as prender seguramente à parede. Tenho tudo ali separado, os ganchos, as buchas… para o fazer. E não o fiz. E hoje com o peso da água da chuva e o vento, não resistiram. Procrastinar por vezes tem consequências irreparáveis.
Como costumo ler e ver, os ingleses de cada vez que um desastre destes acontece, encaram-no como uma nova oportunidade e é o que eu vou fazer. Um dia vou refazer este pequeno jardim e já tenho algumas ideias.

Deixe um comentário

Mantenha-se no tópico, seja simpático e escreva em português correcto. É permitido algum HTML básico. O seu e-mail não será publicado.

Subscreva este feed de comentários via RSS

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.