Nunca deixei
O Apple Watch parece-me que marca o momento em que eu finalmente começo a sentir-me distanciar da tecnologia. O iPad foi uma antevisão, depois de um certo entusiasmo inicial, a minha opinião mudou bastante — não globalmente (continuo a achar um dispositivo válido, embora não exactamente indispensável), mas para mim: Se eu tiver o Macbook Air (ou outro) por perto, nunca pego no iPad. Em casa chegamos a ter dois, agora reduzido a um com o ecrã partido.
O Apple Watch não me atrai a priori. Tirando casos muito específicos (ex: saúde), parece-me um gadget a tentar resolver problemas que não existem e se existissem, eu gostaria que não. Portanto, não os vou criar. Ben Brooks fala do relógio discreto (The Brooks Review), naquilo que têm sido uma sucessão de artigos de vários quadrantes, todos muito semelhantes.
Your Apple Watch becomes the most discreet way to stay connected when at fancy events, or anywhere really. My wife and I no longer need to check if the babysitter is trying to reach us — our Apple Watch will tap us if she is. There’s essentially no reason to use our iPhones, and no anxiety felt for fear of missing something “important”.
A palavra chave é o “important”, entre aspas (vá-se lá saber porquê, no contexto). O que eu quero para mim é exactamente o inverso, uma vida sem ansiedade, por saber à partida — e não porque o relógio me avisa —, que não vou perder nada de “importante”. Uma vida onde as coisas realmente importantes são poucas e espaçadas, por isso mesmo tendo algum significado.
Mas lá está, eu também nunca deixei as crianças com a babysitter. Nem sei se não entendo o relógio ou se não entendo os problemas que o relógio resolve. Porque não os tenho. E isso parece-me simpático.
Uma resposta para“Nunca deixei”
[…] — que desperdício de processamento e energia. Acontece o mesmo relativamente ao iWatch… não o entendi quando saiu — no sentido para que preciso de algo assim. Aparentemente não fui o único, mas vendeu muito (a […]