Glifosato

Entroncamento

Tem-se falado muito do glifosato (Observador, notar nos comentários o Henrique Pereira dos Santos) produto que felizmente sempre me recusei a utilizar. No país, anda sem controle há muito tempo e aqui nesta zona é aplicado de qualquer maneira. Independentemente de debates, há verdadeiros crentes no produto. Quando remodelei o pequeno jardim, um engenheiro agrónomo da empresa que contratei para alguns serviços garantia-me a inocuidade do glifosato, super-eficaz, biodegradável, coisa verdadeiramente ecológica. E eu pasmado (basta ver os resultados, para questionar tudo isso — menos a eficácia —, e muito mais). Um estudo (Stop OGM) concluiu que os portugueses estão contaminados com glifosato, mas a amostra é tão diminuta que não me parece suficiente.
Por outro lado, o que diz o Henrique Pereira dos Santos, que apenas uma agência considera o glifosato cancerígeno é absolutamente habitual. Timidamente alguém diz que um produto que rende milhares de milhões, se calhar não é assim tão seguro. Rapidamente se forma uma barreira de desinformação e descrédito, financiada pelos interessados (neste caso, a empresa mais tenebrosa do planeta, a Monsanto). E passam décadas até que conclusivamente se possa aferir as diversas verdades.
Depois há os Santos e os Mirandas (do Blasfémias, que nem sei se ainda lá anda a dizer que não existe aquecimento do planeta por mão humana), extremamente úteis a estas corporações que têm destruído o planeta. Eu entendo o HPS, estas causas estão entregues ao BE que pessoalmente tenho como um partido lastimável, mas tal como já ouvi dizer do BE, acho que se deve escolher bem aquilo por que vale a pena lutar. Ensaiar uma defesa do glifosato e da Monsanto é algo a roçar o inacreditável para alguém que se diz ligado ao ambiente, mas do HPS já nada me surpreende.
Esta imagem da minha recente ida a Lisboa, merece dois comentários: Pelo menos os funcionários têm protecção, mas… Meu Deus, três indivíduos para um pulverizador? Na Alemanha foram necessários menos trabalhadores para fazer o pulverizador. Este país não tem emenda.

Uma resposta para“Glifosato”

  1. henrique pereira dos santos

    Por acaso encontrei aqui referências que me dizem respeito. Infelizmente não são referências sobre os argumentos que uso, mas meros processos de intenções. É pena que o nível de discussão pública, sobre assuntos complexos, seja mantido tão baixo desta maneira.
    O estafado bordão da defesa de “interesses” não chega para substituir o “honesto estudo com longa experiência misturado” de que falava Camões.
    henrique pereira dos santos

  2. José Rui

    As considerações sobre o nível do meu texto é a sua opinião. Eu considero ainda hoje (nem sempre é o caso) o texto bom.
    Que argumentos HPS? Que só há um estudo? Isso é um argumento? O meu argumento desse calibre é que a Monsanto há muito que perdeu o direito ao benefício da dúvida. Não haverá no Mundo um caso destes em que a indústria não reaja e sempre da mesma forma. E é incrível que o Henrique esteja sempre do mesmo lado. É estafado, mas não deixa de ser verdade por isso. Até a verdade se cansa. É contra o BE? Também eu.

    Sabe muito bem que uma empresa com os recursos da Monsanto irá estabelecer a dúvida até ao fim dos tempos, seja do cancro, seja das abelhas ou de qualquer coisa que interfira com a facturação trimestral. Também não é argumento? E daí? É a minha opinião. O seu comentário é útil para algum princípio da cautela mínima? A mim também não me parece. Então em quê que elevou assim tanto a discussão pública? Se fossem 10 estudos, eram só 10. E mesmo 100 não chegariam. Quantas vezes já passamos por isto caro HPS?

    Depois disso já li não sei onde que os Europeus estão bem contaminados por glifosato, se me lembro com Portugal no topo. Mesmo que considere que não causa cancro, nem qualquer prejuízo ao ambiente e aos humanos, concordará que não é assunto pacífico e que enquanto se eleva a discussão a contaminação (na minha opinião) continua.

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