Black Mirror
É uma série britânica que de uma forma algo moralista tenta ilustrar o que será um/o futuro distoptico tecnológico. A internet, as redes sociais, os reality shows, a vigilância permanente, são já hoje uma realidade, mas como me sinto de certa forma distante desse mundo e houve algo que não gostei no “tom” (é uma mistura também com a forma de filmar e realizar), acabei por não ver muitos episódios1. Apesar disso, parece-me que tem a seu favor alguma profundidade, bastante inteligência e capacidade de surpreender a maior parte das pessoas.
O autor, Charlie Brooker, diz que o que se passa nos diversos episódios (são sempre diferentes e quase filmes individuais) é o que poderá acontecer se formos toscos (clumsy), e/ou se não tivermos cuidado. Muitas das situações retratadas já são hoje uma realidade (pelo menos para alguém) e cuidado quase ninguém tem ou vai ter — ou porque não sabe ou por incapacidade psicológica.
Foi-me lembrado um filme que vi chamado Turist (Força Maior em português), que de alguma forma explora o mesmo tema (ou pelo menos um dos temas), de um ângulo que me agradou infinitamente mais. Uma família em férias na neve é apanhada numa avalanche enquanto está no restaurante, as pessoas entram em pânico, fogem — mas quem foge realmente depressa é o pai, deixando para trás mulher e filhos. Por azar, um telemóvel gravou tudo e para ele não há como negar.
O que gostei mais foi do título, que encerra algo de genial. Quem faz da série um sucesso, é provavelmente quem mais facilmente cairá vítima desta tecnologia toda usada para o mal e já hoje não dispensa o Facebook, os reality shows e a vida sempre ligada.
- A imagem é da terceira época, primeiro episódio, porque me disseram que não valia a pena ver seguido e acabei por saltar para o fim, mas em bom rigor, não vejo vantagem em andar para trás e para a frente. [↩]
Uma resposta para“Black Mirror”
Sofia Neto liked this on Facebook.