Levada
A propósito do vídeo dos agricultores japoneses… Há anos concordei com uma obra para se “reparar” a levada que passa no terreno e nunca mais me lembrei do assunto. Foi numa época em que passei anos sem lá ir e de facto os meus pensamentos e acções estavam noutra parte, a minha vida passava-se toda longe de Vila de Muros. Ao ponto de nem ter ficado com uma cópia do que assinei — sempre fui assim, confio no que me dizem, uma prática que não aconselho a ninguém.
Entretanto começaram as obras que reputo de deploráveis, incluindo dentro do nosso terreno — onde também resolveram montar estaleiro, sem sequer me informaram e muito menos pedirem. Esmagaram o tubo de 2″ que enterramos há anos e basicamente, ao que está a ser feito, eu não chamo conservar, mas sim estragar. Não é nenhum restauro, mas sim cimentar e entubar a levada que tinha a beleza das levadas — nem preciso de falar nas da Madeira, basta por exemplo as de Mondim, como saiu esta semana numa página do Jornal de Notícias, consideradas como uma mais valia turística para a região. Pergunto-me o que se produz numa zona em que não existem pessoas sequer para limpar e manter a levada, nem pequenas secções sequer. O nosso terreno se está transitável a nós se deve, porque ali não há quem corte uma silva, nem para passar no que é dos outros, quanto mais para limpar a levada. Lembro-me que o meu último dia com o senhor Resende, foi de facto a manter a levada que agora aparentemente pretendem estragar.
Escrevi uma carta a desautorizar que se façam mais obras no nosso terreno e já agora, a solicitar que os senhores agricultores de regadio deixem de fazer do nosso terreno caminho público para lá do que são estritamente os usos e costumes do local. Entretanto, ao fim deste tempo todo, vou instalar uma série de câmaras por lá, só para acabar com os rumores, o diz que disse, a fama de alguns e o proveito de outros. Desconfio que os usos e costumes do local, já não são os que eram dantes. Mas a ver vamos.
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