A Little Caos (2014) (44)
Um filme que tem como um dos personagens principais André Le Nôtre (o responsável pelos jardins de Versailles, entre muitos outros), devia interessar a qualquer jardineiro e tem os seus bons momentos, mas no geral é fraco, lento e em última análise desinteressante.
Uma resposta para“A Little Caos (2014) (44)”
Ora bolas, e eu que estava com tão boa expectativa… :(
Hehe… repara, um dos grandes segredos da felicidade e de, digamos, apreciar um filme, é manter as expectativas baixas. Eu estou aqui para te ajudar e nesse sentido, vê que pode ser que gostes.
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Ora aqui fica o veredicto. Eu podia pôr os óculos de crítico e dizer que concordo com o que escreveste. Só tenho uma objecção: o uso da expressão “lento”. Odeio a crítica de que um filme é “lento”, porque isso convoca toda uma discussão sobre o tempo e o ritmo no cinema, e todo um mundo de linguagem visual e mise-en-scène [ler com entoação pretenciosa e inusitadamente alta] que nos obrigaria a questionar os moldes padronizados de um certo cinema, em detrimento de outras cinematografias… Hélas!
Mas não vou por aí. Digo apenas que cá em casa gostámos. E também eu estou tornado um cinéfilo cada vez mais fácil. Talvez seja a minha simpatia pelo Alan Rickman, que realizou o filme – o que foi uma surpresa para mim. Claro que é um filme um pouco paradoxal, porque se vai beber às convenções da tradição realista do cinema britânico, toda a peça é uma fantasia que não pode verdadeiramente chamar-se sequer de “romance histórico”. Mas, com benevolência, porque Kate Winslet é uma rosa e Matthias Schoenaerts um carismático encantador, dou três estrelas à João Lopes: simplesmente “bom”.
Um sentido abraço e bons filmes.
Post scriptum: há duas semanas não sabia quem era Matthias Schoenaerts. Agora parece-me que está em todo o lado. Na “Suite Française”, em “Far From the Madding Crowd” e também “Nos Jardins do Rei”. Tudo filmes simpáticos.
Post scriptum 2: há um excelente filme sobre André Le Nôtre por fazer. É verdade que este ainda não foi esse filme…
Entendo, mas repara, como digo sempre a minha opinião sobre um filme não chega a ser exactamente uma crítica e está muitas vezes (muito) dependente do dia e momento em que o vejo.
Surpreende-me que estejas um cinéfilo cada vez mais fácil, eu acho de mim o contrário. O mais certo hoje é muito cinema me entediar e refiro-me especialmente a filmes que se fosse há uns anos me encantariam — ou até todo um género, como o terror, que nos meus 18-20 anos consumia avidamente e se fosse agora correria tudo a uma estrela.
Três estrelas à João Lopes? As minhas são à José Rui: Insuficiente. Podia ser pior, duas: medíocre; ou mesmo uma: péssimo.
PS: Por acaso gostei do Matthias Schoenaerts… durante o filme comentei que tinha um je ne sais quoi de Fox Mulder ou de Hank Moody :D .
De volta para continuar as hostilidades. Agora num tom mais directo e menos carregado de prosápia retórica – não sei se deu para perceber mas o comentário anterior era intencionalmente cheio de floreado retórico.
Portantos… :D
Três estrelas à João Lopes. Então é assim. A minha escala é:
1 estrela = mau
2 estrelas = médio (ou medíocre)
3 estrelas = bom
4 estrelas = excelente
5 estrelas = obra prima (Citizen Kane, 2001 Odisseia no Espaço, Cinema Paraíso, todos os filmes com a Penélope Cruz… ok, este último critério talvez não!lols)
Sobre ser um cinéfilo fácil. Impõe-se uma correcção. Não é fácil o termo certo. É mais “benevolente”. Por exemplo, quando um filme tem qualidades, mesmo sendo uma obra menor, tendo a gostar e a valorizar o que tem de bom. Mas também concordo que com a idade tenho menos paciência para coisas enlatadas, no cinema, na música… e da arquitectura nem falo, porque estou farto fartinho de todo de coisas “da actualidade” e dos epifenómenos do momento. E lá estou eu a resvalar outra vez para palavras pretenciosas.
O Schoenaerts, sim, acho que vou acompanhar a carreira com atenção. Mas eu tenho as minhas fixações estranhas com actores e actrizes. Por exemplo, sou super-fã do Miles Teller e da Noomi Rapace. As belezas dizem-me pouco, gosto de gente a transbordar de carisma.
Abraço e obrigado pelo teu blogue. Comento pouco mas acompanho no feed e visito sempre que posso. Fica bem.
Eu percebi que estava no espírito da época :) .
É um defeito que eu tenho (o inverso disso)… mas no caso do cinema, livros e em geral, agora faço uma coisa que não consigo evitar e antes não me acontecia: Confronto sempre (o filme por exemplo) com o tempo que estou a gastar e começo a magicar se não estaria melhor a fazer outra coisa. Nesse sentido, já só me interessam filmes 4 e 5 (Bom e Muito Bom). Obra prima já rebenta a escala — é como a bola preta, mas ao contrário. Quando dou uma estrela ou duas, na verdade para mim é o mesmo que a bola preta, é sinal que o filmeco já me enervou.
Concordo com as tuas escolhas de actores e actrizes. E obrigado por passares cá e também pelo teu blogue. Foste um dos que ficaram.
Por falar em Miles Teller… Reed Richards no Fantastic Four 2015? Esse nem preciso de ver, corro imediatamente a bola preta! :D