Eden (2014) (46)
É incrível como não mudaste.
Traz de volta tantas recordações.
Isso deixa-me triste.
Não vamos falar disso.
As epifanias da juventude, o caminho escolhido, fazer aquilo que se gosta em vez do que se espera de nós. Até onde conseguimos ir até que gradualmente tudo deixe de fazer grande sentido? A sensação que apenas podemos aferir a nossa própria felicidade contra a das pessoas que nos rodeiam.
Seguimos Paul, um DJ da cena house parisiense, que acaba por se especializar em “garage com um toque francês”, mantendo-se fiel aos seus gostos até ao inevitável declínio dele próprio e de um estilo musical que o filme ilustra durante 20 anos. Mas é muito mais que uma narrativa de época pontuada por factos e factóides — como por exemplo o despontar dos Daft Punk (estando Paul na casa de um deles, na sala ao lado). A música “entre a euforia e a melancolia” como diz Paul, pontua o filme de uma forma brilhante a 120 batidas por minuto, mas nunca as cenas se deixam levar por esse ritmo. Um filme imensamente triste de Mia Hansen-Løve.
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