Flora danica
A Flora Danica é um atlas botânico da flora dos territórios da Dinamarca em 1874 (que incluiam a Islândia, Ilhas Faroé e Gronelândia). Foi iniciado em 1753 por G. C. Oeder, na altura professor de botânica no Real Instituto de Botânica da Dinamarca e demorou 123 anos a ser completado.
A obra é constituida por 51 partes e três suplementos, num total de 3240 gravuras em cobre que depois de impressas eram coloridas à mão. Um trabalho científico verdadeiramente monumental.
Em 1790 o príncipe Frederik da Dinamarca, ordenou que se fizesse um serviço de jantar em porcelana decorado com cópias exactas da Flora Danica, diz-se que para oferecer à imperatriz da Rússia, Catarina II, que nunca o recebeu pois faleceu em 1796.
Para o trabalho, que mais que decorativo se queria cientificamente correcto, chamaram Johann Christoph Bayer, que já Oeder tinha contratado em 1769 para trabalhar no livro. O serviço de 1802 peças, das quais restam ainda cerca 1500, foi terminado em 1802. Ainda hoje está a uso em algumas ocasiões oficiais no Palácio Christiansborg em Copenhaga.
Muito interessante também, é o facto que há mais de 200 anos serem produzidas cópias do serviço de jantar original pela Royal Copenhagen.
Quando vi a colecção, na minha já mencionada ingenuidade, pensei — ora aqui está algo mesmo bonito e que não me importava de ir coleccionando. Ao consultar os preços das peças, fiquei a entender porque é considerado um serviço de reis — verdadeiramente só ao alcance da realeza.
Uma resposta para“Flora danica”
Um exemplo de que os valores naturais de um povo não se semeiam de um dia para o outro.
[…] Quando, por acaso, tão por acaso que já nem me lembro o que estava à procura, descubro assuntos como o do texto anterior, sinto-me como Newton quando apanhou com a maçã na cabeça. A única diferença é que na Internet arriscamo-nos a levar com o pomar todo. E enquanto fantasio sobre futuros pomares, eis que um arguto comentarista me pede um folheto de pássaros “com também gaiolas”, aparentemente porque falei em pássaros extintos. Ah, admirável internet! Que seres maravilhos há aqui! * […]
Cá também se semearam alguns, não sei é o que é feito da colheita.