Novo mínimo no gelo do Árctico +
Afinal o facto de o ecran do computador estar branco ou negro é mais complicado
De qualquer modo, poupa alguma energia. TreeHugger.
Tema da série Bonanza cantado por Johnny Cash
Lindo! YouTube.
The Edible Balcony Garden
Mais um blogue interessante, principalmente para os habitantes de apartamentos.
Um céptico que mudou de opinião
Reason Online.
Outro céptico que mudou de opinião
Scientific American.
Al Gore diz que os poluidores manipulam a informação climatérica
Entre outra, diria eu. ABC.
Depois de Tony Blair ter deixado no governo uma série de metas ambientais ambiciosas, já se pensa noutros caminhos
Parece a série “Yes, Minister”, a realidade tem a mania de ultrapassar a ficção. Guardian Unlimited.
Novo mínimo no gelo do Árctico
Mas o Mitos Climáticos já veio sossegar toda a gente com uma brilhante tirada científica: “ninguém pode afirmar que não venha novamente a recuperar no próximo ciclo”. Pessoalmente não estou nada preocupado, o que está em marcha, está em marcha. BBC.
Nos campos irrigados, a evaporação da água tem o efeito de arrefecer a atmosfera em volta
Mas à medida que há menos água, esse efeito pode vir a ser menor. É o contrário das ilhas de calor urbanas (como por exemplo a Avenida dos Aliados, no Porto). NewScientist.
O ano de 1934 como o mais quente dos EUA, desde que há registos
A verdade no Real Climate. O que se lê sobre isto é de pasmar — porque 1998 foi considerado o mais quente. Mas tratam-se de centésimas (0,03ºC) sem significado estatístico. Há uma teoria da conspiração a ser cuidadosamente construida pelos cépticos, tudo é muito misterioso, esta informação foi divulgada sem grande alarido, etc., etc. Patranhas.
Uma resposta para“Novo mínimo no gelo do Árctico +”
Pelo que percebi dos cépticos convertidos, o primeiro afirma que nunca recebeu quaisquer “subvenções” da Exxon ou similar e promete continuar a fazer ciência com o máximo de honestidade. O segundo parece que se assustou com algumas informações sobre recuo de glaciares e mudou de ideias sobre o AGW.
Se o primeiro for uma amostra representativa dos cientistas, fico mais descansado!!
A evolução de gelo no Ártico pode ser vista em http://arctic.atmos.uiuc.edu/cryosphere/IMAGES/seasonal.extent.updated.jpg
O link diz que há uma diminuição de 30% do mar de gelo Ártico. O que significa uma redução muito inefrior a 30% do total do gelo Ártico. Esta distinção parece-me confusa, mas é melhor ficar apenas com a ideia a patir dos dados do site da Cryosphere. É no entanto interessante notar que no Inverno o Ártico praticamente se recompõe, embora no Verão haja uma tendência para a descida. De referir também que os dados mais fiáveis são só a partir dos anos 70 (satélites).
O Mitos Climáticos refere ainda que a Antártica está a atingir máximos de área ocupada com gelo, embora não refira números nem indique link.
Sobre o arrefecimento das temperatura nas vizinhanças de campos irrigados, também já tinha dado por ela depois de sair do banho e apanhar vento. No entanto há um senão. O vapor de água é um gas de estufa, logo é possível que aumente a temperatura média embora localmente arrefeça.
A minha teoria é que com o aumento do campos de milho e de arroz para sustentar a população mundial, aumentámos o efeito de estufa, o que justifica o aumento global da temperatura. Estou a brincar…
Glups, distracção minha.
O site da Cryosphere tem também a evolução dos gelos da Antártida.
http://arctic.atmos.uiuc.edu/cryosphere/IMAGES/current.area.south.jpg
Obrigado pelo Johnny…este homem fazia de cada canção um clássico intemporal!
Eu tento não me submergir totalmente no meu “bias”. Acredito que na generalidade não é assim e o que está por detrás desta história é principalmente a Exxon, mas também não tenho razões para não acreditar que este foi honesto nas opiniões.
Já li o “The Weather Makers” de Tim Flannery, na edição portuguesa “Os Senhores do Tempo”. Foi nas férias no Vimeiro o ano passado — junto com o “Freakonomics” e “O Economista Disfarçado”, dois livros muito queridos dos liberais que temos (não perdi o meu tempo e até gostava de me debruçar sobre o “Economista Disfarçado” um dia destes).
Mas dizia, não me lembrava que fosse um livro capaz de mudar opiniões — deve ser porque eu já tinha a opinião do autor :) . Devia experimentar lê-lo.
A questão do gelo este ano, é que os mínimos de 2005 vão ser ultrapassados. Já se sabe que no Inverno irá crescer outra vez.
Porque é que nesse blogue o gelo no Antárctico é sempre prova que o aquecimento global não existe e o calor no Árctico nunca é prova que o ag existe? O frio na américa do Sul prova tudo. Ondas de calor na Europa não provam nada.
E o autor queria destaque nas TVs! E tem o desplante de dizer “a BBC News de 10 de Julho de 2007 já não consegue esconder (o que é feito dos media portugueses?) a situação actual na Argentina, na Bolívia e no Chile”… Esconder de quem? Com que objectivo? Qual é a notícia afinal?
Tudo falsidades para dar ideia de “teoria de conspiração” de pacotilha. As notícias na Europa, toda a gente sabe que andam no eixo Europa-EUA, passando por Bagdade e Cabul. No EUA, as notícias andam no eixo EUA-EUA, passando por Bagdade e Cabul. Só com muitos mortos se justificava a “ligação” à Argentina, Bolívia e Chile. Mas, para provar teorias (pensava que era com estudos) há que parar tudo e mandar correspondentes para onde neva. Lá é que estão as notícias verdadeiras.
O Engº Rui Moura não precisa de que o defenda, mas…
“E [Rui Moura] tem o desplante de dizer “a BBC News de 10 de Julho de 2007 já não consegue esconder (o que é feito dos media portugueses?) a situação actual na Argentina, na Bolívia e no Chile”… Esconder de quem? Com que objectivo? Qual é a notícia afinal?”
A notícia é que há ondas de calor na Europa E ondas de frio na américa do Sul.
Não posso garantir, mas apostava algum dinheiro que, regra geral, qualquer informação que aponte para aumento da temperatura global, alterações climáticas (no sentido de originadas pelo homem, ou consequências projectadas lá para 2080, tem eco nos media nacionais. Qualquer informação (climática) que não aponte em tal sentido é pura e simplesmente ignorada. Não “vende”.
Exemplo, as inundações pelos países do extremo asiático vêm sempre com os epítetos de “as maiores desde 19XY”, (num sentido de “estão a ver as alterações climáticas em acção?)e, não garanto porque não tenho prestado particular atenção, devem ter referências a “alterações climáticas” (vide p.e. http://noticias.rtp.pt/index.php?article=292672&visual=16).
O nosso Verão algo atípico nunca tem referências ao aquecimento global, no entanto variações anormais do clima são uma das previsões do IPCC, mas apontam para extremos… Mas não vamos complicar a cabeça às pessoas. Basta-lhes saber que que o AG é de alguns graus/século actualmente, que o mar deve subir p’ra aí um metro até 2100, que vamos ter mais inundações e ondas de calor e que está tudo decidido. Não há mais nada a estudar, vamos é apagar as luzes, pagar mais por energias alternativas e tudo voltará à normalidade ( O IPCC diz que não voltará ao normal nos próximos decénios mesmo que quase voltemos à Idade da Pedra, mas esta informação não é relevada…).
Interessante, os cépticos não estão a fazer um bom trabalho em Portugal!
http://noticias.rtp.pt/index.php?article=273277&visual=16
Interessante também que 72% acham que a energia vai ficar mais cara!! Pelo menos neste aspecto parece haver uma análise correcta da situação.
Aproveito e vou INVENTAR umas teorias para a diminuição de gelo no Ártico:
– Mudança do percurso “habitual” de correntes marítimas quentes
– Vulcões submarinos mais activos/alterações do manto nessa zona
– Aumento do tráfego de quebra-gelos e navios na esteira quando estes conseguem abrir passagens
– Alteração progressiva da declinação magnética
Gostava de realçar que esta dimunuição até é perfeitamente possível que seja devido ao aquecimento médio da água do mar/da temperatura global/regional devido a ________ ________ (preencher os espaços em branco)!
Está muito enganado na minha opinião. A notícia é um número de mortes significativo. Ou destruição significativa. Isso não é notícia nenhuma.
Mas diga lá de quem anda a BBC (e já agora os outros) a esconder informações preciosas neste Mundo globalizado. E com que objectivo.
Nem em lado nenhum. Sabe porquê? Porque as suas teorias e historietas de conspirações dos eco-talibans e da eco-religião não têm bases nenhumas.
E os poucos honestos que eventualmente ainda se mantêm irredutíveis (até Bjorn Lomborg já mudou o disco), mantêm como companhia, pessoas da mais baixa índole.
Porque haveria de pagar mais por energias alternativas? As economias de escala e a oferta/procura devem resolver esse seu problema.
De qualquer modo essa é uma postura verdadeiramente lamentável. É tudo uma questão de números, correcto? Uma comentadora da CNBC também diz que no caso do chumbo nos brinquedos, o que conta é o preço baixo conseguido na China. Dispenso esse mundo.
Essa do não há mais nada a estudar é o que a Exxon e os seus cépticos querem. Mas não tiveram, nem vão ter. Os verdadeiros investigadores continuam o seu trabalho, imunes às pressões industriais e políticas.
PS: Estou a ver um sismo no Perú no telejornal. Qual é a notícia? O sismo ou as centenas de mortos? Nós queremos é ver a neve, isso sim é notícia!
“Está muito enganado na minha opinião. A notícia é um número de mortes significativo. Ou destruição significativa. Isso não é notícia nenhuma.”
Concordo. Só não percebo é porque, sempre que possível, o aquecimento global é introduzido nas notícias.
“(…)os cépticos não estão a fazer um bom trabalho em Portugal!
Nem em lado nenhum.”
De acordo com o artigo da Newsweek sobre a conspiração dos cépticos, (“the denial machine is running at full throttle—and continuing to shape both government policy and public opinion”) estes estão efectivamente a atingir os seus objectivos. Principalmente nos EUA onde as taxas de “cépticos” são maiores do que em Portugal (“Just last year, polls found that 64 percent of Americans thought there was “a lot” of scientific disagreement on climate change; only one third thought planetary warming was “mainly caused by things people do”). Bom, na verdade, as questões colocadas aos americanos e aos portugueses não são directamente comparáveis, mas fico com a sensação que a situação, para quem está de acordo com a teoria do AG antropogénico, está menos famosa do lado de lá do Atlântico.
Será que há mesmo uma “conspiração organizada” de detractores do AG?
“pessoas da mais baixa índole”
Este link mostra-me que haverá muito ruído/contra-informação. Será efectivamente complicado distinguir entre bom e mau trabalho da parte dos cépticos. Suspeito que o mesmo se passa do lado dos “apoiantes do AG”.
Chamou-me particular atenção a petição do Oregon, que vou comentar.
Do link: “We urge the United States government to reject the global warming agreement that was written in Kyoto, Japan, in December 1997, and any other similar proposals. The proposed limits on greenhouse gases would harm the environment, hinder the advance of science and technology, and damage the health and welfare of mankind. There is no convincing scientific evidence that human release of carbon dioxide, methane, or other greenhouse gases is causing or will, in the foreseeable future, cause catastrophic heating of the Earth’s atmosphere and disruption of the Earth’s climate. Moreover, there is substantial scientific evidence that increases in atmospheric carbon dioxide produce many beneficial effects upon the natural plant and animal environments of the Earth.”
De http://www.oism.org/pproject/
“Below is an eight page review of information on the subject of “global warming,” and a petition in the form of a reply card. Please consider these materials carefully.
The United States is very close to adopting an international agreement that would ration the use of energy and of technologies that depend upon coal, oil, and natural gas and some other organic compounds.
This treaty is, in our opinion, based upon flawed ideas. Research data on climate change do not show that human use of hydrocarbons is harmful. To the contrary, there is good evidence that increased atmospheric carbon dioxide is environmentally helpful.
The proposed agreement would have very negative effects upon the technology of nations throughout the world, especially those that are currently attempting to lift from poverty and provide opportunities to the over 4 billion people in technologically underdeveloped countries. (…)
Frederick Seitz, Past President, National Academy of Sciences, U.S.A., President Emeritus, Rockefeller University”
De notar as diferenças subtis entre o que o link “pessoas da mais baixa índole” afirma que é dito na petição e a petição em si. RUÍDO!!!
“Porque as suas teorias e historietas de conspirações dos eco-talibans e da eco-religião não têm bases nenhumas”
O link http://www.norcalblogs.com/watts/2007/08/guest_weblog_a_report_from_the.html e o primeiro na cixa de comentários, bem como os comentários respectivos aos dois links são exemplos pela negativa de que os cépticos são eco-talibans ou eco-religiosos sem bases. Certamente haverá muitos mais links a demonstar a falsidade acima referida (falsidade no sentido de “rotular” todos os cépticos).
“Porque haveria de pagar mais por energias alternativas? As economias de escala e a oferta/procura devem resolver esse seu problema”
Tem razão no que afirma. Mas porque perder/gastar recursos agora em vez de esperar que os combustíveis fósseis aumentem de preço (devdo à escassez e/ou procura) / em vez de esperar por condições mais favoráveis economicamente para uma aposta em força em fontes de energia alternativa? Como já referi, é aceitável algum investimento nestas tecnologias em termos de garantir diversificação de fontes/segurança energética. Massificar? Continua a parecer-me errado.
Não tenho a mínima dúvida. Está mais que documentado. Chegou à Casa Branca. O “melhorador” de relatórios científicos saiu da administração Bush directamente para a Exxon. O “lobbying” tem de ter limites.
Eu leio e vou dando uma importância relativa às coisas. Para o bem e para o mal, a opinião pública americana é altamente volátil e nada informada do que se passa no exterior.
Note que Bush já admitiu que o Iraque não esteve envolvido no 11/9 e mesmo assim 17% dos americanos continuam a acreditar que sim. Mesmo depois de Bush admitir alterações climáticas de origem antropogénica (leia-se americana neste caso), muitos vão pensar que é uma conspiração para acabar com a América. Eu desconfio que a América um dia destes colapsa como a ex-URSS. Economicamente, neste momento, estão nas mãos da China — o que é trágico.
O blogue do Watts quase que me convencia até ler isto:
“Of course, the vast majority of mainstream climate researchers receive between $100,000 to $200,000 from the federal government to do the same, but in support of manmade global warming.”.
Hã? O governo federal americano? De certeza que é para isso? Esta é para rir, mas cada um que acredite no que quiser.
Ah, por falar em ruído, nesse mesmo blogue diz que o Climate Audit está em baixo e apesar de ter sido mencionado no execrável Rush Limbaugh e no Slashdot, sugerem que possa ter sido um ataque de hackers (que aliás o Eng. Rui Moura sem qualquer tipo de base também já tinha ventilado). Nada como manter a conspiração a rolar.
Qualquer pessoa nestas andanças sabe que um blogue normal em servidor partilhado que apareça no Slashdot ou no Digg, o mais provável é ir-se abaixo por excesso de tráfego. Ou foi um ataque, ou não foi um ataque. A sua sugestão é só com um objectivo. É esta gente que se diz cientista.
Vou ter que me debruçar mais de perto sobre Oregon. Também não gosto muito de manipulações descaradas.
Não, eco-talibans, eco-religiosos, nazis (ou eco-nazis, ou eco-fascistas), comunistas, fundamentalistas ou terroristas, são pessoas como eu nunca os cépticos. É o que dizem em “referências” como O Insurgente e outras pérolas do copy/paste nacional.
Olhe que é capaz de não haver assim tantos.
Porque nada aparece de um dia para o outro. Não se compara o motor de um Ford T com o de um SMART. Os carros não nasceram com a eficiência do SMART, nem nada do que hoje existe e é dado como adquirido — muita coisa aliás foi com sangue, suor e lágrimas.
Porque a tecnologia das células solares fotovoltaicas é dos anos 70 e foi desenvolvida para a conquista do espaço. Desde aí pouco dinheiro se investiu.
Porque sem milhões investidos em R&D, não será possível e sendo uma área emergente, há milhares de milhões para os primeiros facturarem. Portugal é aliás um caso paradigmático — o que nos impediu de liderar na Europa a R&D e a indústria solar por exemplo (até tinhamos o incentivo extra de importar praticamente toda a energia)? E a eólica, querem agora construir um “cluster” tecnológico, com décadas de atraso e depois das cartas estarem dadas (e são os nórdicos que as dão Espanha).
E querem encher tudo o que é área protegida com aerogeradores, que nem o aumento do consumo cobrem. Tudo para enganar o ceguinho.
Massificar… Veja bem, na outra vez disse que ninguém impede de instalar energia solar térmica (que eu argumento que ninguém incentiva), mas e a micro-geração (hídrica, solar, eólica)? Porque não podem os particulares gerar energia? Um processo parado há décadas. Querem colocar agora a funcionar, mas acredito quando vir, porque desconfio que a própria rede não está preparada para isso — por um lado porque se investe o mínimo na rede, por outro em certas áreas, com o aumento da população, os cabos já estão sobrecarregados.
Podem-se seguir vários caminhos na mesma direcção.
Apenas tenho a referir algumas coisas:
1 – A esmagadora maioria dos glaciares mundias estao em acentuado estado de regressao especialmente os glaciares de montanha e/ou massas de gelo mais pequenas.
2 – No caso das grandes massas glaciares (Gronelandia, Antartida, Arctico no seu centro). Esta a ococrrer perca de massa nas periferias e ligeiro aumento de massa no centro.
3 – O motivo para isto e o aumento da humidade relativa na atmosfera resultado do aquecimento global.
3.1 – Uma atmosfera mais quente pode conter uma maior quantidade de vapor agua, o vapor de agua tem um tempo de permanencia na atmosfera curto (max. 2 dias) e precipita. 3.2 – A unica forma de conciliar estes humidade relativa alta com tempo de permanencia curto e aumentado a precipitacao a nivel global.
3.3 – No centro destas grandes massas de gelo, devido as baixas temperaturas a precipitacao cai sob a forma de neve. Na periferia cai como chuva amplificando as percas de massa.
3.4 – O resultado final no entanto, para a massa glacial como um todo (centro+periferia) e um de perca geral de massa.
4 – A Antartida e o caso particular porque e o unico continente do planeta cuja temperatura media ainda nao aumentou, isto tem 2 motivos:
4.1 – o hemisferio sul tem menos massas terrestres que o hemisferio norte, como o mar tem uma inercia termica maior que as massas de terra demora mais tempo a aquecer,
4.2 – o grande mar do Antartido com as suas fortes correntes (devido a falta de massas terrestres que lhe reduzam a forca) recircula a agua quente extra tanto a superficie mas tambem e crucialmente em profundidade onde as massas de agua permanencem frias, evitando, por enquanto, aumentos de temperatura significativos.
4.3 – Este estado de coisas no entanto nao pode durar para sempre, a inercia termica sera eventualmente ultrapassada alias, e apos isso acontecer a Antartida comportar-se-a de forma semelhante ao actual comportamento da Gronelandia.
4.4 – Ou seja na Antartida, a humidade relativa extra (porque o vapor de agua se mistura relativamente bem na atmosfera) ja aumentou os niveis de precipitacao (sob a forma de neve) no centro, mas a periferia, as fortes correntes de do mar antartido estao a preveninir um aumento acentuado da temperatura deste mar em particular limitando as percas de massa. Limitando, repare-se o que se esta a passar na peninsula antartida e poderemos ver como ja alguns sinais de mudanca.
Lowlander
A questão da “maioria” dos glaciares estar em recessão parece estar em aberto e comentários.
http://nsidc.org/data/docs/noaa/g01130_glacier_inventory/ se alguém quiser ver um dado glaciar ou zona em particular (não o fiz).
3.1 e 3.2 Não creio que as afirmações sejam tão lineares como o exposto. Como a atmosfera pode manter mais vapor se estiver mais quente, significará que o tempo médio de permanência será maior, assumindo que a quantidade de evaporação se mantém constante. Ora esta depnde presumivelmente do vento e da temperatura superficial dos oceanos/da interface. Se efectivamente as temperaturas do mar/superfície aumentarem será de prever um aumento de precipitação após a atmosfera ficar saturada.
3.3 Não tenho a certeza do afirmado. Não é líquido que uma precipitição líquida sobre gelo escorra antes de solidificar :)
Além de que, a criação e destruição sazonal de lençóis de gelo não se dever à precipitação mas às baixas temperaturas do ar junto à superfície, creio.
4.3 Não tenho informação para poder contrapor ao afirmado, mas assumindo que é verdade, quando a recirculação de água quente passar mais perto/na superfície as plataformas de gelo da Antártica comportar-se-ão mais como o Ártico. Parece-me plausível. A única questão é quando é que “a inercia termica sera eventualmente ultrapassada”.
Por acaso estou curioso sobre este assunto da península da Antártida estar a diminuir. Seria possível um link?
Bom comentário — informativo (referia-me ao Lowlander — Ok, o do Osvaldo Lucas também é informativo).
Osvaldo, será possível introduzir os links no correr do texto? Os endereços grandes demais desformatam isto tudo.
“A questão da “maioria” dos glaciares estar em recessão parece estar em aberto e comentários.”
Nao, nao esta em aberto. So nas grandes massas glaciares e que ainda existe alguma discussao sobre que sentido relacoes centro vs periferia estao a pender. E o consenso e que a Antartida e a unica excepcao notavel ao panorama global.
“Não creio que as afirmações sejam tão lineares como o exposto. Como a atmosfera pode manter mais vapor se estiver mais quente, significará que o tempo médio de permanência será maior,”
As suas crencas sao inconsequentes perante a esmagadora realidade das propriedades basicas da molecula de H2O. Uma atmosfera quente contem mais H2O mas nao tem nenhum efeito sobre o seu tempo de permanencia. Pra alterar isso das duas uma: ou altera as propriedades da molecula H20 que tem impacto no seu pontos de mudanca de estado fisico ou introduz outros compostos com o qual a molecula se combine criando moleculas compostas mais estaveis.
Uma atmosfera mais quente significa simplesmente maior taxa de evaporacao.
“Não é líquido que uma precipitição líquida sobre gelo escorra antes de solidificar :)”
Quem falou e escorrencia? Agua no estado liquido reduz o albedo do gelo alem de que introduz energia extra (na forma de calor) na massa de gelo. Para que a agua passe do estado liquido ao solido e necessario que perca essa energia para algum lado, como a temperatura ambiente nao vai de certeza retirar-lhe essa energia sobra apenas a massa de gelo onde caiu.
De resto em falei na precipitacao como amplificador de percas de gelo e nao causador. Dicionarios servem para mais coisas que simples calcos de mesinhas-de-cabeceira.
“Por acaso estou curioso sobre este assunto da península da Antártida estar a diminuir. Seria possível um link?”
Eu tambem sou um curioso do tema. O google e um excelente ponto de partida. A NASA, o realclimate, o relatorio IPCC, ate o instituto nacional de meterologia sao outras fontes.
A temperatura da atmosfera não tem qualquer impacto no tempo médio de permanência? Mas admite-se que a quantidade que pode suportar sem precipitar aumenta. Assumindo que as quantidades evaporadas são as mesmas antes e depois da atmosfera aquecer o tempo médio de permanência tem de aumentar obrigatoriamente.
Imaginenos duas situações:
Ev1 = 1/dia Prec1=1/dia H2Oatm =10
Ev2=1/dia Prec2=1/dia H2Oatm=20
(ou seja que há um equilíbrio entre a precipitação e a evaporação, e estas se mantém constantes, mas a quantidade de água na atmosfera aumentou)
No primeiro caso o tempo médio de permanência seria de 10 dias e no segundo de 20 dias. As minhas desculpas por estas contas de merceeiro.
Mas se quiser colocar uma equação diferencial com os balanços de massa para uma resposta do sistema a uma subida da variável Temp-ar em rampa, esteja à vontade. Não me sinto habilitado para tal.
Sobre a influência da chuva nos glaciares, não tinha pensado na alteração do albedo. Mas continuo a achar que o tempo médio que a água no estado líquido assim permanece sobre uma placa de gelo não será muito significativo.
A afirmação de que apenas o gelo vai servir para retirar a entalpia necessária para a mudança de fase da água para o estado sólido parece-me incorrecta. As temperaturas ambientes nas zonas dos gelos são muitas vezes inferiores a 0ºC.
Mas sim, alguma subida de temperatura será registada no gelo. Mas como Antártida a temperaturas são mesmo bastante abaixo do 0ºC não se prevê, nos tempos mais próximos que os km de altura de gelo do CONTINENTE possam vir a entrar no mar de forma significativa.
O Ártico pode ser mais complexo devido a estar, maioritariamente sobre água e as temperaturas serem bastante mais quentes do que no outro pólo.
Temos de esperar para ver se o aquecimento global (cujos valores de crescimento estão neste momento sob escrutínio/atenção da infosfera como se pode verificar em http://www.surfacestations.org/ além de um ou outro link com dúvidas sobre a fiabilidade de estações p.e. na Rússia e na China.) será suficiente para levar ao desaparecimento do pólo Ártico ou não. Estou em crer que a extrapolação da diminuição actual deste sofre dum problema. é que quanto mais próximo estivermos do pólo, a incidência solar é cada vez menor, ou sseja será cada vez mais difícil de aquecer por outros factores. Além deste há sempre a hipótese de ser um ciclo natural, de causas desconhecidas e mais ou menos independente do aquecimento registado.
Ok fui dar uma volta com o Google sobre a península da Antártida.
As questões não parecem muito lineares sobre o aquecimento do Ántártico, embora seja nítido o aquecimento na Península
http://www.nerc-bas.ac.uk/public/icd/gjma/trends2004.col.pdf
e ainda http://www.techcentralstation.com/042505C.html
(As fontes foram os comentários de http://www.realclimate.org/index.php?p=146 )
JRF – Envie-me um mail com instruções s.f.f. Creio que é feito com tags mas nada mais.
PS
Agora reparo neste link do JRF
“O ano de 1934 como o mais quente desde que há registos”
Isto e um erro. Engracado que o nosso prontuario de servico Osvaldo nao viu esta… os ecrans brancos fazem os olhos piscos, eu entendo…
A correcao do GISS levou a que o ano mais quente NOS EUA passa-se a ser 1934. Em termos globais absolutamente nada mudou. Em termos regionais (EUA) houve revisao em baixa (-0.015 Celsius) da anomalia termica num periodo de 70 ou 80 anos.
A alteracao e significativa nos EUA no periodo 2000-2006.
Tem razão, vou corrigir.
Acho que a alteração não é significativa nos EUA nesse período. Continua a ser um período com um aumento substancial da temperatura média.
“Assumindo que as quantidades evaporadas são as mesmas antes e depois da atmosfera aquecer”
Porque razao voce assume tal dispatate??? Ha um ditado em ingles sabia? “Never assume, it will make ASS of U and ME.”
A humidade relativa na atmosfera e uma equacao de equilibrio dinamico entre evaporacao e precipitacao. Uma vez que a taxa de evaporacao obviamente aumenta com um aumento de temperatura (a nao ser que o Osvaldo tenha ai na manga uma inovadora teoria sobre fisico-quimica), o ponto de equilibrio do sistema e necessariamente deslocado, neste caso para um patamar com maior humidade relativa na atmosfera. Eventualmente isto causara um aumento da taxa de precipitacao como feedback ate que esta iguale a quantidade extra de vapor de agua que esta a ser evaporado, concretizando o novo ponto de equilibrio.
Se tal nao suceder, o resultado absurdo seria um aumento ate ao infinito da humidade relativa na atmosfera…
Nao percebo bem porque e que estamos a debater um ponto tao basico. Isto e fisico-quimica do secundario.
Como nao quero ser acusado de induzir pessoas em erro a pensarem que sou sobre-humano quero aqui rectificar uma incorrecao. E verdade!
O Lowlander errou: O tempo medio de permanencia do vapor de agua na atmosfera sao cerca de 10 dias. Isto varia conforme a latitude do planeta com tempos menores nos tropicos e mais dilatados nos polos. Uma quantidade estatisticamente irrelevante acaba por chegar a estratosfera onde subsiste por periodos mais dilatados, mas essa porcao nao influencia a humidade relativa troposferica (que e a que a que precipita).
“Estou em crer que a extrapolação da diminuição actual deste sofre dum problema. é que quanto mais próximo estivermos do pólo, a incidência solar é cada vez menor,”
Esta em crer mal. Precisamente por a incidencia solar ser menos importante nos polos e que ocorre o fenomeno da amplificacao polar. Nos polos o efeito estufa tem muito mais influencia na temperatura media ambiente porque esta depende muito mais da reflecao da radiacao de corpo negro (google) e do efeito de albedo do gelo que em qualquer outro ponto do planeta. Como o Arctico nao tem um mar para fazer recirculacao do calor extra como a Antartida tem, nem ja agora, um buraco na camada de Ozono estratosferico que tambem tem efeito na quantidade de radiacao de corpo negro reflectida de volta para o Espaco, esta a aquecer a um passo muito mais acelerado que qualquer outro ponto do globo.
PS
1 – “As temperaturas ambientes nas zonas dos gelos são muitas vezes inferiores a 0ºC.”
Pois sao… mas certamente nao quando chove, senao a precipitacao passa a cair sob a forma de neve.
2 – “o aquecimento global (cujos valores de crescimento estão neste momento sob escrutínio/atenção da infosfera como se pode verificar em http://www.surfacestations.org/”
Escrutinio/atencao dos suspeitos do costume.
Se anda no google a buscar informacao dos sites-sanita da web obviamente so vai extrair merda.
Lowlander, não sei se é representativo e se os exemplos embandeirados são a regra (julgo que não), mas essa história do Surface Station marca uns pontos. Não muda nada mas marca uns pontos.
E veja lá se tem calma, o Osvaldo Lucas está a discutir o assunto de forma séria.
Agora coloquei um link directo para aqui nos destaques à direita.
Lowlander
Sugiro que releia o que escrevi sobre a evaporação e tempo de permanência do vapor de água na atmosfera.
“3.1 e 3.2 Não creio que as afirmações sejam tão lineares como o exposto. Como a atmosfera pode manter mais vapor se estiver mais quente, significará que o tempo médio de permanência será maior, assumindo que a quantidade de evaporação se mantém constante. Ora esta depende presumivelmente do vento e da temperatura superficial dos oceanos/da interface. Se efectivamente as temperaturas do mar/superfície aumentarem será de prever um aumento de precipitação após a atmosfera ficar saturada.”
Sobre o problema de arrefecimento da zona polar, creio que o facto do menor grau de incidência (em média, pois obviamente devido à declinação magnética e posição na órbita anual tem variações) será certamente a razão principal de diminuição das temperaturas (assumime-se que para a mesmas condições de altitude) em direção ao polo.
Estive a dar uma vista de olhos por “amplificação polar” e parece-me significar que é natural que o Ártico aqueça mais do que o globo em geral, embora dependa da escala temporal considerada. São apontados feedbacks positivos e negativos mas, sinceramente não compreendi bem a razão deste facto de amplificação polar. Mas continuo a achar que quanto mais perto dos polos estivermos mais frio estará, logo maior tem de ser a quantidade de calor transferida para derreter o gelo, ou seja a taxa de retracção do gelo deverá ser cada vez menor.
Peço desculpa mas os meus conhecimentos de termodinâmica não me permitem avançar mais.
Sobre a precipitação líquida em zonas de temperaturas negativas creio que é possível, embora pouco frequente/significativa. Depende da transferência de calor possível durante a queda e a temperatura onde estiverem as núvens que a originaram. O inverso (neve em temperaturas junto ao solo positivas) é possível e acontece de vez em quando em Portugal.
Sobre as anomalias em estações de medição de temperatura há efectivamente uma necessidade de melhorarmos os dados tanto quanto possível por uma razão muito simples. Se os modelos usam estes dados como entrada/ou valores a tentar reproduzir, uma diferença de, digamos 20% (por ex: de 0,5ºC/séc para 0,4ºC/séc) na evolução da temperatura global conhecida, quando extrapolada para 2100 pode reflexos muito significativos.
Temos ainda o problema do significado da temperatura média global (que, suspeito, deverá ser algo como um integral da temperatura ao longo de toda a superfície do globo terrestre, com “problemas” devido a diferentes capacidades caloríferas, zonas de maior/menor capacidade reflectiva, correntes oceânicas, etc, etc). O melhor seria trabalhar com temperaturas “regionais”, mas temos agora o problema de definir as regiões! Deixo este assunto para os especialistas.
“Sobre as anomalias em estações de medição de temperatura há efectivamente uma necessidade de melhorarmos os dados tanto quanto possível por uma razão muito simples.”
A anomalia da temperatura media global esta calculada com uma margem de erro de 0.18 Celsius (IPCC Technical summary pag 34).
Obviamente que uma melhoria das estacoes de medicao trara beneficios mas nao existe “uma necessidade” porque tem o peso de milhares e milhares de medicoes pelo mundo fora mais a estatistica basica para lhe dizer que mesmo que os instrumentos fossem muito mais primitivos do que aquilo que sao hoje (que o foram no final do sec. XIX) o simples volume de medicoes permite obter uma imagem global com margens de erro reduzidas.
Para sua informacao o registo instrumental de temperaturas no Hemisferio Norte existe desde pelo menos a Idade Media, no entanto as instituicoes internacionais so dao credibilidade aos registos de 1880 porque so a partir dai o volume de medicoes permitiu atingir um grau de incerteza aceitavel para a moderna climatologia.
Todo esse celeuma a volta da “qualidade das estacoes de medicao” sao sound-bites dos suspeitos do costume. O IPCC classifica a anomalia termica de “inequivoca”, as medicoes instrumentais sao ainda por cima corroboradas com variaveis proxy (retracao dos glaciares, aumento do nivel medio do mar, aumento da humidade relativa, deslocacao dos habitats para os polos e em altitude)… a polemica como se ve e escaldante!
“Depende da transferência de calor possível durante a queda e a temperatura onde estiverem as núvens que a originaram. O inverso (neve em temperaturas junto ao solo positivas) é possível e acontece de vez em quando em Portugal.”
Pois depende. So que a agua nas nuvens encontra-se sempre em estado solido. Precisamente por isso e muito mais facil haver neve com temperatura ambiente no solo positiva que o contrario.
Peco desculpa, o argumento nao colhe. Se a precipitacao cair sob a forma liquida em gelo e obvio que vai transferir mais energia para o gelo envolvente por contacto e conveccao do que com o ar envolvente (que esta mais quente que o gelo o que so por si significa menor gradiente termico com a agua) com o qual so pode transferir enrgia por conveccao.
“Sugiro que releia o que escrevi sobre a evaporação e tempo de permanência do vapor de água na atmosfera.”
Peco desculpa entao por nao ter visto esse disparate antes.
So por curiosidade: se a temperatura ambiente aumenta como e que voce estava precisamente a espera que a taxa de evaporacao nos oceanos nao aumentasse???