O futuro (do país)
Com a idade que tenho (39) já não vislumbro grande futuro. Não me acredito no país, nem nas pessoas que o habitam.
Não confio no sistema de ensino português, devia ser a primeira linha de defesa, à prova de tudo e é verdadeira fábrica de iliteracia. E já não falo da mediocridade social em que estamos mergulhados e de miséria ética como o BCP, CGD, primeiro ministro, políticos, justiça e de uma lista interminável da mais pura desonestidade e — por cá –, a consequente impunidade.
Basta-me o dia a dia. O contacto com pessoas acabadas de sair de cursos superiores, muitas vezes que passam de uns para os outros (via mestrados, pós-graduações…) como forma de enganar o desemprego e com mais de 35 anos, continuar a viver à custa dos pais. Ainda mal entraram no mercado de trabalho e a falta de responsabilidade é rigorosamente total. Trabalham pouco e mal, desmotivados (o que os motiva?), um prazo é encarado com uma displicência que chega a ser estóica. Porque chegam a demonstrar um estoicismo notável a esgrimir desculpas e tretas, em energia gasta em labirintos mentais, como se fosse sempre o mais importante. Não vai ser com estes “jovens” que se vai ser possível conseguir e muito menos com os carreiristas partidários. Isto é um estado mental. A solução? Só se for prozac e um psiquiatra como primeiro ministro.
Uma resposta para“O futuro (do país)”
O que se passou com o BCP e o estado português não é um fenómeno únicamente ocorrido em Portugal, é até mais frequente do que se pensa. O que se passou com o BCP é um dos grandes problemas da moderna economia e ainda não há soulções concretas que funcionem bem, o envolvimento de orgãos públicos é uma das soluções a que por vezes se recorre e para além do português, há o exemplo de uma situação que ocorreu pouco depois no Reino Unido e ainda mais “flagrante”.
Um dos problemas deste país é sobrecarregar-se o sistema de ensino. A educação deve começar muito antes de se entrar no ensino e não mais parar. Refiro-me a um tipo de educação que a nível de ética e de relacionamento social é mais importante que o ensino, a educação no seio da família, a que muitas famílias portuguesas se abstêm de fazer ou fazem mal. O que se está a passar em Portugal é um problema social e isso o sistema de ensino só pode aspirar a aliviar, nunca a corrigir. Se pegar em textos dos séculos passados vai verificar que em alguns casos os problemas são os mesmos de há uns séculso atrás (exemplo: política) e noutros casos houve uma mudança para melhor. Recomendo a leitura de “As Farpas” de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão.
Em suma, a educação compete a todos. Os mais velhos deveriam dar o exemplo, um bom exemplo e muitas vezes não o fazem (assim de repente vem-me ao pensamento, a imagem dos idosos que vêem um fila para o autocarro e em vez de se colocarem no fim da mesma, poem-se no início dela, passando à frente de todos os que lá estão há mais tempo). Aqueles que lidam mais proximamente com crianças jovens, desde a família a outros agentes deveriam ter a preocupação de não só fornecer uma educação mas também que essa seja pela positiva (não vejo muitos novos pais a lerem aos filhos que ainda não estão em idade de frequentar a escola, no entanto os médicos têm advertido dos bons efeitos da prática). Se com mais de 35 anos há adultos que continuam a viver à custa dos pais, sem ser por clara dificuldade de arranjar qualquer tipo de trabalho razoável, a culpa é exclusivamente dos pais que falharam a educação. E sei o que estou a dizer porque, onde vivo (uma vila) aos 18 anos a maioria dos jovens aprende a ser independente, com responsabilidade, muitos arranjam trabalho e depois ingressam no superior em ensino nocturno para que os pais não tenham dificuldades económicas, outros arranjam trabalho ao fim de semana ou em part time para comparticipar despesas de ensino, é tudo uma questão de educação.
Quanto ao sistema de ensino português, está quase totalmente desactualizado, bem como os seus agentes. Precisa de uma reforma severa, de programas, de matérias, de disciplinas, de objectivos, de professores (no sentido de os exigir com certo tipo de conhecimentos – exemplo, novas teconologias – nos que entram e formecer formação aos que por lá andam), etc.
Caro José,
A profecia, como parece ser a generalização que imprimiu à sua impressão do quotidiano e da sua relação com a geração que um dia irá governar o país, peca por ser demasiado simples e até simplória. Convive com jovens irresponsáveis e que preferem viver na casa dos pais em vez de se esforçarem por atingir a sua independência? Atribui tal pânria serôdia à educação? Pois bem, parabéns pela observação que qualquer cego vê. Para mim o verdadeiro sintoma da crise é o espírito, evidente na sua missiva, que na análise dum ínfimo segmento da sociedade e das notícias generaliza-o ao ponto de ele constituir a regra e o retrato fidelíssimo da realidade. Isso revela o pessimismo da sua visão e a tentação de sucumbir a sentenças negativas. O que pretendo eu, enfim, afirmar?
Que o senhor é tão culpado como aqueles que acusa e que há exemplos francos de probidade e educação que não merecem ser olvidados nem por sim nem por ninguém. Porque não recorda a educação, não das escolas, mas a dos pais? Porque não refere as condições de desemprego e os estímulos que não existem para os jovens? Um licenciado da sua idade tinhas as condições de empregabilidade dum doutorado de agora. Sim, há muita precariedade, como espera o senhor que se atinja a independência desta forma?
Apontar é muito fácil e todos o sabem fazer. Sou mais novo que o senhor e estou saturado dessas atitudes de quem envelheceu prematuramente. O óbvio e a profecia da sua estagnação é um conto antigo em terras lusas mas na lama há ainda quem se agite. Se não acredita no futuro do país, emigre.
Cara Kátia, leio textos do início de século passado (de horticultura) e surpreendentemente é verdade que lá estão muitos dos problemas de hoje — nas reuniões das sociedades hortícolas (pelo menos existiam sociedades hortícolas), muitas vezes os assuntos desviavam-se para a situação do país, etc, etc. Interessante, mas preocupante.
O fenómeno BCP na vertente que se refere não é tão comum como lhe parece na minha opinião, mas concedo que Portugal não é obviamente caso único. Se no Reino Unido se refere ao Northern Rock, a situação é bastante diferente (Georges Monbiot tem um texto interessante sobre o assunto). Mas não me diga que é comum ou habitual a transumância de um banco do estado para um privado, directamente concorrente e nas circunstâncias em que ocorreu esta. Muito menos ainda, a carreira desse extraordinário gestor Armando Vara, cujo único feito que lhe reconheço é a ligação a uma fundação de prevenção rodoviária de contornos obscuros. Mais frequente onde? Na América do Sul, talvez.
Acho muito refrescante que após milhares de milhões atirados para cima da educação, ainda exista quem acredite que na próxima “reforma” é que vai ser.
Caro Tiago, é verdade que sou um simplório e até ceguinho. Um verdadeiro mestre do óbvio, mas como este é o meu blogue, vai ter que aguentar. Ou então visitar outro, menos simples e até de vistas largas.
Mas não diga que generalizo a partir de um ínfimo segmento. Se quer o texto resumido numa palavra, é isto: Saque.
Caro José Rui Fernandes:
O nosso país? Mas está tudo assim, por todo o lado.
Ainda esta semana se descobriu em França que um dos deputados da maioria que mais barulho fazia contra as fraudes à previdência, dispunha de: um salário de maire, um salário de deputado, um subsídio de desemprego! No gostoso total de 12 mil euros!
E que dizer da qualidade de um presidente francês que responde a um cidadão que se recusa a apertar-lhe a mão (dizendo-lhe, ao presidente, “Não me toques!”), lhe responde, o presidente, dizia eu, “Então vai-e f…, meu cabrão!”. Que dizer da qualidade de um presidente que, desautorizado pelo tribunal constitucional, quer impor uma lei pedindo ao Supremo Tribunal que desautorize o TC?
E esta Bélgica onde vivo, sem governo há quantos meses!
Pormenores? Nâo, sintomas e epifenómenos: a outro nível (em Portugal, o caso é mais grave, porque é um país mais pobre), os mesmos problemas se põem por todo olado: descalabro no ensino, serviços públicos à deriva, fecho de centros de saúde, etc., etc.. E mais: um abaixamento da qualidade da chamada classe política.
Desconfio que estamos perante uma grave crise e que ainda não vimos nada.
Outra coisa: comprei dois livros maravilhosos sobre o solo e a agricultura “natural”: “Le Sol, la terre et les champs” de Claude Bourguignon (está esgotado, mas encontrei um exemplar em segunda mão na internet) e “Le Jardin naturel” de Jean-Marie Lespinasse. São dois livros de agrónomos convertidos há muito tempo a uma agricultura a que muitos chamam “natural” ou “biológica”, mas que eu chamaria antes “zen”: sem adubos sintéticos nem pesticidas, sem lavra da terra. O que os distingue das outras obras feitas por amadores é o rigor da análise científica, bem como a riqueza da experiência (ambos trabalharam durante muitos anos com muitos agricultores, pelo que estão familiarizados com uma grande variedade de situações, em termos de solos e de climas, o que dá outra profundidade aos seus escritos).
O resultado até pode ter sido diferente mas a génese é a mesma, bem como as questões centrais também são as mesmas. E é mais frequente do que pensa, embora quando me referi a ser comum referia-me obviamente ao problema e não à solução encontrada, é que a solução decorreu do problema e é o problema que interessa essencialmente. Se houvesse boas soluções privadas para o problema em questão, não seria necessário o estado intervir, nem ele o faria muito provavelmente. E já agora, tem razão, o caso que se deu no Reino Unido (Northern Rock) é diferente, bastante mais grave que o caso português, o que só demonstra que o que se passou com o BCP nada tem a ver com o sistema de ensino português.
Na América do Sul? ha, ha. Bem-vindo ao mundo “capitalista” é dele que estamos a falar e não é nem nunca vai ser perfeito porque os seus agentes não são perfeitos. Por acaso já ouviu falar em termos como, Agency theory (Teoria da agência), Risco moral, Assimetria Informativa, alinhamento de interesses, sistema de simulação de mercado ou venda parcial, pagamento em stock options, de entre outros? E já agora, o nome Adam Smith diz-lhe alguma coisa?
Não se trata de considerar “que na próxima “reforma” é que vai ser”, trata-se de saber que volta na volta o ensino tem de ser reformado (e isso já conteceu inúmeras vezes, incluindo em Portugal), a sociedade e os sistemas envolventes evoluem e como tal, o ensino também tem de acompanhar a evolução, caso contrário vai servir apenas para que saiam de lá pessoas a saber ler e escrever e com alguns conhecimentos que serão escassos, insuficientes ou desnecessários. Enquanto que, para adquirir outros conhecimentos relevantes para a vida profissional e pessoal, essas pessoas terão de gastar os anos seguintes a terem saído desse sistema e mais recursos que poderão ter custos elevados.
A mim faz-me mais confusão ver quem acredite que “é o fim” que a sociedade está “acabada”, que “não há futuro”, que os jovens são “todos uns inconscientes, preguiçosos e/ou marginais” do que ver que ainda há quem acredite que com algumas reformas as coisas poderão mudar para melhor, é que os primeiros curzam os braços e ficam a ver os outros passar e os segundos vão pelo menos criando incentivos psicológicos à mudança. Soluções com efeitos fabulosos não há mas soluções que melhorem o que está mal, arranjam-se com trabalho e força de vontade.
Ouvi falar de algumas coisas, de outras não. Adam Smith, não me diz nada — fui ver à Wikipedia. Continuo a achar que o caso BCP vai um bocadinho mais longe. Mas cá estarei para ver os responsáveis serem responsabilizados (claro!).
Quanto à educação, de acordo quanto à necessidade de reformas, digamos, curriculares. Saber as estações de caminho de ferro do Minho ao Algarve, hoje não seria suficiente. Mas não é isso que se passa. Um dos países que mais gasta em educação em termos relativos, para os piores resultados. Ao nível da América do Sul e de países bem mais pobres (neste caso a comparação nem é depreciativa — países que com menos recursos obtêm muito melhores resultados). Qual foi o último indicador ao nível da literacia de jovens de 15 anos? 57º. lugar em 57 países? Qualquer coisa parecida.
Eu não acho que é o “fim”. Acho que o país está a saque e em risco de se tornar inviável como tal. A Katia é que está a falar em marginalidade e inconsciência, mas eu também podia ter falado. Mas tem razão numa coisa e aliás desejei dar um pouco essa indicação com a última frase do texto: Não é um problema de “jovens”, é mental e transversal a gerações. Se falo nos “jovens” é porque está a entrar agora a minha geração como dirigente, já praticamente ou completamente formada pós-25A e os resultados, na minha opinião, só podem ser piores ainda.
Há muitas formas de incentivar. Há pessoas que de braços cruzados ajudariam mais. Por exemplo, temos um governante que acha importante atirar portáteis para cima dos problemas da educação. Já vi atirarem coisas piores, mas os resultados serão visíveis em breve. Para fachada, não está mal.
Há uns anos ri-me muito ao regressar de Cinfães, com um discurso desse então candidato a governante. Parecia a campanha eleitoral na Finlândia, há 20 anos (como eu a imagino, ou imaginei). Tudo sem qualquer tipo de substância e ainda menos sustentação. Vacuidades dignas de um curriculum que tem sido desvendado aos poucos. E no entanto lá está. Um dos mais altos cargos da nação.
Mas tenho sempre esperança de andar rotundamente enganado.
Manuel Resense, tem razão — mas com o problema dos outros podemos nós bem, não é? Esses países, têm um nível de educação e civismo (por exemplo) que na minha opinião lhes dá vantagem a superar este tipo de crises (embora o caso francês e belga também tenham problemas específicos bem complicados).
O nosso, teve mais de trinta anos para se educar, modernizar e avançar (em damasiados exemplos andou para trás). Não aproveitou. A crise está aí e generalizada, estamos sem defesas.
Obrigado pelas sugestões dos livros. Também tenho comprado bastantes livros — quer dizer, alguns. Antigos também. Vou tentar recomeçar a produzir alguma coisa aqui para o Sargaçal, o Jardinagem.org está parado antes de arrancar e é bastante desanimador — tinha textos para esta época que se desactualizam (porque ia dar a lógica de números sucessivos, como uma revista)… Tenho de pensar e resolver esse assunto rapidamente.
José Rui Fernandes:
Comparar Portugal com a América do Sul e países bem mais pobres, ao nível dos sistemas de ensino só serve para saber o que não de deve fazer. Porque não comparar Portugal com os outros países da União Europeia? Facilmente se percebe que os países que mais investem na educação são precisamente aqueles em que o nível de vida é melhor, o que serve de estímulo ao investimento em educação de modo ponderado e consciente.
E não, Portugal não tem piores resultados que países como América do Sul e outros tanto ou mais pobres, pelo contrário. Os portugueses é que continuam a cair no erro de acharem que o país está pior do que uns quantos países sub-desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento.
Ainda bem que refere a iliteracia, é que é um aspecto que só vem reafirmar o que escrevi anteriormente, relativamente à necessidade de educação passar primeiro que tudo pela família e/ou outros agentes que lidem próximamente com crianças e jovens.
Diga-me lá, quantos pais ou outros familiares familiares de crianças lêem para elas ou compram-lhes com alguma regularidade livros? Parece algo insignificante mas não é, está provado cientificamente que ler a uma criança a partir dos 6 meses de idade contribui de forma muito positiva para o seu desenvolvimento intelectual e consequentemente também é um factor contrário à formação de iliteracia. Da minha parte, não conheço um único pai seja adulto ou jovem que leia para os filhos, nem sequer lhes compre livros. Em contrapartida conheço inúmeras crianças que tomaram e outras que tomam banho em brinquedos na sua maioria não didácticos.
Sem que existam hábitos de leitura mínimos, não é possível combater a iliteracia nessas pessoas, a não ser que haja uma mudança de hábitos. Daí ter-se criado o Plano Nacional de Leitura. Mais dinheiro que o estado está a gastar em algo que deveria ser feito em casa e a começar na infância.
O país está a saque e em risco de se tornar inviável como tal. Vários indicadores apontam, pelo contrário, para melhorias de ano para ano, pequenas mas contínuas. Agora vão haver consequências negativas mas essas decorrem da crise que está presente nos EUA, que está a afectar a economia mundial e da lentidão das melhorias portuguesas. Como já escrevi, se olhar para o passado (textos de âmbito histórico-social) verá que o país já esteve muito pior.
Pessoas de braços cruzados, ajudar nunca ajudariam, poderiam era não ajudar a complicar ainda mais, são coisas diferentes.
Temos um governante que acha importante constituir acordos para facilitar na aquisição de portáteis por parte de alguns estudantes. O que só demonstra que ou o governante não raciocinou bem ou tem interesses desconhecidos por detrás.
Mas não será em virtude da actuação do governante que se verão os resultados mais negativos em breve mas, sim em resultado da actuação de muitos pais e/ou familiares que desconhecem (porque não se informaram) ou não compreendem os conceitos mais básicos da educação: o papel da autoridade na relação; o papel da imposição limites; o papel da imposição de objectivos às crianças e jovens; a importância da colaboração entre a escola e a família, etc. É que o programa não obriga os pais/familiares a comprarem os portáteis para os jovens, apenas atribui condições mais favoráveis para aqueles que estejam interessados. O que até é bom para aqueles que pretendam, juntamente com os jovens em questão que, os segundos prossigam estudos.
“Um dos mais altos cargos da nação”. Convém reforçar que, é um que foi eleito pela nação. O que dá que pensar.
Isso não é verdade. Em termos de % do PIB, Portugal se não é o que mais investe da Europa, é o segundo. Aliás, uma das “bandeiras” de Guterres era atingir 6% do PIB com a educação — como se o problema fosse esse.
Também não é verdade. Portugal tem caído nos indicadores de literacia e o que eu disse mantém-se para alunos de 15 anos. Está nas notícias, agora não posso pesquisar isso. O nível já é abaixo de vários países bem menos desenvolvidos. E não é matemática e português, é tudo.
Não sei da vida dos outros. Sei que nós em casa temos livros para crianças às centenas (por acaso até acho demais, mas adiante) e lemos histórias todos os dias, menos naqueles em que o cansaço deles à noite não o permite.
Diga lá quais.
Isso é uma verdade de La Palice. Claro que já esteve muito pior. A Europa já esteve muito pior, há pouco tempo, na Segunda Grande Guerra por exemplo; a Espanha na Guerra Civil… Quando o 25 de Abril aconteceu, o nosso rendimento era 70% da média europeia. Hoje é nos últimos números conhecidos se não me engano de 2006, 69% (na região Norte é hoje de 59%). Que acha que aconteceu em 2007? O fosso aumentou ou diminuiu?
Dá que pensar. E ainda mais se considerar as alternativas(?).
José Rui Fernandes:
“Isso não é verdade. Em termos de % do PIB, Portugal se não é o que mais investe da Europa, é o segundo. Aliás, uma das “bandeiras” de Guterres era atingir 6% do PIB com a educação — como se o problema fosse esse.”
E por acaso a sua opinião tem fundamento? Apresente um fundamento comprovado que indique que do século XX até à actualidade, Portugal “se não é o que mais investe da Europa, é o segundo”. Só assim aceitarei a sua opinião. Pois os meus conhecimentos contradizem-na.
Não se esqueça que, Portugal não tem um passado de investimento na educação pública como têm outros países europeus, daí ser um dos países europeus que nos últimos anos mais tem investido na educação (e também devido a fundos comunitários). Segundo um inquérito do Eurostat, datado de 2005, Portugal é o país da União Europeia onde as qualificações a nível de habilitações literárias são mais baixas.
Os países que mais investem na educação são precisamente aqueles em que o nível de vida é melhor, é óbvio, sem educação o mercado não se desenvolve, porque para se desenvolver nessessita de meios, meios que são escassos (a começar pelo tempo) a não ser que se encontrem soluções tecnológicas que permitam produzir mais com os mesmos meios, que é o que tem acontecido nos últimos séculos. Ora a criação de novas teconologias e novos meios que permitam produzir outros (imputs) exige formação/educação. Logo, é preciso investir na educação para que o mercado se desenvolva, e consequentemente para que o nivel de vida seja melhor.
Portugal não tem caído nos indicadores de iliteracia, é uma falsa ideia, falsimente deitada abaixo se se olhar para as evidências. Apenas não se falava em iliteracia há uns anos atrás. Sabe porquê? Porque se falava em analfabetismo. Em 1920 a taxa de analfabetismo em Portugal era de 66,2% e em 1970 ainda era de 20,5%. Já para não falar que a maioria dos alfabetizados, em 1970, apenas tinham como escolaridade obrigatória a 4.º classe. Nos dias que correm a taxa de analfabetismo anda em menos de 10%, o ensino vai até ao 9.º ano de escolaridade, vários estudantes chegam a terminar o secundário e cada vez chegam mais chegam ao ensino superior, o mercado evoluiu e o pais faz parte da união europeia, daí dar-se tanto relevo à questão da iliteracia.
Portugal não tem piores resultados que países como América do Sul e outros tanto ou mais pobres, pelo contrário. Aliás, do Brasil, que ainda é dos países da América do Sul que estão em melhores condições económicas e que oferecem melhor formação escolar, vêm todos os anos estudantes e profissionais a Portugal para estudarem no ensino público português, já portugueses, são pouquissimos os estudantes que se aventuram em ir estudar para o Brasil, quanto a profissionais há uns quantos professores portugueses que vão até ao Brasil em intercâmbio para mostrarem os seus conhecimentos.
“Diga lá quais.”
Já que se falou em sistema de educação, a começar pela descida da taxa de analfabetismo e aumento do nível habilitações da população, dois factores essenciais. O crescimento do mercado português manteve-se continuo durante os últimos anos e as expectativas de vários organismo de continuação do fenómeno se bem que na mesma em versão lenta, é mais um indicador. Manifestação de interesse por parte de empresas de países desenvolvidos e que, exigem mão de obra qualificada, em entrar no mercado português, isto após terem saídos várias empresas que empregavam mão de obra não qualificada, é um bom indicador, parece-me que nem é necessário explicar porquê. Desenvolvimento de áreas do mercado português, que deram um pulo nos últimos anos/meses, como é o caso do mercado livreiro e do mercado “energético”. Aumento da eficiência da direcção geral das finanças que se reflectiu no geral positivamente na recolha de tributação (embora com aspectos negativos que espera-se, sejam corrigidos). Fico-me por aqui que recolha de dados sobre o mercado e estado português não é a minha actividade profissional.
“Isso é uma verdade de La Palice.”
É uma verdade inquebrável. Ponto final. E olhe que ao longo da história mundial nem sempre houve evolução, também houve retrocesso. E em Portugal também houve pelo menos uma espécie de retrocesso histórico a nível económico com as políticas de Salazar.
É óbvio que quando me referia a estar melhor falava em evolução (económica, social, etc.). Guerras e revolução são fenómenos à parte da evolução geral, embora possam ter influência (e muitas tiveram) sobre a evolução, no sentido de no momento em que duram pararem com a evolução a muitos níveis e até fazerem “pior”. A melhor maneira de se avaliar a evolução é pegar na história como ponto de partida para a análise, mas analizar também outros factores mais relevantes, exemplo disso são os documentos que revestem especial importância. Se há coisa que mostra a evolução do “estado” de portugal são os documentos históricos que ainda persistem.
O rendimento não é o único factor relevante para afigurar a qualidade de vida num país.
Ao longo do século XX houve uma evolução, nas sociedades industrializadas, da estrutura das classes sociais em vez dos muito poucos no topo e a esmagadora maioria do povo na base, deu-se o crescimento de camadas intermédias. Em Portugal, estas alterações verificaram-se apenas a partir da fase final do salazarismo e essencialmente após a Revolução do 25 de Abril de 1974. Até 1974, a burguesia agrária e alguns sectores devidamente protegidos pelo Estado Novo monopolizavam todo o poder e a riqueza. A industrialização parou com Salazar, e só retornou verdadeiramente após 74, por isso, o crescimento das classes trabalhadoras urbanas só teve grande impulso nos anos 70 (portugal).
Quando o 25 de Abril aconteceu, o sistema de previdência social era o que tinha-se iniciado em 1962. Apenas com a Revolução de Abril foram dados os primeiros passos na criação de um Sistema Público de Segurança Social. Ora veja:
– Criação do Salário Mínimo Nacional (1974);
– Fixação do valor mínimo da pensão de invalidez e velhice do regime geral igual a metade do salário mínimo nacional (1974);
– Atribuição do abono de família a desempregados (1974);
– Criação do subsídio de desemprego (1975).
Etc., etc.
Mas já que falou em rendimentos, tanta coisa sofeu evolução positiva em Portugal mas, tanto ao nível do rendimento médio dos portugueses como ao nível desemprego, não tem havido evoluções positivas, pelo contrário. Quais acha serem os motivos para tal? Pense nisso.
“Dá que pensar. E ainda mais se considerar as alternativas(?). ”
Pois dá. Ainda para mais se constatar que foi com maioria absoluta, que houve elevado número de abstenções e que uma das promessas eleitorais era a crianção de uns quantos milhares de postos de emprego.
Olhe uma coisa, ainda esbocei uma pesquisa, mas como não apareceu à primeira, desisti. Eu quando deixei de escrever no blogue era também porque fundamentar estas interessantes discussões dá trabalho e gasta tempo. E nesta fase, tempo é uma comodidade rara para mim.
Mas em vez de andarmos no ping-pong, porque não me envia um link para os conhecimentos que contradizem? Eu reconheço que estou errado rapidamente — e neste caso até é desejável.
Mas agora que já me suscitou esta dúvida, de facto vi no JN que há 10 países a gastar menos que Portugal na Europa. Ok, talvez o que disse se refira a um determinado patamar educativo — não sei na verdade.
Verdade, com excepções tipo Irlanda. A Irlanda partiu atrás de Portugal na Europa, investiu na educação, gastou menos que nós com melhores resultados. Mas concedo que já falavam inglês e isso contou muito.
Caiu nesse indicador que lhe dei e foi há muito pouco tempo. Ficou em último ou penúltimo. Os alunos são ignorantes. Quer fundamento, vai ter que procurar, essa esteve nas notícias.
E também de 2006 para 2007 desceu um lugar na literacia digital — deve ter sido efeito dos portáteis. Está agora em 27º na Europa — também quer comparar com analfabetismo? A área é nova, a culpa é do antigo regime? Talvez de SAR D. Carlos!
Mercado livreiro? Eu estou também no mercado livreiro, se bem que quase em exclusivo na importação. Que pulo foi esse que não dei por nada? Só se for a edição desenfreada, ao estilo fuga para a frente… O mercado livreiro, apesar de algumas grandes movimentações recentes, parece-me mais um altamente pouco saudável, designadamente ao nível dos pagamentos a fornecedores… Enfim.
A sua actividade profissional não é recolher dados, mas a minha também não. Pessoalmente estou a escrever na qualidade de amador, limito-me a dar a minha opinião.
Chame-lhe o que quiser. Basta lembrar a bandalheira da primeira república.
E eu aqui a pensar que ele salvou o país economicamente… Os primeiros anos foi para colocar as contas em ordem, depois da EFTA, crescia-se dois dígitos por ano… Qual foi o retrocesso, não entendo. A única coisa em Portugal que cresceu nos últimos 30 anos, foi o Estado. E não foi pouco.
Mas há quem se sinta extremamente satisfeito por crescer sistematicamente e em média, metade da Europa. Quem sou eu para chover nessa parada?
Eu não acho muito importante por exemplo a determinação de um salário mínimo. Nisso sou liberal.
Esqueceu-se dessa grande conquista chamada rendimento mínimo garantido (ou lá que é). É por essas e por outras que vale a pena pagar impostos. Para isso e para sustentar o Estado.
“Mas em vez de andarmos no ping-pong, porque não me envia um link para os conhecimentos que contradizem? Eu reconheço que estou errado rapidamente — e neste caso até é desejável.”
Não há links para tudo, muito menos para todos os conhecimentos. Nem tudo se aprende
Não lhe pedi links para os seus conhecimentos — só para números objectivos que contradizem a ideia que tenho.
Eu já não sei onde vi os meus números. Acho que estamos a falar de factos mensuráveis.
“Mas em vez de andarmos no ping-pong, porque não me envia um link para os conhecimentos que contradizem? Eu reconheço que estou errado rapidamente — e neste caso até é desejável.”
Não há links para tudo, muito menos para todos os conhecimentos. Nem tudo se aprende via Internet, também há livros, formações, curtos e longos cursos onde se aprende umas coisitas interessantes, etc. Mas deixo um link com muita informação mesmo sobre educação a nível mundial: relatório da UNESCO “Educação para Todos“.
“Verdade, com excepções tipo Irlanda. A Irlanda partiu atrás de Portugal na Europa, investiu na educação, gastou menos que nós com melhores resultados. Mas concedo que já falavam inglês e isso contou muito.”
Whow… Quais são as suas fontes de informação? A Irlanda investiu muito em educação, dos países que reformas mais profundas aplicou à educação. Em 1966 a Irlanda tornou o ensino secundário 100% gratuito e começou a criar diversas escolas pelo país, bem como Institutos de Tecnologia (destes saía mão-de-bra directamente para a industria), hpuve também alargamento da universidade. Em 1995 a Irlanda aboliu as propinas nas suas universidades (por cá ainda se cobra propina). Foi com base em todos estes investimentos bem como outros ao nível curricular que a educação na Irlanda se tounou numa das principais causas do desenvolvimento e´conómico do país. Até aos anos 60 apenas cerca de 20% a 25% da população da Irlanda terminava o ensino secundário. No final dos anos 90 a percentagem de alunos que terminavam o ensino secundário na Irlanda era de cerca de 87%, e a taxa de ingresso na universidade havia passado de cerca de 8% para cerca de 60%. Como deve saber, a Irlanda cresceu muito economicamente nos últimos anos, sendo um caso que comprova a minha afirmação “Os países que mais investem na educação são precisamente aqueles em que o nível de vida é melhor”.
“Caiu nesse indicador que lhe dei e foi há muito pouco tempo. Ficou em último ou penúltimo. Os alunos são ignorantes. Quer fundamento, vai ter que procurar, essa esteve nas notícias.
E também de 2006 para 2007 desceu um lugar na literacia digital — deve ter sido efeito dos portáteis. Está agora em 27º na Europa — também quer comparar com analfabetismo? A área é nova, a culpa é do antigo regime? Talvez de SAR D. Carlos!”
Em que se funda para afirmar que os alunos são ignorantes? Infelizmente a mentalidade que prolifera por Portugal é essa de que os alunos são ignorantes, os trabalhadores são ignorantes, os profissionais são ignorantes. É muito facil criticar, não é? Agora fazer afirmações concretas, conhecedoras e devidamente fundamentadas já é mais complicado. Não vou procurar fundamento porque a afirmação exclui qualquer fundamento porque não tem valor. E mais dificil ainda contribuir para a mudança. Critica-se a escola, os professores, os alunos quando o mal está enraizado na sociedade em geral.
Pense um bocadinho nessa questão. É fácil perceber porque é Portugal desceu um lugar na literacia digital de 2006 para 2007, afinal, deu-ze um pulo no número de portugueses a aceder e a movimentar-se na internet, é óbvio que esta passou de local que não era reservado mas, era como se fosse reservado a pessoas com um certo tipo de conhecimentos para ser um lugar de “navegação” e encontro de uma ampla quantidade de portugueses, incluindo jovens ainda a entrar na adolescência e pessoas com fracas habilitações literárias.
“Mercado livreiro? Eu estou também no mercado livreiro, se bem que quase em exclusivo na importação. Que pulo foi esse que não dei por nada? Só se for a edição desenfreada, ao estilo fuga para a frente… O mercado livreiro, apesar de algumas grandes movimentações recentes, parece-me mais um altamente pouco saudável, designadamente ao nível dos pagamentos a fornecedores… Enfim.”
Talvez devesse complementar a leitura de jornais com a leitura de blogs e fóruns. Não se falou de outra coisa em locais onde habitualmente se fala de livros. Mas pelo menos deve ter ouvido falar do recentíssimo “grupo leya”, das “byblos”, das exigências da “bertrand” e da temática da posição das livrarias independentes (saíram umas notíciazitas sobre esses assuntos no DN e até um editorial sobre o mercado livreiro). Edição desenfreada, não tenho visto, apenas o mesmo de sempre nas editoras que dominam de certo modo o mercado (no que a vendas diz respeito) e algumas editoras novitas a surpreender com edição em pouca quantidade mas de conteúdo por vezes razoável a bom. Mas isso do pagamento aos fornecedores que eu saiba, só aconteceu num determinado local, corrija-me se estiver enganada. Mas quanto a isso pode-se contrapor que, pela primeira vez, o mercado livreiro português (por enquanto, algumas editoras) conta com consultores editoriais.
“Chame-lhe o que quiser. Basta lembrar a bandalheira da primeira república.”
O nome diz tudo. Chamaram-lhe 1.ª República mas podia-se ter chamado primeira experiência republicana. Neste país tudo o que é novo gera problemas. Mas olhe que nem tudo foi mau. Por exemplo, foi preferível a contituição de 1911 à Carta Constitucional (que à data da proclamação da república vigorava).
“E eu aqui a pensar que ele salvou o país economicamente… Os primeiros anos foi para colocar as contas em ordem, depois da EFTA, crescia-se dois dígitos por ano… Qual foi o retrocesso, não entendo. A única coisa em Portugal que cresceu nos últimos 30 anos, foi o Estado. E não foi pouco.”
É sabido que Salazar conseguiu controlar as despesas públicas (único aspecto positivo das suas políticas que vi até hoje nos manuais e livros sobre o período e governo de Salazar) mas isso deu-se ao mesmo tempo em que foram sendo aumentados gradualmente os impostos.
E há que referir que quando Salazar equilibrou o orçamento não o fez com o peso do estado social, não havia um sistema de segurança social, nem um razoável sistema de saúde muito menos o sistema de educação que há actualmente, pequenos pormenores de grande relevância. Já para não falar que Salazar, ao preferir a neutralidade – 2.º GG – não só fez com que o país não tivesse os custos decorrentes dela como, Portugal também beneficiou das condições da época, aproveitando as necessidades económicas dos paises envolvidos na guerra (puro aproveitamento de recursos disponíveis).
Aliás, mais, o equilibrio do orçamento e eliminação do défice público deu-se antes de Salazar ser nomeado para chefe do Governo. A partir daí foi o que se sabe e que pode verificar em diversos livros, a título de exemplos: Salazar adoptou o modelo fascista italiano; criou a União Nacional (que na prática veio a transformar-se no único partido autorizado); criou um regime autoritário e dirigista, rejeitando os principios liberais pelos quais hoje a maioria dos paises desenvolvidos se rejem; criou um regime político em que tudo girava à volta do Governo e especialmente à volta dele, o líder; Salazar consagrou a ruralidade e a tradição (economia de subsistência, idêntica à de muitos países sub-desenvolvidos); procurou dar uma imagem negativa do mundo industrial (curiosamente ainda hoje Portugal é um país com um sector industrial pequeníssimo, factor que tem contribuido para que a economia não evolua e para que o desemprego aumente – em virtude de haver mais capital humano mas não haver onde o colocar): salazar lançou as bases do corporativismo português; da censura (especialmente da censura prévia) já deve ter ouvido falar bem como da PIDE.
“Mas há quem se sinta extremamente satisfeito por crescer sistematicamente e em média, metade da Europa. Quem sou eu para chover nessa parada?”
Não conheço ninguém que expressamente mostre gosto por essa condição, como seria de esperar, em contrapartida conheço muitos portugueses que revelam com alguma regularidade preferência por essa posição em detrimento de uma melhor. Curisoso.
“Eu não acho muito importante por exemplo a determinação de um salário mínimo. Nisso sou liberal.”
Depois de várias situações que vi no mercado de trabalho português e da intenção de várias entidades empregadoras, parece-me que sem salário mínimo fixado, muitas mais pessoas neste país estariam no “limiar da pobreza”. Este país, na mentalidade de muitos empresários (cujas ideias são impedidas de passar à prática porque dois organismos legislativos do estado legislaram, impondo regras) às vezes lembra-me os relatos das condições laborais da revolução industrial (séc. XVIII/XIX). Temo que só melhore quando começarem a sair do mercado laboral muitas pessoas com habilitações apenas obrigátórias ou que não são adequadas e a entrar os devidamente habilitados que andam pelos centros de emprego do e outros trabalhos para os quais não têm habilitações.
“Esqueceu-se dessa grande conquista chamada rendimento mínimo garantido (ou lá que é). É por essas e por outras que vale a pena pagar impostos. Para isso e para sustentar o Estado.”
Há vários motivos pelos quais vale a pena pagar impostos e a prova disso é que os norte-americanos ainda não se cansaram de lutar por um sistema de saúde e um sistema de segurança social, coisas com que por cá se contacta de modo tão natural que já nem se tem noção do valor que têm. Exacto, vale a pena pagar impostos para sustentar o Estado Social, uma das melhores invenções da modernidade, se bem que não uma invenção perfeita (a começar pelo peso).
Ora bem, ter alguma réstia de razão nesta discussão, já vi que se tornou uma comodidade mais rara que até o meu tempo…
Os locais e formas de aprender são todos muito interessantes, mas lembre-se que eu apenas disse umas coisas facilmente desmentidas com números. Não é necessário curriculum, nem percurso de vida para desmentir. Não é… já nem me lembro o quê… Não é o que mais investe, nem o segundo, ok. Há 10 a investir menos, ok. Já concordei com isso. Mas nem sei se é por aluno, % do PIB, ou outro indicador. Mas serve.
São fracas. Mas neste caso OCDE. Em 2003 (serve?) Portugal investiu 5,9% do PIB (0,1% privado), a Irlanda 4,4% do PIB.
No estudo que mencionei. E outros. E na prática. Entra-se na faculdade sem saber escrever em português (o mínimo). Ou quase o “inverso” — um dia destes um universitário de letras a dar-me o troco de um livro que adquiri, do género 20,00€-19,95€=0,05€, puxou de máquina de calcular. Devo ter emitido algum grunhido porque me disse que matemática não era a sua área… Bem, quando uma conta destas é elevada ao estatuto de “matemática”, já não digo nada.
Muito difícil! É um trabalho que nunca acaba.
A sua explicação para a queda de um lugar na iliteracia digital é sui generis. Ok, como queira.
O peso do Estado em 1974 era 19-20% (com a guerra colonial). Hoje uns 46-47%, na mais bovina paz. 15% em 1954. Não sei de que aumento de impostos está a falar. Uma das fontes (é fraca, Pedro Arroja no Vida Económica).
Como sabe, isso é contestado. Quanto ao modelo liberal, um Estado com 19% de peso na vida dos cidadãos é infinitamente mais liberal que um com 46%.
Já cá faltava a censura e a PIDE, tudo porque eu disse que não vejo nenhuma viabilidade para o país, tal como se apresenta. Obviamente, as nacionalizações em nada influenciaram o estado do país — aliás não havia nada para nacionalizar, só agricultura de subsistência. Esses livros que lê (já agora, quais são?) dão uma imagem do país exacta, disso não tenho dúvida.
Só é pena que em termos relativos de atraso à média europeia, em 2005, voltamos aos níveis de 74. E apenas subimos ligeiramente nos tempos de Cavaco Silva. Hoje devemos estar um ou dois pontos abaixo dos valores de 74. O INE um dia destes divulga os números de 2006.
Nunca disse o contrário.
Este não é um deles. Aliás, nos moldes actuais empobrece toda a gente e em última análise é insustentável.
“São fracas. Mas neste caso OCDE. Em 2003 (serve?) Portugal investiu 5,9% do PIB (0,1% privado), a Irlanda 4,4% do PIB.”
Pois… 2003. E os outros 30 anos? Parece-me que n~ºao tomou muita atenção aos dados que me dei ao trabalho de deixar anteriormente relativamente`à Irlanda. Não vou perder tempo a reescrever o que já escrevi de modo claro. Se não quer perceber o motivo porque Portugal, investiu mais nos últimos anos do que a Irlanda, o problema não é meu. Tem a informação de que necessita e ainda pode arranjar mais através do google.
“No estudo que mencionei. E outros. E na prática. Entra-se na faculdade sem saber escrever em português (o mínimo). Ou quase o “inverso” — um dia destes um universitário de letras a dar-me o troco de um livro que adquiri, do género 20,00€-19,95€=0,05€, puxou de máquina de calcular. Devo ter emitido algum grunhido porque me disse que matemática não era a sua área… Bem, quando uma conta destas é elevada ao estatuto de “matemática”, já não digo nada.”
Um universitário, um único. Não é quantidade suficiente para englobar uma amostra do conjunto. Aliás, esse é o tipo de discussão que não pode simplesmente ser discutida como se discute a vida do personagem de telenovela. Os alunos são uns agentes no meio de tantos outros, não podem ser apenas os únicos a ser responsabilizados. Se um aluno chega ao ensino universitário sem saber escrever minimamente na língua materna, o sistema também tem responsabilidade no problema. Um aluno que não sabe escrever minimamente na língua em que se expressou durante anos no sistema de ensino não deveria ter a possibilidade de chegar a tão elevado nível desse mesmo sistema.
“Muito difícil! É um trabalho que nunca acaba.”
Dificil é criticar com pernas, pés, cabeça e conhecimentos sólidos. Criticar com uma ou outra palavra qualquer, é muito fácil e até absolutamente desnecessário. Escrever “Os alunos são ignorantes.” é muito fácil. Escrever sobre os alunos, suas falhas, sistema de ensino, sociedade, de modo bem fundamentado e conhecedor é muito dificil.
“O peso do Estado em 1974 era 19-20% (com a guerra colonial). Hoje uns 46-47%, na mais bovina paz. 15% em 1954. Não sei de que aumento de impostos está a falar. Uma das fontes (é fraca, Pedro Arroja no Vida Económica).”
Uma das fontes…. e as outras? O peso do estado é um dado. O peso do estado por via do aumento do peso do estado social é o mesmo dado mas com acréscimo de elementos que ajudam a perceber o motivo do problema. Presumo que dispensasse com agrado o sistema de saúde, o distema de educação, o sistema de segurança social, etc., é que se olhar para trás, para o tempo de Salazar pouco disso vai ver. Não sabe de que aumento de impostos estava a falar? Estava a falar do aumento de impostos efectuado pelo estado a mando de Salazar com vista a acabar com o défice público que existia à data. Ou pensava que Salazar tinha acabado com o défice público com auxilio do espírito santo? Salazar era um tipo que sabia muito bem o que fazia, soube aproveitar bem aquilo que tinha e dar a volta, conseguiu ter um poder igual ao de monarcas de nivel absolutista, apesar de governar uma república e ainda hoje (quando é impensável que um político tenha grande poder) é elogiado.
“Como sabe, isso é contestado. Quanto ao modelo liberal, um Estado com 19% de peso na vida dos cidadãos é infinitamente mais liberal que um com 46%.”
É inegável que Salazar foi fortemente inspirado no modelo fascista. Tem algumas variações, decorrentes das ideias concretas de Salazar, mas, como a história foi mostrou os modelos políticos apresentam sempre variações consoante quem os colocou em prática, permanecendo algumas das linhas gerais que os ligam. Salazar impôs a sua forma de fascismo, isso é inegável. Aliás, ainda hoje a Constituição da Republica Portuguesa tem um artigo inspirado no regime de Salazar que limita a liberdade de associação, nele está contida a proibição organizações fascistas ou que perfilhem a ideologia fascista (art. 46.º, n.º 4 da CRP).
“Já cá faltava a censura e a PIDE, tudo porque eu disse que não vejo nenhuma viabilidade para o país, tal como se apresenta. Obviamente, as nacionalizações em nada influenciaram o estado do país — aliás não havia nada para nacionalizar, só agricultura de subsistência. Esses livros que lê (já agora, quais são?) dão uma imagem do país exacta, disso não tenho dúvida.”
Claro, se os defendores de Salazar se apoiam na eliminação do défice, os opositores não podem deixar de referir a censura, um dos elementos mais relevantes das políticas de Salazar que, mostra bem até onde foi a esperteza daquele político, para garantir os seus fins. Não percebo a que propósito se refere a nacionalizações, até agora não as tinha referido, à excepção do caso semelhante ao do BCP, ocorrido recentemente. Mas se quer saber, as nacionalizações influenciam bastante a economia, que por sua vez, influencia bastante o estado do país, talvez deva consultar uns livros sobre economia, lá está tudo explicado, desde ineficiências a burocracia, a falhas de eficiência, etc. O estado deve interferir o menos possível na economia, é sabido. Havia mais do que agricultura da subsistência, havia indústria e serviços (a título de exemplo, por Salazar foi nacionalizada a companhia Telefones de Lisboa e do Porto).
Actualmente, os livros que leio não interessam muito para a discussão, já referi que o tempo não é muito, a leitura é com fins profissionais ou lúdicos. Portanto, o que li de história foi há uns anos atrás, como tal, é impossível ainda saber o nome dos livros que li sobre o assunto, de entre tantos que leio todos os anos, ficam as memórias dos livros que começam com “história de…” e “estado novo…” e os mais desconhecidos manuais de Direito Constitucional dos conhecidos constitucionalistas J.J.G. Canotilho, Marcello Caetano e Jorge Miranda. Até porque, a maioria dos livros especificamente sobre Salazar são de produção recente.
Aliás, ainda bem que falou em bibliografia porque, assim fui ao manual de Direito Constitucional de Canotilho confirmar, e aí consta o seguinte:
“A nossa ditadura aproxima-se, evidentemente, da ditadura fascista pelo reforço da autoridade, guerra declarada a certos princípios da democracia, pelo seu carácter nacional, pela sua preocupação de ordem nacional. Afasta-se dela, contudo, pelos processos de renovação. (…)” – Oliveira Salazar
“Só é pena que em termos relativos de atraso à média europeia, em 2005, voltamos aos níveis de 74. E apenas subimos ligeiramente nos tempos de Cavaco Silva. Hoje devemos estar um ou dois pontos abaixo dos valores de 74. O INE um dia destes divulga os números de 2006.”
O tempo não pára. Os tempos mudam e as regras também. No entanto, muitos portugueses parecem esperar que o tempo não mude, que as regras não mudem e enquanto assim for, Portugal não irá mudar e consequentemente irá ficar progressivamente para trás daqueles que acolhem a mudança. Hoje, muitos portugueses vivem em economia de mercado mas continuam a criticar e pedir auxílio ao estado nos momentos de aflição, quando é deles que devem partir as soluções. É um problema de sociedade, de mentalidade, etc. O mercado precisa mais dos privados do que do estado, se portugal está tão em baixo é porque o mercado tem recebido pouco dos privados (pouco trabalho, muita aversão risco, pouco investimento, etc.). No entanto, continua a não ser impossível alcançar outros países europeus, é uma questão de mudança.
“Nunca disse o contrário.”
Há várias formas de de negar sem dizer não. Há várias formas de ser-se negativo sem recorrer a palavras negativas. Na internet, as conversas não permitem avaliar a pessoa com a qual se está a dialogar, por isso, a única maneira de perceber o que a outra pessoa quer dizer é pela interpretação do que esta terá escrito. A minha interpretação quanto à sua opinião quanto aos impostos é clara. Se está errada, tem como a contrariar, através das palavras.
“Este não é um deles. Aliás, nos moldes actuais empobrece toda a gente e em última análise é insustentável.”
Até hoje não foi criado um sistema perfeito. O estado social é o melhor sistema dos que foram criados. Os moldes são bons, a aplicação prática é que não. E muito se tem feito para a melhorar. Enquanto vai escrevendo no blog, teóricos nas suas “torres de marfim” procuram soluções para os problemas de aplicação do modelo de estado social. Não, o estado social não empobrece toda a gente e é por isso que a maioria dos países desenvolvidos ainda não desistiu dele, o estado social é a única forma de garantir os direitos sociais, sem ele as desigualdades sociais poderiam ser ainda mais severas, como já foram no passado, sem ele a pobreza poderia vir a ser bastante agravada, como acontece nos países onde o modelo de estado social não foi implementado ou está reduzido a muito pouco.
Cara Katia, não a consigo acompanhar na utilização super-abundante das palavras. Mas aprecio os seus comentários e agradeço que continue a passar por cá.
Já acabou o curso! Então e o estudo comparativo que mencionei? E outros? E o laxismo? Facilitismo? Incompetência? Abstencionismo? Os manuais? As instalações? É uma lista interminável…
Olhe, ainda bem que o sistema de ensino português está bem e rcomenda-se. O futuro está assegurado. Como dizia o outro comentador — já nasci velho.
Agora lembrei-me de duas histórias ligadas à geometria descritiva. Numa instituição de ensino superior privada que frequentei (depois de ter andado numa pública — ou seja, pude comparar), os alunos uma vez correram com um professor porque dava matemática numa disciplina chamada “organização da produção industrial”; outra vez revoltaram-se porque o de geometria descritiva era muito exigente (eu só tirava mais de 19, também andava a chover naquela parada, modéstia à parte). Um belo dia boicotaram (literalmente) o exame, só eu (19,6) e mais dois colegas o fizemos — passou tudo!
E não sei se se lembra, mas nas Belas Artes do Porto, uma vez houve um motim porque na geometria descritiva não passava ninguém e os alunos eram às centenas. Será eventualmente a única disciplina a obrigar a algum “estudo”.
Pago para isso tudo que menciona, mas não utilizo. Ou utilizo pouco. Em virtude da minha enorme crença no sistema português de ensino, temos os filhos no colégio alemão. Ou pensava que era só criticar? Eu critico, tenho olhos e ouvidos e tiro as minhas conclusões (que mais uma vez, não são só minhas) e depois faço como os americanos — “coloco o dinheiro onde coloco a boca”, enquanto tiver essa possibilidade. Criticar não é fácil e custa-me dinheiro. As escolas portuguesas são fábricas de ignorância.
Valha-nos esse! Porque o resto já merecia uma revisão há muito tempo. Os tempos do PREC já acabaram. Só fala em países modernos e tendo oportunidade de dissertar sobre a nossa “moderna” constituição, só fala em Salazar (mas gostei da nuance do inspirado no regime de Salazar — eu andava aqui a pensar que a nossa constituição, incluindo esse artigo, porque é toda, era de inspiração comunista/socialista –, mas ainda bem que me ensina esses pormenores).
Não é o meu estilo. Eu tento sempre ser bastante negativo.
Já a Katia, procura sempre o positivo, tenho reparado. Mesmo quando não há lá nada. E desconfio que discutiria o que eu digo e o seu inverso com a mesma dedicação.
Já fui promovido. Eu não defendo nem deixo de defender. Não me escandalizo cada vez que alguém encontra um ponto no antigo regime mais positivo que hoje. O tempo não anda para trás, mesmo que andasse os tempos são outros, é assunto que em última análise não me interessa na prática.
Agora, quando se trata de comparar Salazar com a generalidade dos políticos de hoje designadamente o primeiro ministro, é como comparar um CPU (processador) com o C3PO (o robô diplomata do Star Wars) e estou a ser extremamente generoso. O C3PO tinha alguns defeitos, mas falava milhões de idiomas.
Tem a certeza disto? A pergunta é retórica, obviamente tem a certeza de tudo que escreve. Só para que conste, não vejo aí uma esperteza por aí além, para político.
Os sistemas são pessoas. Ontem agradou-me muito ouvir um senhor num programa da SICN (Expresso da Meia-Noite?) dizer que não se devia falar em repartição, câmara, etc., mas sim em fulano e sicrano da repartição, da câmara. Por exemplo, não é a CML que tem dívidas gargantuanas — foram os presidentes a, b e c vereadores, etc. y, z, que contrairam dívidas, não as pagaram nem asseguraram meios para as pagar.
Talvez assim houvesse alguma vergonha na cara, mais transparência e moralidade na vida pública.
“Já acabou o curso! Então e o estudo comparativo que mencionei? E outros? E o laxismo? Facilitismo? Incompetência? Abstencionismo? Os manuais? As instalações? É uma lista interminável…
Olhe, ainda bem que o sistema de ensino português está bem e rcomenda-se. O futuro está assegurado. Como dizia o outro comentador — já nasci velho.
(…)
Pago para isso tudo que menciona, mas não utilizo. Ou utilizo pouco. Em virtude da minha enorme crença no sistema português de ensino, temos os filhos no colégio alemão. Ou pensava que era só criticar? Eu critico, tenho olhos e ouvidos e tiro as minhas conclusões (que mais uma vez, não são só minhas) e depois faço como os americanos — “coloco o dinheiro onde coloco a boca”, enquanto tiver essa possibilidade. Criticar não é fácil e custa-me dinheiro. As escolas portuguesas são fábricas de ignorância.”
ai est´a demonstração de que o problema não é apenas do sitema de ensino. Não digo que o sistema seja perfeito, pelo contrário, como já referi precisa de ser adptado às novas exigências educativas. Mas, também é um problema de família e sociedade. A educação compete à família, ao estado e à sociedade. E em Portugal, todos têm falhado, a sociedade logo no topo, acima dos outros. A educação traduzida no “dar o exemplo” tem sido esquecida ou descuidada e outros aspectos como a educação para a responsabilidade e para o trabalho. A sociedade portuguesa no geral (há grupos de individuos que não fazem parte desta generalidade) pode ser classificada como ignorante, e a responsabilidade não é apenas da escola, aliás, se reparar bem, quanto menor o grau de habilitações de um português, maior a sua ignorância (salvo excepções).
Acima falou-se em livros. Daí posso partir para um caso real. Durante o período em que frequentei o ensino secundário era criticada. O motivo é simples, eu lia e ainda por cima com regularidade e livros que nada tinham a ver recomendações de professores. Ler para os meus colegas de turma/escola era classificado como um hábito de “débeis mentais anti-sociais” ou de “ratos de biblioteca que não têm mais nada que fazer”. Não me parece que tenha sido a escola que lhes tenha metido aquelas ideias na cabeça. Se bem que, tenho de admitir, a escola falhou (e continua a falhar) no que diz respeito à criação de incentivos à leitura.
A Constituição da Republica Portuguesa consubstanciava o socialismo de tipo marxista no texto original de 1976 mas, deram-se alterações substanciais nas várias revisões constitucionais que foram alterando essas disposições.
“Já fui promovido. Eu não defendo nem deixo de defender. Não me escandalizo cada vez que alguém encontra um ponto no antigo regime mais positivo que hoje. O tempo não anda para trás, mesmo que andasse os tempos são outros, é assunto que em última análise não me interessa na prática.
Agora, quando se trata de comparar Salazar com a generalidade dos políticos de hoje designadamente o primeiro ministro, é como comparar um CPU (processador) com o C3PO (o robô diplomata do Star Wars) e estou a ser extremamente generoso. O C3PO tinha alguns defeitos, mas falava milhões de idiomas.”
Não o promovi a defensor de Salazar. Valorizou alguns aspectos do regime de Salazar e por isso referi os defensores de Salazar mas, refiro-me a esse grupo de novos defensores no geral, não a ninguém especificamente.
A mim escandaliza-me que achem que, se Salazar agora ressucitasse, chegava ao poder e punha o sistema a funcionar às mil maravilhas e de seguida o país. Como referiu, “o tempo não anda para trás”, hoje as regras do jogo são bem diferentes, não se resolvem com as soluções do passado. Também me faz alguma confusão os elogios feitos a Salazar sem base de sustentação, vivemos numa era que chama de “era da informação”, tem-se acesso a várias bibliotecas, livrarias e cada vez mais à Internet mas, os discursos são “à antiga” fundamenta-se no que se ouviu por aí e no pouco que ficou na memória e repete-se incessantemente a ladainha até que os outros digam “tem razão”.
Uma gande diferença separa os actuais políticos dos do tempo de Salazar, os actuais chegaram ao poder por via da soberania popular, muitos do tempo de Salazar chegaram ao poder por via do poder dos que já lá tinham poleiro. Os restantes pormenores não os comparo, não sei se Salazar era muito diferente dos políticos da actualidade, os tempos são diferentes e isso faz toda a diferença.
Cara Katia, acabei de ouvir na SIC Notícias o Mário Crespo a referir-se a Portugal como o país que mais gasta em educação na União Europeia. Portanto, não sou o único a achar isso. Deve haver algum fundo de verdade nestas “bocas” que pessoas como eu mandam.
Quanto ao Doutor Salazar e parafraseando-o, uma bofetada dada a tempo, resolvia muitos dos problemas a que lamentavelmente assistimos nas últimas semanas que estão generalizados e como é óbvio seriam impensáveis no tempo dele. Essa história do se ressuscitasse ou deixasse de ressuscitar, não me interessa nada.