Canteiro novo e mais

Canteiro por terminarEste fim-de-semana entre muitas outras coisas, resolvi tratar de algumas que ameaçam tornar-se inadiáveis no quintal. No sábado de tarde apareceu o senhor Reis e resolvemos continuar algo que acho que comecei há dois anos: Fazer os canteiros tal como os planeei (com cerca de 90 x 450cm). Fizemos um, o que é melhor que não fazer nenhum.

Horta, com feijoeiros ao fundo e cebolo já bem desenvolvidoMas antes que tirem conclusões precipitadas sobre a nossa habilidade, informo que os outros espaços estão ocupados. Quando sairem as nabiças, devemos fazer outro.
Estou a utilizar placas de ardósia de 30 x 30cm e apenas a terra para as segurar. Tanto quanto posso observar do murete mais antigo, resulta. A terra aqui é bastante pesada, num local mais arenoso não deve resultar tão bem. Dentro do canteiro, a terra fica mais elevada do que nos caminhos à volta. Entre canteiros apenas deixei 30cm. É manifestamente pouco, mas deste modo aproveita-se o espaço disponível ao máximo. Dá para passar e trabalhar sem pisar a terra cultivada, que é o objectivo.

Feijoeiros trepadores Enquanto o senhor Reis preparava um murete, eu retirei todas as plantas (menos as duas lavandula dentata que se vêem ao fundo, na primeira fotografia), incluindo muita salsa já praticamente com a semente formada. Como tenho bastante semente de salsa, não fez falta e foi tudo para compostar.
Depois semeei dois regos de feijão. O primeiro de uma variedade rajada, muito bonita, com vagens igualmente rajadas e que resultou muito o ano passado. O interessante é que seleccionei apenas exemplares muito escuros. O segundo, uma variedade que o senhor Reis trouxe e que eu desconhecia: Um feijão branco com umas pintas castanhas.

Canteiro novoNo Domingo, terminei o canteiro e acartei alguma terra que faltou, à qual adicionei areia para dar melhor estrutura. Também adicionei um pouco de fertilizante biológico. Transplantei tomateiros ‘Coração de boi’, um favorito de sempre e de aparentemente toda a gente; semeei a primeira rodada de rúcula e agriões, que se derem bem como costumam, devem ser semeados de 15 em 15 dias para uma colheita contínua. Por fim, courgettes ‘Rondo di Nisa’ e ainda um milho tricolor só para perpetuar as sementes.

No Sábado, como não trabalhei o suficiente de dia, tive de trabalhar de noite a acabei por me deitar depois de amanhecer. Como ainda andava com energia (não demasiada), aproveitei os recentes conselhos do livro The Art of Flower & Garden Photography de Clive Nichols para experimentar a luz da madrugada. Acho que acabou por me faltar a neblina, a humidade e já agora, alguma réstea de Sol, pois estava bem enevoado. Mesmo assim, acho que se nota na segunda e terceira fotografia, uma luz bastante diferente do meu habitual.

Uma resposta para“Canteiro novo e mais”

  1. Luciano

    Também gostava de ter os canteiros na horta mais arranjados; cheguei inclusivamente a pensar em ardósia mas não tão direitinha, que aqui até ficava mal em frente aos muros de pedra tão rústicos; por outro lado é tanta a área que o preço final não deve ser nada em conta.
    Receio também que, por ser escura, aqueça muito com o Sol e contribua para uma maior evaporação da terra adajcente.

  2. José Rui Fernandes

    Esta não é direitinha — é a mais torta que há (mais rústica e mais barata). Comprei para o chão do jardim a mais, a pensar nisto.
    A questão do ser escura, não reparei que afecte — mas também nas alturas que isso poderia acontecer tem de se regar todos os dias de qualquer forma.

    Num futuro longínquo(?) também gostava de ter uma horta no Sargaçal assim, apesar de lá a drenagem extra não ajudar nada por ser arenoso. Ser de ardósia tem a vantagem de não apodrecer, como as “raised beds” dos ingleses — embora eles digam que quando fica podre também é hora de dar uma volta e substituir a terra.

  3. gintoino

    Gosto mto de ver hortas com ar arranjadinho (Não é o caso da minha). Essa ideia das ardosias parece-me bem, embora estivesse mais tentado a seguira linha das “raised beds” inglesas. Este fds tb andei a semear feijão trepador. Essas canas (e ferros) q usou têm q altura? E qtas plantas plantou por cana? Cumprimentos

  4. José Rui Fernandes

    As canas, ferros e o que estiver à mão :) têm mais de dois metros. Estes feijões estão a uns 5cm e as canas a uns 30cm. Foi o senhor Reis.
    Eu semeio o feijão a 10-15cm de distância.
    Num pacote de feijões trepadores dizem para semear em grupos de dez que depois distam 75cm uns dos outros.
    Uma coisa que hei-de tentar é uma estrutura tipo tenda dos índios, com feijões a toda a volta.

  5. Manuel Resende

    Tem piada,porque este ano, uma vez que a saúde o permitiu, também comecei a arrumar os meus canteiros na horta. Mas segui as orientações de vários horticultores bio-agradáveis que aconselham canteiros com 1,20m de largura.

    Ora, porquê 1,20? Acho graça às razões dadas e por elas distingo os indivíduos. Uns dizem que 1,20m é a largura mínima para poder criar um eco-sistema. São os que querem encontrar razões pseudo-científicas para tudo, e ao mesmo tempo acreditam em misticismos aritméticos. É que a verdadeira razão, dá-a por exemplo Jean-Marie Lespinasse: 60 cm é a distância máxima que uma pessoa normal pode atingir com o braço sem esforço e sem subir para cima do canteiro.

    Um abraço

    Manel

  6. Manuel Resende

    Ah! não pus nada a segurar os canteiros, aqui a terra é bastante barrenta. Mas estou a pensar utilizar madeira.

    manel

  7. José Rui Fernandes

    Considerei 120cm, mas senti-me mais confortável a chegar ao meio dos canteiros com apenas 90cm. Mas o objectivo é o mesmo — não pisar a terra cultivada.
    Acho que essa terra, não pisada, com areia e matéria orgânica, já tem uma consistência um pouco diferente da circundante.

  8. Helena Batista

    Olá,

    ando desesperada à procura de semente de rúcula. Sabem como posso arranjá-las?
    Obrigada

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