A cobra


O mês passado, o tempo aqueceu, as cobras começaram a circular. Até saiu uma debaixo de uma pilha de composto que se revirava — mais um alerta que não se deve queimar montes de detritos vegetais parados há bastante tempo, pois abrigam uma série de animais.

Andarem para lá uma série de cobras não me atrapalha nada. A má fama destes animais foi conseguida à conta de histórias fantásticas, filmes e tv. Claro, que cada um na sua. Eu não interfiro com elas e elas não interferem comigo.
Ontem ia eu a subir (é sempre a subir…) o estradão e há uma cobra bastante grande que se atravessa literalmente no meu caminho. Em vez de continuar, levanta-se e fita-me com ar ameaçador. Aqui o destemido explorador, adopta imediatamente a posição de “sentido”, não mexe! É nestas alturas que reconheço que a tropa só me fez bem. Eu tentava nem pestanejar. Aquilo durou uns segundos. O que aconteceu a seguir, fez-me ter um espasmo, ao estilo do Cosmo Kramer da série “Seinfeld”…
A cobra dá um salto para o lado, larga um pedaço de uns 15cm da cauda (isto é, da parte detrás) e desaparece. E eu fiquei tipo hipnotizado a olhar para o pedaço de cobra que ficou para trás a contorcer-se violentamente, a distrair o predador (eu, pelos vistos). Que cena inacreditável. É daquelas que só imaginava ver na tv. Lindo.
Mais tarde, no Tanque 1 pude observar em detalhe uma série de Salamandras (acho eu) e também uns Lagartos de Água (Lacerta schreiberi). As Salamandras andam para lá com as quatro patitas, mas quando nadam, recolhem as patas e ondulam-se como um peixe.
Tudo o que consegui fotografar foi esta espécie de gafanhoto, numas folhas de hortelã.

Uma resposta para“A cobra”

  1. Gustavo Melo

    As salamandras dentro de água devem ser tritões…

    Esverdeados ou cinzentos; os machos têm uma espécie barbatana ao longo do dorso.
    http://www.club100.net/species/T_boscai/T_boscai.html
    http://oficina.cienciaviva.pt/ancorensis/tritoes_salamandras.htm

    Já agora parabéns pelo site; tenho sido um leitor assíduo :)

    Tenho uma casa no Gerês, em S. Miguel, Caniçada, e revejo-me em muito do que leio aqui. Principalmente acerca do Claudio, que também os há aos montes por ali, e ao trabalho de limpeza, que parece ser interminável.

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