Quinta do Paço da Serrana… A vergonha!!!!
Deve ser a primeira vez que publico uma fotografia que não é minha, mas este assunto é revoltante. A Quinta do Paço da Serrana, em Cinfães, pertenceu ao explorador africanista Serpa Pinto e só por esse facto devia merecer alguma atenção por parte do Estado. Foi adquirida pela Câmara Municipal de Cinfães, ao que me consta por uma bagatela e bastaram duas décadas de “poder local” sobre a propriedade, para a arruinar completamente.
Foi solicitada pela APOBO a classificação de uma mancha arbórea centenária, que não avançou porque a CMC não viu interesse nisso. Ia contra eventuais interesses construtivos.
Ardeu o que restava esta semana e toda a cronologia desta verdadeira vergonha pode ser lida no Boassas.
A fotografia é do Manuel da Cerveira Pinto.
Uma resposta para“Quinta do Paço da Serrana… A vergonha!!!!”
Este assunto é daqueles, flagrantes, discutido vezes sem conta, que lembra a serpente que engole a própria cauda. Quando se podia fazer, ninguém o fez (e era simples: pedir a classificação do imóvel). Quando se podia fazer outra vez, ninguém o fez (pressionar a Câmara que a comprou para preservar, pelo menos o recheio). Quando ainda havia remédio, há coisa de menos de um ano, a Associação Cultural Serpa Pinto (recém criada) podia ter pressionado a Câmara, várias instituições e os media para evitar a urbanização que uma empresa turística (?) fará do espaço. Errar três vezes não é descuido. É grosseria. Não vale a pena lamentar, agora. É esperar que a caterpilar destrua o que o fogo e a irresponsabilidade de algumas pessoas não destruiu até agora.
Caro Nuno, ninguém fez, não sei se é justo. O Manuel (Cerveira Pinto) descreve uma série de diligências que encetou com resultados nulos. E não tenho razões para duvidar que tenha sido assim.
E também espero agora e é uma questão dos cinfanenses estarem atentos, que a questão “construtiva” esteja resolvida para 20 anos. Porque ao que me consta, não se pode construir em área ardida durante esse prazo.
Este assunto é repugnante e mostra o pequeninos que somos enquanto povo, a nossa total incapacidade para proteger o património que nos resta.
O nosso isolamento da restante Europa nunca será colmatado com auto-estradas ou TGV, pois o que nos separa e torna periféricos é a nossa cultura de laxismo e de impunidade, bem como já referido desprezo e incapacidade para proteger o património do país.
Caro José Rui
É uma revolta muito grande e um dor imensa ver o que se perdeu com a aquisição da Quinta do Paço pela autarquia de Cinfães, sobretudo para quem a conheceu quando ainda era habitada. Trata-se, quanto a mim, não só de um acto de grande irresponsabilidade. O problema são os “delinquentes” que nos (des)governam. Deixo a pergunta, um vez mais: “Quem nos salva da barbárie?”…
Obrigado pela tua atenção e acuidade. Um abraço
HÁ 1 ANO ATRÁS VISITEI A QUINTA E ENCONTREIE-ME COM UM GRUPO DE JOVENS CINFANENSES NO QUE RESTAVA DO JARDIM ROMÂNTICO DA QUINTA DA SERRANA .
PERGUNTEI-LHES O QUE GOSTARIAM DE VER CONSTRUIDO NESTE ESPAÇO :
RESPONDERAM-ME COM EMOÇÃO E ESPONTANEIDADE QUE GOSTARIAM QUE FOSSE UM PARQUE E UM MUSEU
INFELIZMENTE AGORA NÃO PASSOU DE UM ANSEIO DE JOVENS SENSIVEIS
Face às informações transmitidas, concordo inteiramente com os comentários anteriores. Eu próprio escrevi várias vezes no jornal MIRADOURO vários alertas e protestos quanto a isto, nomeadamente após o último incêndio que ali se verificou (creio que há cerca de 2 anos). Participei de um concurso de ideias para o destino a dar àquele espaço e estudei-o profundamente.
É um lastimável varrer ou consentir na eliminação de uma memória tão importante para Cinfães, onde na sede do concelho tanto se exalta essa figura ímpar que foi Serpa Pinto.
Fiz com muito gosto a adaptação da antiga cadeia museu a que foi dado também onome de Sepa Pinto.
Mas agora, o que dói é o desaparecimento daquela área florestal tão rica em espécies raras.
Quando lá estive depois do último incêndio (ainda as cinzas estavam fumegantes) tinha ardido um espigueiro que estava apoiado em pilares de cantaria. Tina ardido também, para além das árvores a casa de banho (anexo) e até a banheira (espécie quase arqueológica) tinha derretido. Agora é isto…
Que lástima !
Ainda hoje estive nesse local, só quem lá vai é que encontra as verdadeiras palavras para descrever a sua beleza (:
realmente é lamentável encontrar-se neste estado :(
Tenho fotos recentes deste local para quem tiver interessado!
esta quinta é um dos meus lugares preferidos em Oliveira do Douro.eu moro em Oliveira do Douro(Vila Nova) e sou uma defensora ferrenha da minha terra e daquilo que ela tem de bom.tenho muita pena que aquele belo espaço esteja abandonado mas também sentia muita tranquilidade ao visitar esse belo lugar com vista para Cinfães. tenho muita pena que agora veja noticias de “paranormalidade”relacionadas com esse belo lugar. e que com isso cause medo a muita gente,e que faça com que deixem de visitar esse belo lugar. e que pelo contrario seja mal frequentado por pessoas” anormais” e que dêem um mau nome a um lugar tão bonito