Batatas!
O caminho para o Sargaçal está mais negro que nunca. Acho que detectei pelo menos mais cinco manchas de incêndios. Uma, chegou à porta de duas casas, novas, muito bem arranjadas, terreno limpo, piscina… Ainda vou voltar a falar da limpeza dos terrenos, quando publicar fotografias dessas casas (estou sem a máquina fotográfica por estes dias).
Quando cheguei, pouco passava das nove, já havia fumo no ar. Ao passar por Travassos, e pelo ângulo, pareceu-me outra vez no terreno ou muito perto. Quando parei para cumprimentar um senhor, informou-me que era para Lagarelhos… Ufa. Parece que agora já fico aliviado, se for “só” perto a arder. Examinando o vale, como sempre faço, mais uma enorme mancha negra para nascente. Já nem sei que dizer.
Encontrei o Sr. Américo, que anda doente, o que não me admira — esteve a dizer-me que tem tido dias de 17 horas de trabalho e eu só acredito. Como ele, não tenho conhecido. Disse-me onde andava o irmão, o Sr. Zé e fui lá convencê-lo a ajudar-me com as batatas, de tarde.
É uma insanidade de trabalhão. Tenho que confessar que não tenho tido pujança física suficiente. Tentei ajudá-lo, mas não deu para muito. Tratei de regar o que pude o que se revelou suficientemente cansativo, pois na periferia, tenho de andar a acartar baldes de água — distâncias consideráveis.
Voltando às batatas, deve-se ter tirado uns 170-200kg. A má notícia é que deve ter umas seis ou sete vezes isso. Nota para mim: para o ano, semear 1/8 no máximo. Estou farto de batatas.
A partir das 15, deu-me uma dor de cabeça que nem me aguentava de pé. Deve ter sido do calor e do Sol — como não costumo tomar muitas pastilhas, continua até agora. Bom, colhi mais umas courgetes (dei à esposa do Sr. Américo e à mãe Sr. Laureano, que não conheciam) e feijões. Comi dois pêssegos “early red heaven” e não achei especialidade nenhuma. Já tinha ficado com essa impressão e confirma-se. Enquanto regava, passei por uma pereira, daquelas mesmo remotas e negligenciadas. Comi duas pêras e… maravilhosas! Colhi mais algumas. De uma macieira nas mesmas condições, também colhi umas maçãs. Foi o bónus do dia.
Uma coisa boa, foi ter “apanhado” a água do ribeiro logo de manhã. Andou lá o dia todo e encharcou bastante algumas zonas. Bem é preciso.
Cobertura do solo à volta das árvores, foi outra das minhas actividades. Vou falar disso mal tenha máquina fotográfica. E foi assim o dia.
Estou capaz de jurar que este gafanhoto está a olhar para mim.
A tocar no iTunes: Lucky Devil do álbum “Retreat From Memphis” Mekons (Classificação: 5)
Uma resposta para“Batatas!”
As duas casas que referes devem ser as mesmas que eu vi ontem no regresso ao Porto (estrada que liga Paços de Gaiolos ao Parque da Penhalonga). Algumas árvores, a escassos metros de uma das casas, arderam. Imagino o susto que os proprietários terão tido…
Impressionante foi como ficou a zona de Campo, Paredes, perto da AE… que tristeza!
São essas. Deves ter reparado que na de baixo, ardeu uma laranjeira, no meio de um pátio que era relvado. Ardeu como um fósforo, num terreno limpo.
Esta foto é de Baltar. Passar lá nesse dia foi péssimo. Eu fico doente com isto.