Praia da Tocha
Como processador de precisão que sou, escolhi ir até à praia exactamente nos poucos dias que choveu este ano. Não faz mal. A Susana ficou umas três semanas com as crianças e na verdade foram deveras agradáveis os pouquíssimos dias que lá passei.
A Praia da Tocha, para quem gosta (de praia), é do melhorzinho que o país pode oferecer. Está tudo muito bem arranjado, o betão não venceu, há jardins, limpeza, ciclovia, parque de jogos, pinhal… Apesar de alguma arquitectura duvidosa, está na generalidade muito bom. Há também um restaurante, o “Panorama”, onde se come extremamente bem. O alojamento é constituido por casas particulares alugadas. Dito isto, nesta época, a evitar no fim-de-semana, a todo o custo, bem entendido.
Nas minhas voltas de bicicleta, por maravilhosas estradas florestais, reparei na caruma, com um palmo de altura, acumulada nas bermas. Lembrei-me logo dos fumadores e os seus cinzeiros nos automóveis, sempre impecavelmente limpos.
Para o lado esquerdo, pedala-se até Mira; para o direito, até Quiaios (a seguir vem a Figueira da Foz, mas nunca lá cheguei). Pelo caminho, as Lagoas de Quiaios, estão alarmantemente secas.
Hoje em dia, este é o tipo de “montanha” que gosto de percorrer com a bicicleta do mesmo nome — planas como mesas de bilhar. Não é necessário praticamente qualquer pujança física, só traseiro.
No que reparei, numa atitude que começa a parecer “deficiência profissional”, e que começa a exasperar certas pessoas, é que as árvores plantadas são quase em exclusivo tamarix. Não tenho nada contra, apesar de nos EUA serem consideradas invasoras, mas se os responsáveis fizessem uma visita à Foz, no Porto, veriam muitas outras espécies que poderiam escolher, resultando em jardins e marginais bastante mais interessantes.
Recomendo a estadia, ou só a visita ocasional.
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