Agricultura urbana
Muito interessante o pequeno artigo homónimo na revista Arquitectura e Vida de Fevereiro de 2006. Os autores, Daniela Correia e Yann-Fanch Vauléon, arquitectos paisagistas, falam do corte entre o local de grande concentração de população e o local onde são produzidos os alimentos. Também a perda de relação com as dinâmicas naturais, para quem está habituado a ter todo o tipo de fruta e legumes durante todo o ano.
Salientam que das 287 variedades de cenouras cultivadas na Europa no início do século XX, apenas 21 continuam a ser produzidas, mais por questões de conservação e resistência ao transporte, do que pelas suas qualidades gustativas. Não sei qual é a fonte, mas só acredito, o mesmo acontece com praticamente todos os outros vegetais e fruta.
As fotografias que ilustram o texto, mostram maioritariamente hortas marginais, pouco atractivas e desintegradas do meio. Por um lado vai de encontro ao teor do texto, pois a horticultura urbana (prefiro este termo) deve encontrar o seu lugar dentro da cidade, mas por outro lado, pecam por falta de valor estético que atraia a população com jardim, a tornar parte desse espaço lúdico, igualmente comestível.
O texto é bom, mas mais haveria a dizer sobre as hortas na escola, hortas comunitárias para a terceira idade, falam dos talhões temporários facultados pela Lipor e muito pouco de hortas comunitárias em geral, sendo certo que os exemplos por cá também não abundam.
Uma resposta para“Agricultura urbana”
De facto, é um tema que não se esgota aí. Em Paranhos, uma freguesia do Porto que continua a preservar alguns aspectos da sua identidade rural, há muitas pessoas que cultivam os seus legumes e frutos em pequenos quintais que se escondem por detrás das fachadas.
Em Worms onde vivi 3 anos, junto do Parque da Cidade haviam lotes de terreno que podem ser alugados e cultivados.
O prjecto Horta à Porta tem tido uma grande aderencia, pena que não haja que mais faça.