Texto sobre nada
Ando na fase menos hortícola desde que me comecei a interessar por estas coisas. Não tenho tempo para nada e já se sabe, sem tempos livres, não há ocupações dos tempos livres. Tenho passado os dias a carregar coisas (livros e coisas piores, no sentido de mais pesadas) e mesmo no jardim, o que fiz recentemente foi carregar vasos bem grandes de um lado para outro (porque onde estavam, o canídeo andava a entreter-se a arruinar tudo o que podia).
Pelo que tenho observado das estatísticas, a partir de certa quantidade de conteúdo, é praticamente indiferente escrever no blogue ou não. Passou a ter vida própria. Quem manda visitantes é o Google, o resto é muito residual. Mesmo quando por algum motivo tenho links no Abrupto, poucos são os que clicam para ver o que é (uns 100 em três dias, supostamente de um universo de quase 10.000 visitas). O internauta é um ser parodoxalmente desinteressado.
Se olhar para as estatísticas agora… vou olhar… reparo que desde Março de 2006 foram 693.624 visitantes, dos quais 282.795 únicos. Ao ritmo presente, lá para o início do próximo ano farei o meu primeiro milhão (sempre quis dizer isto). E não significa nada, porque o internauta é um ser paradoxalmente desinteressado.
Uma resposta para“Texto sobre nada”
Bom dia J. Rui.
Relativamente a proveniencia dos teus visitantes, falo por mim… com o passar do tempo acaba-se por decorar os nomes, o computador acaba por fazer aquela coisa da conclusão automatica de palavras.. e entra-se irectamente nos blogs.
existem 3 blogs q visito diariamente, um deles claro é o teu, os outros 2 nao digo para nao ferir susceptibilidades.
Força nesse objectivo…. 1 milhão.
depois quer ver isso assinalado, com qq iniciativa especial. plantação da arvore 1 milhão… uma coisa desse genero.
Abraço
Então e os feeds?! :)
Eu clico nos links, muitas vezes, mas normalmente não quando são blogs nacionais (é muito melhor ter a comidinha mastigada no Sargaçal rsrs)
Há uns tempos fiz uns posts cheios de links para informação interessante no meu blog e resolvi controlar o sitemeter. Ninguém clicava nos links! (na altura os feeds eram parciais só se podia clicar no blog)
Mas às vezes lá calha. Talvez valha a pena.
José,
Curiosa esta tua elaboração em torno das estatísticas, porque é um tema que me tem passado pela cabeça. Ainda recentemente li um texto do Chris J. Davis sobre isto [http://chrisjdavis.org/down-with-stats] – numa dimensão de “mercado” um pouco diferente, é certo, mas que acaba por falar do arco de sucesso de um blog; de como por fim se supera a preocupação da visibilidade por motivação pura por escrever coisas que verdadeiramente interessem.
Penso que quando andamos nisto há alguns anos – como tu e eu – acabamos por perceber que a repercussão do que escrevemos é praticamente nula. Eu, pelo menos, sinto isso. Cada vez mais. E acho que por fim chegamos à conclusão de que o que nos faz continuar por aqui é apenas o gosto pelo blogging. É o facto de retirarmos satisfação pessoal em manter uma página bem feita, dentro das capacidades e limitações de cada um.
Ultimamente sinto que não escrevo para ninguém. Não é que não queira, não é nenhuma pose de estilo. Apenas uma incapacidade. Preciso daquela ferramenta para pensar, para permanecer mentalmente activo. E quero (tento) escrever coisas que penso serem importantes. Mas o retorno é nulo. Nem nas caixas de comentários, onde raras vezes aparece uma elaboração que pegue no tema e o leve mais além com ideias genuínas, saídas da cabeça do comentador. Abençoado seja quando isso acontece. Mas pior é a repercussão em outros blogs – não há retorno nenhum, nada. E para com isso não há estatísticas que satisfaçam, porque não passa de uma massa numérica de percepção completamente indistinta para quem escreve.
Ao olhar para o blogómetro recentemente apercebi-me – no modo como interpretei os números de visitantes – que há muito mais gente a visitar blogs. É um fenómeno que, no entanto, não tem sido benéfico para os blogs de 2ª geração (pós-2003, em Portugal), que mantêm relativamente estático o número topo de visitas. Assim parece estar a ascender uma espécie de 3ª geração de blogs – muito específicos (playstation, wrestling, pirataria, cartoons), de construção gráfica estupidamente desleixada, um pouco sensacionalista; e completamente desintegrados da origem da cultura blog (vê o livro da Rebecca Blood). Coisa que de resto praticamente ninguém tenta promover por cá, nem na nossa geração de blogs sequer.
Outra coisa completamente triste é o modo como os blogs são citados nos jornais. Durante as férias li diariamente o Público, que tem uma coluna no 2º caderno com citações diárias em torno do tema do momento. Mas as citações raramente têm algo que se aproveite. Parecem tiradas ouvidas na mercearia. O tipo de coisas que um gajo diz lá em casa, “o que tu queres sei eu”, “toma lá disto” e afins. Não percebo porque é que se vai aos blogs buscar estas coisas, se não têm o mínimo interesse ou elaboração intelectual. Mas o pior é que aquelas citações são bem mais fiéis do que se passa na blogosfera, bem representativas do que realmente se escreve por aí. E que é tantas vezes uma miséria profunda, não apenas intelectual, mas de má cidadania, de má-fé, de presunção de nulidade intelectual e moral para com as ideias contrárias.
Por isto tudo – e desculpa estar a divagar tanto – sinto que não sei o que fazer com aquele número de visitantes que tenho. Não percebo o que andam por ali a fazer, o que lhes passa pela ideia. Se lêem alguma coisa que escrevo. A sério. Se tivesse apenas 10 ou 20 leitores que soubesse serem pessoas interessantes e de quem obtivesse retorno, continuava a escrever o blog. Provavelmente com mais gozo ainda. E por isso me identifiquei com aquela interpelação que referi acima: abaixo as estatísticas. Pouco mais importa do que escrever coisas de que nos orgulhemos, e que com alguma sorte sejam capazes de gerar conversação para lá dos nossos pequenos blogs.
Abraço.
Caro Monteiro, acho que já passei o milhão :) . O blogue tem mais uns anos que as estatísticas e quando instalei o Mint, acabei por não ligar aos números anteriores.
Mas para castigo, abri a boca e tive logo um dia como já não me lembrava. Acho que foi desta que se foram todos embora.
Jardineira… Os feeds… Eu não entendo os feeds em termos estatísticos. Nem investiguei o modo como o Mint conta os feeds. A ideia que tenho é que devo ter algures à volta dos 160 leitores via feeds. Mas não sei se estão incluidos no total de visitas ou se as devia somar.
Sim, pouca gente clica nos links, basta ver que o Abrupto com os seus 3000-4000 visitantes por dia, manda-me uns 50 visitantes no primeiro dia — que eu tomo por aqueles tipos que estão a escrutinar tudo o que o Dr. Pacheco Pereira escreve e que lhe servem muitas vezes de amplificador crítico ou elogioso — chegam, topam o ambiente e não lêem nada. E mais impressionante é constatar que esses 100 seres paradoxalmente desinteressados, não chegam sequer a sair da página de entrada. A entrada é a saída. É um processo lento, suponho que desses 100, se conquistar um ou dois leitores já será bom.
Daniel, obrigado pelo comentário. Não consigo responder em pouco tempo e já são 4h da manhã. Mas respondo mais tarde (ou será mais cedo?).
Nao concordo com o uso do paradoxalmente. Qual é exatamente o paradoxo?
Eu tenho os blogues que visito diariamente, mas raramente sigo ligaçoes. O que nao considero anormal. A internet, se nos metermos nisso de seguir ligaçoes, pode usar muito tempo para nada. Há muita porcaria, pelo que me parece inteligente escolher aqueles que nos interessam e deixar as aventuras para o fim-de-semana preguiçoso.
Mas pró que eu vinha: gostei dos teus bitaites no Abrupto sobre o CO2. Quando li aquele artigo foi ao nível do que tu escreveste que eu pensei.
Jinhos
Primeiro vou responder ao Daniel Carrapa:
Daniel, eu li o artigo que citas através de o link no teu blogue. Interessante e de facto põe o dedo onde mais doi: andamos todos a escrever para quê e para quem? Se olharmos apenas para as estatísticas apenas somos bons se tivermos muitos leitores, o reverso da moeda está ai, na pouca atenção com que os leitores hoje lêem tudo o que encontram na rede. Um dos problemas, não o único, prende-se com a dispersão dos leitores por centenas de blogues e como não conseguem (ou não querem) seleccionar, a única solução é ler tudo de enfiada e na transversal. Se cada um de nós analisar as discussões que os nossos blogues geram chegamos à conclusão de que algo está errado nesse acto de escrever num blogue que não gera uma troca de ideias, recordo que talvez seja esse o acto que nos levou a escrever num blogue em primeiro lugar porque perdoem-me a expressão mas se era para escrever para o umbigo talvez seja melhor comprar uma Moleskine…Dito isto de facto no ‘Elogio…’ o meu problema está precisamente nessa falta de comentários e de discussão.
Rui, penso que o pior está para ficar, houve uma alteração no ranking de blogues e houve muitos que desceram abruptamente nos rankings do Google sem explicação, o meu caso é ainda pior dado que em algumas pesquisas estava em primeiro na primeira página e hoje, para a mesma pesquisa, desapareci completamente; para o Google o meu blogue deixou de existir…
No fórum dos Webmasters Google a coisa está preta e chovem reclamações de todos os lados; mas se todos desceram a coisa pode não ser tão má assim.
Mas um revés pode ser uma oportunidade de repensar, de olhar para dentro e perceber o que fizemos mal e mudar de caminho. No meu caso, por exemplo, desviei-me do meu caminho inicial apenas porque o público quer relatórios de equipamentos, quanto custam e onde comprar mais barato. Recebi nestes meses dezenas de emails a perguntar ‘qual o equipamente que devo comprar’, ‘a lente A funciona com a máquina B?’, ‘quanto custa a máquina X e é ideal para o trabalho que faço?’…E eu, entorpecido e enebriado com os visitantes registados pelo Mint, acedi nesse caminho. Vendi a alma ao demo e hoje pago por isso.
Mas hoje o Google ao retirar-me das pesquisas não está castigar-me mas a forçar-me a seguir o meu próprio caminho mas apenas me apercebi quando li este teu texto, de facto andei ‘deprimido’ pelo facto de ter perdido leitores mas esse revés agora obriga-me a ter mais atenção aos que ficam – leitores directos – e tentar captar-lhe a atenção e o interesse.
Talvez de vez em quando seja necessário um abanão que nos faça pensar, no meu caso o Google e sete texto deram-me o mote para colocar em causa porque é que escrevo num blogue, porque o mantenho e sobretudo como o quero manter. Escrever por escrever começa, para mim, a estar fora de questão. Sobretudo porque estou completamente refém do Google e isso nunca é bom, prefiro de longe estar refém das minhas opniões e das dos meus leitores.
Como leitor, hoje dos cerca de setenta blogues que lia diariamente leio cerca de vinte e está tudo dito. Leio o que me interessa, com calma e guardo alguns artigos no delicious para futura referência. Por acaso foi exactamente o delicious que me chamou à atenção da falta de paciência e interesse dos leitores, ninguém, n meu blogue, se interessa por aquela bela colecção de links…e muito menos por aqueles que eu publico nos artigos. Não me cabe dna cabeça como é que alguém que anda atrás de artgo A ou B, encontra via Google o meu texto com os links já colocados, é só clicar e quase ninguém se dá a esse trabalho. O que me leva a perguntar: se não era para ler para que andam a pesquisar? Para matar tempo, ou porque como dizia um artigo que li através do ‘A barriga…’ do Daniel, o Google está-nos a tornar estúpidos?
O Mário praticamente respondeu. É andar na internet à procura, supostamente com ânsia de conhecimento, encontrar e não ler, encontrar e não clicar. E nota que nessa ânsia de conhecimento considero que cabe a distracção.
Eu entendo perfeitamente a tua lógica e a tua explicação. Eu não clico furiosamente em tudo o que é link, mas podes ter a certeza que clico naqueles que são sobre o assunto em mãos e/ou me parecem interessantes. E muitos desses acabam por aqui.
Mas nota, não se trata de um indivíduo. Tratam-se de milhares (digamos 3.000-4.000 diferentes em três dias de Abrupto, por exemplo por já se um universo apreciável) que não vão lá, julgo eu, em busca de pimbalhada. E clicam 100. Desses 100, praticamente nenhum tem curiosidade em saber sobre que é o blogue do burróide que anda no Abrupto a chatear.
Uma nota: esta semana as visitas caíram a pique, para números que já não me lembrava. Movimentações destas só têm um nome: Google. Mas razões desconheço. O pagerank continua 5 (e no blogue Mundo Fantasma idem e as visitas estão normais).
Daniel, mais um dia que não posso responder. Cheguei praticamente agora e já são 5h32 da manhã.
Daniel, a ver se é desta… As tuas observações são muito pertinentes para mim, em si mesmas e porque noto que temos números de visitantes muito parecidos. O Sargaçal já andou nos 1.100-1.200 por dia (únicos) e foi a altura em que me senti mais pressionado. Agora anda para cima e para baixo (entre 700-800) sem qualquer tipo de lógica que não seja a baixa no fim de semana.
Tenho cada vez mais a certeza que “o internauta é um ser paradoxalmente desinteressado”. Eu sei que não se pode dizer coisas destas sem ser injusto para muita gente. Mas para não entrar no portuguesíssimo “excepções”, globalmente é assim que tenho observado o evoluir da blogosfera em que participo. Eu próprio cada vez mais frequentemente dou por mim no “zap e scan” e é uma tendência que tento contrariar, mas é difícil porque o conteúdo disponível cada vez é mais. Leio pela rama, salto para conclusões e acabo por cometer erros. Não é bom.
Hoje em dia desapareceu completamente aquele meu sentimento de adolescente de “perda irreparável” quando se falhava um programa de televisão ou série que se seguia… Hoje perde-se um e aparecem logo mais dezenas de programas de interesse. Ao estarmos integrados, é com isso que lutamos. Os nossos leitores têm de ser globalmente arrancados aos outros e captar-lhes a atenção torna-se cada dia que passa mais complicado.
Eu sinto isso muitas vezes. E muitas, são mesmo muitas. Isto no imediato e imediatismo que também exijo, vivendo como vivo nesta sociedade. Mas no longo prazo, já não tanto. Textos (miseráveis, é certo) como o do Tomate arbóreo, continuam a ser visitados, semana após semana e foram lidos (ou pelos menos vistos) milhares e milhares de vezes. Rivaliza com jornais e revistas nas calmas. Blogues como os nossos e outros, criam uma espécie de um fundo e como a internet não vai para o lixo (como os tais jornais ou revistas), é bastante organizada e estamos no mapa do Google (principalmente), as coisas até funcionam bem.
Nota fora do tópico: Se perguntam porque não escrevo um texto melhor sobre o Tomate arbóreo já que tem assim tanto sucesso, escrevi. Está no jardinagem.org, o blogue que nunca mais está pronto.
E da minha nota, tu e o Mário podem concluir que não estou certo que o caminho seja escrever para mim. Tenho de encontrar um equilíbrio entre o que quero escrever e o que os outros querem ler. Como comecei o blogue como bloco de apontamentos sobre o terreno, a minha esperança é que as minhas observações interessem outros — mas não tenho nenhuma linha editorial, nem imaginada, nem real (já passei por essa fase também). Mas no jardinagem.org, gostava de ter. Suponho que tudo dependa do autor, dos objectivos e do blogue que se consegue publicar.
Eu sinto que praticamente atingi o meu patamar de competência. Muito melhor não consigo fazer, sem um esforço que não me é possível no dia-a-dia. E já pensei muitas vezes que a falta de retorno se devia a isso. Mas não. A internet é o zapping elevado ao cubo. E é muito frustrante não conseguir captar a atenção das pessoas. Eu sei que tenho visitantes que passam mais de uma hora por aqui a vasculhar os arquivos e considero isso até surpreendentemente bom.
Mas quem tiver dois dedos de testa, ou para não ser mau, já andar nisto há algum tempo, vê a média de permanência e só pode concluir que está a escrever para si próprio. Um minuto, dois minutos… No Sargaçal, mais de cinco minutos, estão 5% dos visitantes. Metade estão menos de um minuto, ou seja, nem os conto. E nota, numa época que já não se liga e desliga o modem e se deixam páginas abertas durante horas e horas (julgo que a maior parte dos programas de estatísticas têm um time-out para não distorcer demasiado, mas mesmo assim…).
Eu podia escrever para as estatísticas (sobre o tomate arbóreo, plantar uma árvore, compostagem, vala de compostagem e outros sucessos), mas acabo por escrever para mim, na esperança que alguém tenha interesses comuns (e já me estou a repetir, desculpem).
A segunda parte depois.
Sobre o retorno nos outros blogues… Eu já reparei nisso e tem vindo a piorar com os anos. No início, parece que existia uma interacção desinteressada e praticamente uma vontade de criar amigos, nem que fossem virtuais. Hoje, é cada vez cada um no seu canto, tal como na rua cada um está na sua casa e pouco contacto tem com o exterior. Nem nos blogues políticos, onde essa interacção devia ser quase por definição, quanto mais nos nossos. Acho qe se está a desperdiçar uma das ferramentas mais poderosas da internet, mas se os visitantes também não clicam nos links, para pouco servem.
A relação dos jornais com os blogues é a de quem perdeu o comboio (os jornais) e não entendeu o que se estava a passar. Agora, recrutam escritores nos blogues e nessas citações, escolhem o melhor que o amiguismo permite. Pelo menos é essa a minha percepção.
Isso não tornou os jornais modernos, tornou os jornais piores e mais parecidos com os blogues (e por azar, com os maus).
Eu não acho que tenhas 20 leitores (só aqui estão dois regulares), mas não faço ideia quantos terás. A única certeza é que será exponencialmente menos do que dizem as estatísticas. Não me admiraria se fossem 5-10 vezes menos regulares + 5-10 vezes menos os esporádicos (que também é bom, mas interessaram-se por um texto uma vez na vida).
Vou observando e gosto de pensar, apesar de não ser científico, que de um dos melhores meses com 25.000 visitas, entre 500 a 1.000 serão leitores dignos desse nome. Os outros enganaram-se todos.
Também já concluí que não é proporcional ao número de visitantes. Quando se tem 100, 50 são leitores. O problema está quando dispara… 1.000, 100 são leitores. 10.000, 250 são leitores… E provavelmente os mais participativos são os 50 originais (e até um determinado ponto, autores de outros blogues, mas isso praticamente acabou).
Fiquei muito surpreendido pelo facto de todo o teu esforço no inglês não ter apresentado resultados (visíveis nas visitas, não me refiro a outros resultados e interacção).
Mário, eu não sei o que é isso da pior fase, nem percebo muito bem o que se passou esta semana com o número de visitas, ou porque se passou. Não estou minimamente preocupado, porque na verdade o que me interessa são os visitantes de qualidade, mas ninguém gosta de ver o gráfico a andar para baixo.
Para finalizar, eu não diria abaixo as estatísticas. Gosto de olhar para lá e tentar compreender o que se passa. Encarando as coisas com mais alguma disciplina, é uma ferramente que nos permite ir melhorando. Desde que não nos retire o prazer de publicar.
Não me agradou particularmente ver o gráfico das estatísticas a regressar ao ponto de retorno mas na linha do que disse preocupa-me mais tirar ilações do que me aconteceu e actuar em conformidade. No entanto mantive o PageRank de 4/10, o que me surpreende.
Aconteceu-me precisamente o mesmo, até pior dado que comecei a perder leitores portugueses e não estava a ganhar leitores estrangeiros na mesma proporção. Para mim e depois de ter ligações em alguns blogues de interesse foi a surpresa total mas escapou-me na altura o facto de estar a concorrer num mercado saturado de grandes blogues, já estabelecidos e de autores com uma forte presença no mercado e que depois fizeram muito bem a transicção para a blogosfera.
Tal e qual como o Daniel eu mantenho o blogue porque me dá prazer, me mantém atento ao que se passa pelo mundo e me permite manter um nível de actividade mental e de reflexão sobre o que faço muito satisfatório. As visitas são a cereja no topo do bolo, o remate final, a satisfação de saber que as nossas opiniões interessam e são interessantes. De facto os problemas começam quando a coisa começa a ser direccionada para os leitores de modo a satisfazer as preferências daqueles que vêem via Google de modo a trazer mais; no meu caso a coisa funcionou até a ‘bolha’ ter estourado, como se diz no mercado de acções. E tal e qual como nesse mercado é preciso analisar o que correu bem, menos bem e mal para na próxima oportunidade – e ela irá surgir – não serem repetidos os mesmos erros.
E no meu caso o blogue e as opiniões que ali subscrevo permitiram-me ser convidado a escrever numa revista de fotografia, o que me muito me agradou. Portanto nem tudo é mau.
Vou adicionar mais uns pensamentos, correndo o risco de desviar a conversa para pormenores da minha experiência pessoal com o blog.
Mas como este é um “Texto sobre nada” :) assumo que pode ser um texto sobre tudo. Por isso cá vai…
José, o que referes do inglês é verdade. Acompanhei o Mário na experiência do português/inglês e partilho os problemas que ele atrás explicou.
Comecei a escrever em inglês como extensão natural da minha actividade na blogosfera. Porque a maior parte dos blogs que acompanho são em inglês, onde o registo na minha área me parece mais elevado, e porque (presunção à parte) me sinto suficientemente à vontade para pensar que não cometerei muitas calinadas (só algumas). :))
Várias DESVANTAGENS à partida:
(1) o esforço de tempo significa uma menor produção de posts.
(2) Abordar alguns temas da actualidade portuguesa torna-se difícil de enquadrar para um universo de leitores estrangeiros.
Entre outras.
Os resultados em audiência não foram minimamente expressivos. Mas obtive alguns efeitos que acho positivos. Linkagem em alguns (não tão poucos quanto isso) blogs estrangeiros, entre os quais o BLDGBLOG. Integração na rede Blogburst – simpático, mas com efeitos igualmente nulos na audiência.
Penso que o principal problema resulta do formato bilingue. Muito pouco legível, suponho eu, para quem não lê português. A junção das duas línguas no mesmo post funciona mal, mas com o blogspot não tenho forma de separar os idiomas em duas secções autónomas: PT e ENG.
O ideal, para funcionar bem, era poder fazer essa selecção de idioma logo no topo do site. E ter feeds separados para PT e ENG, obviamente.
A ideia de ter dois endereços blogspot não me agrada nada, por isso estou a evitar essa hipótese.
A solução pode passar por, finalmente, migrar o blog para um domínio próprio. Mas a reflexão que tenho feito sobre isso levanta-me algumas DÚVIDAS. São elas:
(1) o novo domínio arrancará com baixa cotação no ranking Google – esta não me preocupa muito. Não me importava nada de “recomeçar”, com um pouco de liberdade mental e focado em escrever coisas melhores, sem preocupações com a audiência.
(2) tenho receio na manutenção do domínio próprio. O que acontece se – um dia, por doença ou algo pior – deixo de poder manter o domínio. Perco todo o conteúdo? Isto pode ser uma pergunta ignorante, mas ultimamente tenho pensado nisso. O blogspot pode ser um endereço foleiro, mas dá algumas garantias de que a página ficará viva enquanto existir Google.
As VANTAGENS do domínio seriam:
(1) credibilidade.
(2) formato bilingue autónomo, podendo inclusivamente publicar posts em português que não teria forçosamente de publicar em inglês, e vice-versa.
(3) reinventar o grafismo do blog. Mantendo algum minimalismo, mas com melhor organização dos conteúdos, paginação (uma maldição que não consigo meter no meu template, que pasmem-se, ainda está no sistema old-blogger), links, etc…
Se calhar fico por aqui. Peço desculpa aos outros leitores por esta dissertação que “não interessa nada”. Mas como puxaram pelo tema, ficam os meus esclarecimentos e as minhas dúvidas.
Abraço e obrigado pela paciência…
Já pensei muitas vezes no bilingue (não que escreva o suficientemente bem noutro idioma) e em termos de design, não cheguei a nenhuma solução integrada satisfatória. Nem conheço nenhuma. Há um idioma que vai sempre atrapalhar alguém.
Assim sendo, a solução é uma duplicação do site. Funciona em domínios próprios criando subdomínios por exemplo en.sargacal.com, fr.sargacal.com, etc. O “truque” está em fazer o utilizador saltar do post em questão para o post correspondente noutra língua (que até pode ter uma mensagem que não existe esse conteúdo ainda nessa língua, se for o caso). Não é satisfatório um simples link para a primeira página do outro idioma.
Quero inventar isso para o arvores.org. No galeria.mundofantasma.com, vou ter, mas a plataforma não é blogue é feita à medida. Projectos não faltam, está é tudo atrasado :) .
A baixa cotação no Google recupera-se muito rápido. Acho até que domínio próprio deve dar uns pontinhos lá na alquimia da fórmula matemática deles.
Eu os domínios que tenho, pago por longos períodos. Os servidores fazem backups para segurança deles (que serve para nós no caso de algum erro crasso), mas também fornecem uma ferramente para backups.
A manutenção do conteúdo também já pensei… Por doença ou morte… Neste último caso, vale a pena preocupar-me com isso? Se for um blogue muito lucrativo, o melhor é deixar no testamento a forma de o administrar.
Não há que pedires desculpas. :)
“Um blogue muito lucrativo”
Ehe. Não, ainda não arranjei maneira de enriquecer com isto. Tirando um cheque mixuruco da Google de dois em dois meses. Maldita desvalorização do dólar! :))
Obrigado pelas dicas.
Daniel, mais uma vez sou obrigado a concordar contigo. Aliás foi exactamente por essas duas razões que deixei de escrever em inglês e porque de facto é difícil incluir dois idiomas num blogue construído para ter apenas um. A solução que o Rui aponta é, na minha opinião, a única viável: ter dois domínios, um em cada idioma. A integração não é fácil mas nisso o Rui é que é o mestre por isso deixo para ele as considerações técnicas.