A futilidade de tudo

Às vezes é impossível não reflectir sobre o especto puramente romântico da agricultura biológica. Ontem o Sr. Elias passou no Sargaçal já depois das 21h00 para ir mudar a água para o terreno dele e na conversa fiquei a saber que fumigou as batatas com remédio do escaravelho seis vezes e “eles ainda lá andam”.

Isto a propósito de eu estar com um cesto de batatas e de lhe ter dito que não tinham “remédio”, ao que ele reagiu incrédulo. Começo a desconfiar que isto foi sorte de principiante. Para o ano veremos.
Mas, andamos nós preocupados com os químicos e um dia destes passou aqui na rua (na Senhora da Hora) uma carrinha de caixa aberta com um enorme depósito. Passados uns dias, reparo que tudo o que são ervas nas bermas e passeios secaram. Somando dois e dois, concluo que a Câmara de Matosinhos desistiu, pelo menos em parte, dos cantoneiros e descobriu a pólvora, ou melhor, as inúmeras vantagens dos herbicidas.
Daí a futilidade de tudo. Nós fazemos o que podemos para evitar os químicos, mas os químicos não nos evitam a nós, pelo contrário, vêm parar à soleira da nossa porta — cortesia do valoroso presidente da CMM, o Sr. Narciso Miranda. E como os políticos são muito astutos, escrito em grandes letras na carrinha temos “Divisão da Qualidade de Vida”. Contra toda esta qualidade, não há argumentos.
E a saga continua: Hoje, sabemos pela comunicação social que o novo ministro do ambiente é o Dr. Luis Nobre Guedes. Palavras para quê? O seu extenso curriculum na área ambiental fala por si, assim como falavam os curriculuns dos três anteriores e antes do José Sócrates. E antes dos outros todos.

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