Tiro no espigueiro


Na Quinta, fui comprar batatas de semente ao Grémio que posteriormente fui levar a casa da D. Arnalda e do Sr. Elias, para “galharem”. Quando cheguei, já de tarde, andavam o Sr. Américo, Sr. Zé e Cláudio. Havia alguma excitação, todos queriam mostrar-me o tiro que alguém deu no espigueiro e que fez três buracos (à Lucky Luke).

Não posso dizer que fiquei satisfeito. Não me acredito em más coincidências. Um dia aparecem os caçadores, passadas duas semanas, vandalizam o “canastro” com uma arma. Quem tem armas neste país? Temo que gente a mais. Mas, é escusado especular muito (ou alguma coisa). A verdade é que não sei quem foi. Pode ter sido um vândalo de carnaval (essa festa mais abominável, cada ano que passa).
Bem, retiraram-se os bardos da leira grande e ficou marcado ser lavrada com vacas na próxima Quinta. Também se fez a vala e enterrou um tubo que vai ligar o Tanque 1 ao ramal principal, que vai permitir ter mais água disponível e com mais pressão.
Na sexta, o Cláudio e o Sr. Zé andaram a limpar perto da nascente na parte baixa e eu andei a plantar árvores no limite sul superior — e a limpar e a queimar tudo o que ficou da passagem do Cláudio e Sr. Zé. Também recolhi mais folhas e fiz mais uns montes para composto. O Sr. Resende (Zézinho) apareceu com as vacas que colocou no lameiro pequeno. Não me pôde ajudar com os buracos porque tem as mãos desgraçadas com as frieiras, mas apanhou-me uns 15kg de laranjas.
Afinal já não vamos à caminhada entre Gaia e Espinho, no Sábado. A Susana mudou de ideia, porque o Pedro está com uma diarreia e meio impaciente. Para mim, não foi mau. Acho que nem vou acordar amanhã a horas decentes, hoje acho que exagerei um bocado. Sinto-me mesmo moído.

Uma resposta para“Tiro no espigueiro”

  1. É pena que os famosos “caçadores” muitas vezes sejam pessoas da alta roda, supostamente os mais educados, entre outras coisas, e também aqueles que mais se julgam donos de tudo e todos. E habituados a fazer as leis para os outros mas a viver pelas suas próprias. E é pena que o tão afamado contacto com a natureza que tantas vezes apregoam ter e cultivar tenha de passar inevitavelmente pela morte da mesma unicamente para o seu gaúdio…
    Sobre a natureza, e sobre ler que o Sr. Resende está desgraçado com frieiras, coisa que me deu cabo das mãos num famoso Inverno, existe uma empresa, a Body Shop, de produtos naturais e com uma série de políticas, filosofias e práticas empresariais que aprecio. Nos produtos que têm existe uma linha de produtos à base de canhâmo. Entre eles está um creme “milagroso” para peles secas ou muito secas que “salvou” as minhas mãos ensanguentadas de frieiras, há uns anos atrás. Peço desculpa pela publicidade à empresa e produtos, mas de facto vale a pena…

  2. jrf

    O Sr. Resende tem 78 anos e é irmão da D. Hermínia que nos vendeu parte do terreno. Dificilmente o convenço a usar cremes — já lhe falei no Nívea para amaciar as mãos e ele respondeu que as amacia com terra e com a sachola.

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