Mais um Sábado, conclusão
O dia ainda não tinha acabado, embora a noite se preparasse para cair. Parei um bocado para pensar no Cláudio e resolvi telefonar-lhe. Disse-lhe para aparecer, queria falar com ele.
Entretanto, o meu amigo (e ex-sócio) Paulo chegou. Como era tardíssimo e não tinham almoçado(!), a Eduarda e o Duarte (que só tem cinco anos) não queriam subir meio quilómetro a pé. Foram para o “Angola” esperar por mim, para posteriormente seguirmos para jantar no “O Meu Gatinho”.
Fiquei algo desiludido. Por um lado, não são pessoas que andem por estes lados todos os dias; por outro, antecipei acabar o dia com alguma companhia e a mostrar o que ando a fazer. O Paulo tem um Defender e até os pinheiros trepava, mas estava no carro da Eduarda. A verdade é que a maior parte das pessoas, e muito bem, não tem jipes. Comecei logo a remoer no estradão, no Sr. Cristóvão e em quanto me custaria livrar-me do sujeito. O pior é que se lhe der dez cêntimos, já acho caro, tal a impressão que me anda a meter.
Lá veio o Cláudio. Pedi-lhe para me apanhar umas laranjas. Quando as pessoas me vêem, perguntam se o Cláudio anda comigo, ou se ando sozinho. No sábado, a reacção do Sr. Américo, Sr. Elias e Sr. Laureano, foi um bocado mais ríspida que o costume. Basicamente todos disseram que gostam pouco de manguelas.
Mas, estive a pensar nos quatro dias e meio que ele trabalhou em Março. Nos 26 ou 27 dias sem fazer nada. E nada, é nada. Dormir e ver televisão todo o dia. Sempre metido em casa. Não sendo médico, no mínimo, diria que o rapaz anda com o início de uma depressão e tem que ir ao médico. Não é normal, um jovem de 19 anos, passar assim os dias. Disse-lhe isso. Se ele não for ao médico nos próximos tempos, vou tentar saber quem é a assistente social que os acompanha, ou talvez fale com o padre. Não vou é ficar sem fazer nada. A errar, prefiro errar por demasiada moleza, do que por demasiada dureza.
E para finalizar, antes que chegue outro Sábado, notei dois Loureiros mortos e dois Cedros-de-itália no limite poente, meios comidos pelo gado que eu não tenho. Portanto no total poderei concluir que já morreram nove árvores. Ah, e um castanheiro que transplantei. Dez.
Uma resposta para“Mais um Sábado, conclusão”
A vida tem destas coisas. Desculpa o lugar comum, mas a morte faz parte da vida…
A mim secaram-me 3 amendoeiras, pelas quais paguei um balurdio. O viveirista garantiu-me serem uma hibridas de excelente producao bla bla bla. Para mim não há como as tradicionais. Tenho umas com 5 anos que já produzem amendoas de encher o olho.
Cuidado com as laranjeiras. Neste ano de seca têm de ser regadas regularmente, senão vais ver a tua lista engrossada.