Villar d’Allen
Por (mais uma) sugestão do Dias Com Árvores, hoje fomos à quinta de Villar d’Allen. Conclusão: Temos de lá voltar em breve.
Confesso, que pessoalmente ando num estado de ansiedade um bocado incomodativo. Por um lado o trabalho, por outro o Sargaçal que tenho visitado pouco, este blog, a casa, os filhos, mais mil e uma coisinhas do dia a dia… e estas actividades extra, para as quais acabo por não ter tempo — por exemplo, não participei em nenhuma caminhada no Vale do Bestança, nas Jornadas Ambientais em Cinfães, no encontro na Fundação Engenheiro António de Almeida… A leitura também não anda propriamente em dia… Enfim, acho que tenho a felicidade de me interessar por montes de assuntos, mas parece que muito me escapa por entre os dedos. Mas, basta de introdução.
A quinta é uma ilha espectacular, rodeada de mediocridade rodoviária por todos os lados. Um local destes, tinha obrigatoriamente que ser valorizado pela sua envolvência, mas é o contrário. Inclusivamente, a proprietária está bastante indignada, pois andam para lá umas obras que até estão a tratar de atulhar o Rio Torto. É algo incompreensível, esta relação entre os poderes e as linhas de água. Também já derrubaram uns metros de muro da quinta. Um desrespeito.
Quando chegamos fomos atendidos por uma funcionária. A minha mãe queria um Ácer Japonês; fomos a um local que representou um rude golpe na minha noção de ordem — só ervas, vasos tombados e em geral o caos. Mas, as plantas lá estavam, no meio da erva, com aparência saudável. Herbicidas não devem usar, de certeza — mas são apenas duas funcionárias para tratar daquilo tudo. Lá se escolheu um Ácer, a nossa prima escolheu outro, um Ácer Flamingo.
Entretanto, chegou a proprietária com um simpático Doberman. A partir daqui, as coisas tornaram-se realmente muito interessantes. Escolheram-se mais algumas plantas, mas a Luisa e o Pedro começaram a ficar cansados de ali andar (já se sabe). A minha mãe ofereceu-se para ficar com eles e iniciamos uma mini-visita guiada. É o tipo de jardim que eu gosto, pouco formal, com a vantagem e o peso, de bem mais de uma centena de anos. As Camélias, embora nos últimos dias de espectáculo, só visto, é um património fabuloso. Adorei a parte mais sombria, cheia de musgo, com um muro sobranceiro à mata (e às –suspiro– obras), um pequeno lago e curso de água, sem esquecer a Sequóia, a Araucária e Tílias enormes. Camélias por todo o lado. A seguinte, mais surpreendente que a anterior. Ficavamos lá toda a tarde, facilmente.
Mas não pode ser, já ouviamos o Pedro a berrar à distância e preparamo-nos para pagar. Ainda compramos umas Margaridas para o nosso micro-jardim e um saco de 70l de delicioso composto. Ficou mais ou menos combinado voltarmos em breve para vermos umas árvores em esplendor, para comprarmos posteriormente no Inverno. O maravilhoso Ácer Vermelho (Acer rubrum) e a Nogueira-do-japão (Ginkgo Biloba), já estão debaixo de olho.
O site, por aqui não tem funcionado, mas vão tentando. As indicações da Manuela para se lá chegar, são perfeitas. Na volta é que fui parar à Ponte do Freixo, mas é normal. Eu e aquela ponte temos uma relação muito especial. Nunca precisei, e muito menos desejei, atravessá-la, mas volta e meia lá estou eu no meio, a perguntar-me como e porquê.
Foi muito boa a visita. É um local extraordinário, à espera de classificação do IPPAR (o que volta a colocar em primeiro plano tudo o que se tem feito em volta). A ansiedade é que não passa, pelo contrário. Vejamos, temos o Sargaçal há quase dois anos, plantamos 500 árvores, de quinta tem pouco ou nada, mesmo que tivesse o jeito e conhecimentos de Alfredo Allen, talvez os nossos bisnetos cheguem a ver algo que valha realmente a pena. Esta falta de tempo presente e futuro, vai acabar por me desanimar.
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