Um planeta, gente a mais


A semana passada um amigo enviou-me um link para uma notícia da CNN que anunciava o lançamento do livro One Planet, Many People. É editado pelas Nações Unidas. Resolvi saber um pouco mais e digamos que a obra ficou na lista a adquirir em breve.
A destruição que atravessa o planeta é mais avassaladora do que a mente pode conceber. Não é só no terceiro mundo, como o Brasil (na foto) e Madagáscar; em países ultra-civilizados como o Canadá ou a Finlândia, assiste-se a um depauperar total da riqueza natural. Andava eu no segundo ou terceiro ano do ciclo e já a professora de Ciências Naturais dizia que a Amazónia era o pulmão da Terra, sem ela a humanidade não tinha futuro. Passados 25 anos, olhem para a fotografia, de uma pequena parte. E é assim por todo o lado, com resultados mais ou menos gráficos.
Eu já sei como tudo isto vai acabar. Como o disco dos This Mortal Coil. Em lágrimas.

Uma resposta para“Um planeta, gente a mais”

  1. Guilherme

    Enquanto isso as promessas de Lula ficam na gaveta, acho que era tempo de à semelhança de outras catastrofes haver uma intervenção da comunidade internacional.
    Sabia que até há bem pouco tempo a legislação brasileira obrigava ao pagamento de um imposto pelo corte de cada ávore, dinheiro esse que seria usado pelo estado na reflorestação, ora desde, não quero errar mas acho 1971, o estado brasileiro não plantou uma única árvore.
    Daquelas heranças que Portugal deixou por lá, o Estado exemplo!
    Abraços e parabéns pelo blog e pela propriedade, como recente “campesino” sei bem o gozo que dão os milagres diários da natureza.

  2. O homem, e a humanidade, tem de, de uma vez por todas, consciencializar-se do que é neste planeta e neste universo. Não somos donos e senhores, ao contrário do que possa pensar, e definitivamente podemos estar a cavar a nossa própria sepultura, mas não o da vida e do Planeta. Seremos uma peste deste planeta que se autoextinguirá? Provavelmente. Mas a vida e o planeta sobrevirão, como se pode perceber por aqui:

    Climate change alters genes on the fly
    Fruitflies are among those responding to an ever-warmer world.

    O génio humano nunca esteve onde esteve neste momento, e sabes que por questões profissionais me vou mantendo a par do que se vai fazendo de maravilhoso (que de facto o é). Ao mesmo tempo estamos a atravessar uma “dark age” social, em que os pecados capitais estão todos em força a dominar as nossas vidas. Temos tantas e boas soluções para tantos problemas que podiamos aplicar, como por exemplo esta:

    Wind map shows top sites for turbines
    Earth’s breezes prove fast enough to provide plenty of power.

    Infelizmente o poder económico lixa tudo, como se vê neste caso:

    Dow pulls out of bioplastics due to slow sector maturation
    Dow lost $750 million invested in bioplastic by pulling out.

    Apesar de tudo acho que o “regabofe” vai ter de terminar um dia. “Não há mal que sempre dure, nem bem que sempre perdure” (acho que é assim). Acho que as consciências se têm de alterar e as pessoas andam instisfeitas há anos e por isso tantas crises andam por aí. Acho que as coisas vão mudar, mesmo que lentamente, e prova disso será concerteza o teu site e a participação de vários e eventualmente a leitura por parte de muitos mais. Estaremos a tempo de sobreviver? Talvez (nem que seja por manipulação genética… eheheheheheh), mas talvez o génio humano venha a ter de dar a sua mais dramática e importante prova.

    Entretanto ponho-me a pensar sobre o quão visionários os autores de Ficção Científica foram, são, ou serão. Muito do que vemos hoje já o tinhamos lido, ou pelo menos cenários similares.

    Entretanto só dois comentários adicionais: acerca dos recursos, acho que daqui a uns anos os desperdícios de hoje serão os tesouros de amanhã e não me espanta que lixeiras e sua recuperação venham a ser fonte de rendimento futuro (já o são no presente mas de uma forma tímida). Sobre a Amazónia, pelo que sei (e caso eu não esteja enganado, porque já não estou bem ligado a essas áreas) o Planeta sempre teve dois pulmões, e por acaso acho que a Amazónia é o menor. O maior é mesmo o oceano, quer a nível de retenção de carbono, quer a nível de produção de oxigénio. A questão é que também o oceano anda a ser muito mal tratado e ele é finito, por mais que se julgue não…

    Bem, acima de tudo, quero crer que de facto não há mal que sempre dure…

    Que post mais esperançoso ou utópico não? ;)

  3. jrf

    Bem, com textos destes, posso em definitivo começar a pensar em ir de férias :) . É pena que alguns dos links da Nature.com, sejam só para assinantes — pelo título percebe-se onde queres chegar.
    O “pulmão da Terra”, era uma forma simplificada de colocar as coisas, para miúdos de 13 ou 14 anos. O que é facto é que todas as outras florestas estão igualmente a ser dizimadas.
    Embora muitas das minhas acções me contradigam, realmente é em lágrimas que eu acho que tudo vai acabar.
    Estou a ler um livro sobre permacultura, “The Earth Care Manual“, em que o autor, ambientalista de longa data, afirma que hoje em dia o que conta mais é como queremos viver a nossa vida — também ele, não se acredita muito, que mesmo com uma obra desta envergadura, vá fazer muita diferença.
    Igualmente é isso que eu acho e sinto. A diferença que se faz é tão diminuta, que se fosse por aí, mais valia desistir já. Tu e outros leitores, generosamente apontam este blog e algumas das minhas acções como parte de um eventual processo em curso. Mas, não me acredito sequer que esse processo exista.
    Pontualmente, aqui e ali, certas acções surtem os seus efeitos. Mas para cada pequena vitória, há um rol de dominadoras derrotas.

  4. Só para comentar o problema com os artigos da Nature. Que me lembre só tens de fazer o registo, que é gratuito, e a partir daí tens acesso, senão a todos, pelo menos à maioria dos artigos.

    Sobre o resto que referes… a acontecer como dizes não vai ser em lágrimas que tudo acabará, será mesmo em extinção, ou no minímo como espécie moribunda que traçou o seu próprio destino em direcção ao esquecimento.

    Sobre a diferença que se faz… abandonarmo-nos ao “status quo” é compactuar com a situação, continuar o regabofe, viver o momento e deixar de pensar no futuro dizendo coisas do estilo: pensemos nos nossos filhos, porque na realidade o futuro cada vez se perde mais. A grande “diferença” de que este mundo precisa é que o poder político e económico façam a diferença, mas… enfim… e se o poder religioso também quisesse dar um contributo positivo nestas coisas todas de facto não vinha mal nenhum ao mundo… apesar de tudo eu ainda acredito que um destes dias vamos apanhar um “safanão” mesmo a sério que nos vai mesmo obrigar a mudar tudo… a ver vamos…

  5. bioterra

    Ola JRF
    Somos quase vizinhos e sem sabermos. Tb vivo em Matosinhos.
    Tenho sido um visitante em silêncio do teu blogue. E como a música, poesia, cozinha são irmãs e linguagens universais do homem, tb confesso que adoro This Mortal Coil.
    ès bem vindo no BioTerra.Penso que ainda não o conheces.
    Um abraço

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