A eficácia na utilização do dinheiro da caridade
Já há muitos anos tinha pensado neste problema, a propósito da campanha do cantor pop Sting, a favor dos índios da Amazónia. Na época, muita gente contribuiu, mas quem mais precisava, recebeu pouco. Por outro lado, Sting, ganhou visibilidade, credibilidade e muito dinheiro à custa disso.
Descobri agora uma organização, a Charity Navigator, que segundo critérios específicos, classifica as organizações de caridade, de acordo com a eficácia com que gastam o dinheiro de quem contribui. Por outras palavras, com base no que realmente chega às mãos dos necessitados.
Este procedimento torna-se necessário, porque é neste Mundo que vivemos. Muitas associações de utilidade pública, tornam-se com o tempo em associações de benefício para quem lá trabalha. Entre estrutura, salários, mordomias, benesses, jantares de despedida, obras de arte e outros gastos, pouco sobra para o objectivo inicial.
Através desta organização, pude verificar a alta eficácia da Cruz Vermelha americana, onde 91 cêntimos em cada dólar, vão realmente para as vítimas, por exemplo, do furacão Katrina. Será que a Cruz Vermelha portuguesa pode apresentar resultados como estes? Pessoalmente gostava de saber e acho que os cidadãos que para lá contribuem, têm o direito de saber.
Aliás, numa sociedade transparente, um cidadão que paga os seus impostos devia ter o direito de saber em quê que estão a ser aplicados. E com que eficácia. Nos EUA, várias obras públicas indicam claramente quanto custaram a cada contribuinte.
Eu por exemplo, não me importava de saber quanto me custaram os 10 estádios de futebol, a Casa da Música, o Metro do Porto… Não por ser contra ou a favor, mas porque devia ter esse direito.
A tocar no iTunes: My Dear Friend do álbum “Julie Delpy” Julie Delpy (Classificação: 3)
Uma resposta para“A eficácia na utilização do dinheiro da caridade”
Ora aqui está uma questão com enorme pertinência. Precisamos de uma espécie de Proteste que avalie as caridades e periodicamente nos informe disso.