Compostagem caseira (sucessos e insucessos)
Quando em Maio resolvi construir um compostor, nunca tinha compostado nada na vida e sendo o composto uma das bases de uma boa jardinagem e horticultura orgânica, fiquei algo ansioso e impaciente.
Encaremos os factos, até agora ainda não usei nenhum composto de lá saído. Talvez dê para usar nesta altura, que estamos a entrar na época das plantações.
Há um problema específico do nosso compostor… Está num local acessível às galinhas dos meus pais, que apesar das minhas tentativas para o evitar, saltam lá para dentro e esgravatam tudo.
Se em Maio eu dizia que a pilha tinha uns 30cm, em Outubro, após várias rodadas de corte de relva, palha e toneladas de “verdes”, a pilha continua com 30cm (ou até menos). Mesmo com as galinhas, está a custar compreender para onde vai tanta coisa. Diria que se evapora no ar.
Outro problema prende-se com o facto do compostor ser rudimentar. Às vezes quero remexer a pilha, mas arrisco a desfazer o belo apetrecho, preso por pontas. Apesar disso, remexi uma vez e quantidade de insectos a trabalhar é avassaladora. Não admira que as galinhas não saiam de dentro da caixa, são biliões de insectos. Muito diferente das pilhas do Sargaçal, muito mais secas e pouca bicharada, excepto ter saído uma cobra debaixo de uma pilha que o Cláudio remexia. Ainda deu um salto jeitoso, as cobras são amigas, a gente é que não há modo de se habituar à sua presença.
Por fim, a contínua deposição de material novo na mesma pilha, evita que o composto fique pronto por todo. Acho que chegado a certo ponto, deve-se fechar uma pilha e iniciar outra, senão nunca mais.
Extraordinária é a redução do lixo que produzimos. Se não fosse a miudagem com as fraldas, praticamente não haveria lixo para colocar à porta. Claro que para além do composto, grande parte vai para os ecopontos. Mas mesmo aí, houve uma redução drástica do papel, que usamos como “castanhos” no composto (depois de passar por um destruidor de documentos).
Apesar do compostor não estar mal de todo, compramos dois de plástico no Aki. São Feelgood, fabricados na Holanda com plástico 100% reciclado. Gostaria de arranjar um cantinho no jardim para os colocar, mas não sei se haverá tempo para a ansiada remodelação que gostaria de fazer. Custaram uns 50€. Eles tinham outros mais bonitos, fabricados com 75% de plástico reciclado, mas custavam 75€ e achamos que a diferença não valeria a pena.
Que posso dizer da experiência… Apesar de não ter ainda colocado a mão no produto final, compostar é muito gratificante e só a redução do lixo já valeria a pena e recomendo vivamente. As autarquias deviam apostar na divulgação da compostagem e promover programas para as pessoas compostarem em casa, com compostores a preço acessível, à semelhança de algumas regiões europeias. Não só não haveria razão para que os compostores não fossem fabricados cá, como seria dinheiro que se poupava aos contribuintes, na recolha e tratamento de milhares de toneladas de lixo. Não menos importante, as plantas seriam superiormente nutridas e felizes.
Como de costume, não percebo as dificuldades de implementar programas simples e baratos, por parte dos políticos e/ou das autarquias. Custa-me a crer que seja só falta de ideias. Parece-me é que preferem programas complicados, tortuosos e caros.
Uma resposta para“Compostagem caseira (sucessos e insucessos)”
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Sobre o compostagem de gramíneas… :)
Com os melhores cumprimentos,
Hestel Tellus.
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