Às vezes penso como a Gabriela. Para quê
este afã de por nomes nas coisas, de classificar, rotular?
Uma vez li uma frase muito interessante: “quando pomos o nome num pássaro deixamos de o ver”.
Porem, mais tarde ou mais cedo, o meu lado de cientista vem sempre ao de cima :-)
Já agora, quero uma vez mais, dar-te os parabens pelo teu blog. Além do meu, é o único que visito regularmente!
jrf
É pouco (trabalho), acho eu! :)
Agora que penso no assunto, não sei porque me apetece atribuir nome a tudo… Acho que é porque o nome existe “algures” e eu gosto de saber qual é.
Nas batatas, acho importante saber que não gostamos da Desirée e gostamos da Romana…
Gostava de saber distinguir as rosas e as camélias… De saber, das quatro espécies de abóboras que semeei (ou plantei em dois casos), quais são… Senão, além da de “halloween” (que não vai ficar cor-de-laranja), são todas simplesmente abóboras.
“Simplesmente abóboras”, acho que escrevi um futuro clássico…
E não menos importante, para um blog civilizado, identificar as flores, permite-me atribuir títulos diferentes aos posts. :)
eu confesso que gosto imenso de flores silvestres e aprender a conhecê-las está na minha “lista de desejos”. É uma pena a “Flora” estar esgotada…
Quanto à classificação, é uma área que me interessa imenso e com a qual me cruzo no dia-a-dia, embora num contexto diferente (o de um museu de ciência e técnica). Para mim, classificação é uma ferramenta que permite organizar o conhecimento de acordo com determinados conceitos, que nos permitirá sistematizar o estudo das nossas colecções. Na botânica, esse princípio de ordenação do conhecimento por classes está também presente. Poderemos através desse processo mental distinguir as plantas pelas suas semelhanças ou diferenças, estabelecer relações entre elas, agrupá-las em classes de acordo com essas relações. No fundo, ordenar o que se encontrava desordenado, cartografar o caos.
Mais interessante ainda se torna esta questão se entendermos a classificação como um processo dinâmico, que acompanha as mudanças e evolução do conhecimento. Não como um sistema fechado/”acabado”, hierárquico e único. Hoje discute-se muito no âmbito das profissões que têm como objecto de trabalho a organização da informação (os especialistas em ciências da informação, os bibliotecários, os arquivistas, os museológos, os informáticos) a classificação por facetas. Enquanto que os esquemas de classificação tradicionais se estruturam em forma de árvore, numa relação de divisão-subdivisão, a classificação por facetas baseia-se em relações semânticas através das quais se combinam termos intra e entre facetas. Esta nova forma de classificar trouxe uma maior liberdade aos sistemas de classificação (pois não os confina a uma hierarquia de divisão) e permitiu a ordenação de temas multidisciplinares. O que serve melhor o acto de conhecer, que é hoje muito mais transversal.
Meus amigos, eu nao tenho nenhum preconceito contra a classificacao. Ha que nos organizar!
So que ha limites e eu pessoalmente nao necessito de dar nomes a flores, passaros, pedras,… Ao contrario do JRF eu nao quero um blogue civilizado… :-) Ha dominios da vida em que me esbanjo na delicia do indizivel. Escolhas… :-)
Ainda assim saboreei o latim de Lamium purpureum e soube-me a poema. Mas nao precisa da flor. Essa tem uma poesia muito sua…
Susana,
gostei do seu comentario, mas nao percebi ” E uma pena a “Flora” estar esgotada…” He?
Bjs
jrf
É o livro “Flora Portuguesa” de Gonçalo Sampaio. Estás desatenta! Não classificaste este post, primeiro comentário, na categoria “livros interessantes e esgotados” e é no que dá :) .
Uma resposta para“Lâmio-roxo, Lamium purpureum (Lamiaceae)”
Agora decidiste dar trabalho tambem aos outros? :-)
Nao te posso ajudar. Para mim uma flor e’ uma flor e terminou a historia.
Às vezes penso como a Gabriela. Para quê
este afã de por nomes nas coisas, de classificar, rotular?
Uma vez li uma frase muito interessante: “quando pomos o nome num pássaro deixamos de o ver”.
Porem, mais tarde ou mais cedo, o meu lado de cientista vem sempre ao de cima :-)
Já agora, quero uma vez mais, dar-te os parabens pelo teu blog. Além do meu, é o único que visito regularmente!
É pouco (trabalho), acho eu! :)
Agora que penso no assunto, não sei porque me apetece atribuir nome a tudo… Acho que é porque o nome existe “algures” e eu gosto de saber qual é.
Nas batatas, acho importante saber que não gostamos da Desirée e gostamos da Romana…
Gostava de saber distinguir as rosas e as camélias… De saber, das quatro espécies de abóboras que semeei (ou plantei em dois casos), quais são… Senão, além da de “halloween” (que não vai ficar cor-de-laranja), são todas simplesmente abóboras.
“Simplesmente abóboras”, acho que escrevi um futuro clássico…
E não menos importante, para um blog civilizado, identificar as flores, permite-me atribuir títulos diferentes aos posts. :)
eu confesso que gosto imenso de flores silvestres e aprender a conhecê-las está na minha “lista de desejos”. É uma pena a “Flora” estar esgotada…
Quanto à classificação, é uma área que me interessa imenso e com a qual me cruzo no dia-a-dia, embora num contexto diferente (o de um museu de ciência e técnica). Para mim, classificação é uma ferramenta que permite organizar o conhecimento de acordo com determinados conceitos, que nos permitirá sistematizar o estudo das nossas colecções. Na botânica, esse princípio de ordenação do conhecimento por classes está também presente. Poderemos através desse processo mental distinguir as plantas pelas suas semelhanças ou diferenças, estabelecer relações entre elas, agrupá-las em classes de acordo com essas relações. No fundo, ordenar o que se encontrava desordenado, cartografar o caos.
Mais interessante ainda se torna esta questão se entendermos a classificação como um processo dinâmico, que acompanha as mudanças e evolução do conhecimento. Não como um sistema fechado/”acabado”, hierárquico e único. Hoje discute-se muito no âmbito das profissões que têm como objecto de trabalho a organização da informação (os especialistas em ciências da informação, os bibliotecários, os arquivistas, os museológos, os informáticos) a classificação por facetas. Enquanto que os esquemas de classificação tradicionais se estruturam em forma de árvore, numa relação de divisão-subdivisão, a classificação por facetas baseia-se em relações semânticas através das quais se combinam termos intra e entre facetas. Esta nova forma de classificar trouxe uma maior liberdade aos sistemas de classificação (pois não os confina a uma hierarquia de divisão) e permitiu a ordenação de temas multidisciplinares. O que serve melhor o acto de conhecer, que é hoje muito mais transversal.
Lamium purpureum (Lamiaceae)
Meus amigos, eu nao tenho nenhum preconceito contra a classificacao. Ha que nos organizar!
So que ha limites e eu pessoalmente nao necessito de dar nomes a flores, passaros, pedras,… Ao contrario do JRF eu nao quero um blogue civilizado… :-) Ha dominios da vida em que me esbanjo na delicia do indizivel. Escolhas… :-)
Ainda assim saboreei o latim de Lamium purpureum e soube-me a poema. Mas nao precisa da flor. Essa tem uma poesia muito sua…
Susana,
gostei do seu comentario, mas nao percebi ” E uma pena a “Flora” estar esgotada…” He?
Bjs
É o livro “Flora Portuguesa” de Gonçalo Sampaio. Estás desatenta! Não classificaste este post, primeiro comentário, na categoria “livros interessantes e esgotados” e é no que dá :) .