A (minha) jornada humana
Que excitação, chegou finalmente o “kit” do projecto Genographic: A Landmark Study of the Human Journey da National Geographic. Durou pouco a efervescência, o minúsculo pacote foi parar à briosa alfândega do aeroporto do Porto.
Telefona-me a UPS Portugal a solicitar o meu número de contribuinte, para proceder ao respectivo desalfandegamento. Ora é sabido, que com os senhores da UPS Portugal não quero conversa — e se tinha reparado que vinha via UPS, já nem queria nada.
Já uma vez, tendo em sua posse o número de contribuinte da empresa, desalfandegaram abusivamente uma encomenda e apresentaram uma conta exorbitante pelo extenuante serviço. E não valeram de nada grandes reclamações. Neste país, o cliente insiste em nunca ter razão. É pagar e calar.
Neste caso, vem em nome particular, informei a funcionária que tinha despachante. Espanto dos espantos. Mas adiante.
Pelos vistos, neste Estado minguado, está sujeita a processo aduaneiro, toda e qualquer encomenda que ultrapasse a exorbitância de 22 euros, o que considerando o outro lado do Atlântico, nem para os portes dá. Teoricamente se importar uma caixa vazia, onde na factura sejam discriminados os custos de transporte, temos “processo aduaneiro”.
Sai requerimento para a “Exma. Directora da Alfândega do Aeroporto do Porto”, explicando que é um pequeno pacote, que não justifica tamanho aparato. Indeferido! O estado está falido e quer dinheiro. Toca a desalfandegar.
Lá recebi o pacote. Tem umas poucas gramas e o tamanho de uma cassete VHS. Sem contar com despachante, que não vou pagar nada, as despesas foram as seguintes:
Impostos: IVA 1,5€ + Emolumentos 22,42€ + CTT Portugal 1,25€ (?) = 25,17€
Armazenagem: 15,00€
UPS levantamento dos documentos: 42,50€
O Estado, não pode ter outra classificação que não seja de ladrão. Seria vertical, dizer às pessoas que não podem importar nada livremente e assumir-se como exacerbadamente proteccionista.
Na UPS, já o nome adequado é extorsão. Cobram 42,50€ para deixarem levantar os documentos, eventualmente como punição de não se contratar o despachante deles.
Portanto, paguei USD $126,50 (107,81€) pelo “kit”, mais 82,67€ às “autoridades” indígenas (fora uns 30€ que seria a conta do despachante). Como cá não me entendo, vai sobrar para os americanos. Já saiu reclamação para a UPS Europa e uma quase reclamação para a National Geographic, a informá-los quanto custa para alguém em Portugal participar no Genographic. De qualquer modo, na National Geographic tiveram o cuidado de na factura colocar “value customs purposes $20”, claro que não adiantou nada.
É assim a (minha) jornada humana. Tudo pela ciência espectáculo.
Uma resposta para“A (minha) jornada humana”
Confesso que ja’ tive os meus dias de loucura com a alfandega Portuguesa. No entanto, para eles esse pacote e’-lhes indiferente segundo a lei se e’ para ler ou se e’ para ver horas e horas seguidas no DVD. O que esta’ mal – parece-me – e’ a lei. Sei que por exemplo o brasil nao paga alfandega em livros. Parece-me razoavel e de salutar. No entanto, pergunto-me quantos dvds nao passariam a ser livros e existiria uma leitura efervescente de leitura logo apos a lei sair… Problemas de um pais atrasado.
Ja’ quanto ‘a UPS, uma vez fui eu proprio buscar os papeis e nao me cobraram nada. Era o que mais faltava. Eu peguei nos papeis e fui pessoalmente ‘a alfandega de lisboa (ao pe’ do aeroporto da portela)…
A minha melhor historia de todas com a alfandega foi ha’ coisa de uma decada (mais ate’…) um amigo meu dos US me ter mandado o seu modem velho, q era mto melhor que o meu! Ora, aquilo ja’ era relativamente antigo em portgual, nos US era mesmo lixo electronico. Um dia telefona-me a alfandega a perguntar pela factura… eu disse-lhe q era um amigo meu q me tinha enviado o seu modem antigo, n tinha valor nenhum. Perguntou-me qto custava um novo… ai eu disse-lhes para eles ficarem com ele. Para comprar um novo, comprava-o ca’.
BA