À volta das árvores
Acho que já não me lembrava de fim-de-semana tão ocupado. Quer dizer, nas horas em que estive acordado. No Sábado a Luisa tinha a sua primeira festa de anos. Fomos levá-la a Milheirós, na Maia. Uma hora ida e volta. Larguei o carro, peguei no jipe e zás — direcção Rebordosa, Paredes, à quinta do Francisco buscar árvores. Mais uma hora de estrada, ida e volta.
Foi chegar, carregar as árvores (mais de 50) e arrancar para casa. Ele tínha-me dito que tinha envasado algumas, mas apenas nove tinham vaso. O resto estava para lá ainda nos alvéolos de viveiro, outras arrancaram-se e portanto vinham de raíz nua e em geral tudo muito pouco desenvolvido. E pronto, jipe cheio de árvores a precisar de atenção. Cheguei a casa, larguei o jipe e zás, Milheirós para ir buscar a Luisa, mas de uma hora atrasado. Mais uma hora de carro. Entretanto, jantar, ir ao Porto, o tempo passou. Só fiquei livre às onze da noite e o jipe continuava cheio de árvores.
Ali não podiam ficar, fui mudar de roupa e tratei de descarregar tudo. Pensei no assunto e concluí que o melhor era envasá-las quanto antes e a época já não é nada adequada. Fui buscar a sachola, o composto, vasos bem grandes (eram de castanheiros) e toca a cavar. Não é muito mole e apesar de ter uma luz, estava um bocado às escuras.
Lá para a uma, vem o meu irmão à janela ver o que se passava… Pensava que era o pilha-galinhas… Um breve diálogo de irmãos, do tipo “este anormal anda a cavar à uma da manhã” (virado para um colega).
Entretanto, mais meia hora e começou a chover. Enterrei as que restavam de raíz nua e acabei. Aliás já tinha concluído que o melhor era deixar para Domingo, porque como tenho de tirar (muita) terra do jardim, seria unir o útil ao agradável encher os vasos com essa terra. E foi o que fiz no Domingo. No total plantei nos vasos umas 45 árvores e ainda quero mudar os nove liquidambares para vasos maiores. Espero que se desenvolvam bastante para no próximo ano irem para o Sargaçal já com um tamanho considerável. Eu aos poucos, lá vou voltando a uma forma física minimamente aceitável.
Portanto, acrescento à lista o seguinte (para desespero do meu pai que “queria ver as árvores dali para fora este ano”):
2 x Cedros-do-oregon, Chamaecyparis lawsoniana (Cupressaceae)
2 x Cedro-de-itália, Cupressus sempervirens (Cupressaceae)
22 x Cedros-do-atlas, Cedrus atlantica (Pinaceae)
6 x Tílias-prateadas, Tilia tormentosa (Tiliaceae)
2 x Vidoeiro, Betula pendula (Betulaceae)
5 x Pinheiros Mansos, Pinus pinea (Pinaceae)
14 x Liquidambares, Liquidambar styraciflua (Hamamelidaceae)
Uma resposta para“À volta das árvores”
Entao e as “minhas” arvores?