Chuva de Verão

Chuva de Verão
Na Quinta-feira, Bestança uma vez mais. Fui ficar à Quinta do Paço em Travassos. Decorrem as obras nos tanques e eu queria ver como era. Convém.

Estava tudo dentro do prazo. O Tanque 1 já tinha o novo reforço de betão, a cofragem no Tanque 2 iria ficar pronta. Quando cheguei já o termómetro andava nos 35ºC, além disso, o ar estava pesado e húmido. Subi até ao Tanque 2 e rapidamente me apercebi que para mim iria ser um dia de fazer mesmo pouco. Suava abastadamente. O que valia é que aquela zona é bastante ensombrada pelos castanheiros. Três deles foram abaixo, já se preparavam para tomar conta do tanque. Dois já tinham o tronco a moldar-se a uma das paredes.
Pelas três da tarde, começamos a ouvir umas gotas a cair nas folhas das árvores. Era coisa de nem chegar ao chão. O facto é que em poucos minutos, a intensidade aumentou. O trabalho continuava, aquela chuvinha até sabia bem.
Entretanto, começou a chover a sério. Retirei-me para o coberto com a mochila e a máquina fotográfica. Passados uns 20 minutos foi-se lá juntar o Cláudio. Chovia torrencialmente. O senhor Henrique continuava a trabalhar como se nada fosse.
Manteve-se alguma chuva, a suficiente para não dar para trabalhar até muito tarde. Estava bem encharcado. Fui embora para mudar de roupa e chegar a tempo ao jantar na Associação. Era um jantar algo diferente, tipo de despedida para alguns professores da Escola de Cinfães. Era muita gente e suponho que o esparguete à bolonhesa também tivesse sofrido com o facto, porque realmente não estava grande especialidade. O senhor Segadães, cozinheiro oficial e preferido, infelizmente não pode estar presente.
Mas ninguém se importou com isso. Entre a sobremesa, café e bailarico (havia um exímio tocador de concertina), toda a gente se divertiu. Eu não sou propriamente um “party animal”, prefiro o sossego de uma conversa. E conversei, algo longamente, com o senhor Cristóvão. Sobre água, claro. Apesar da maior parte dos assuntos serem recorrentes, apesar de me dizer que ninguém conta que um cano descoberto num lameiro arda (!)… Como hei-de dizer… Águas passadas não movem moínhos… Foi ele que através dos seus inventivos anúncios e genuino amor pelo local, me acabou por convencer a ficar… Isso é verdade. Depois quase me convencia a partir… Bom, é uma pessoa sui generis.
Quase uma da manhã, caminhada até Valverde… Ou melhor, eu pensava isso. Logo a seguir ao cemitério, vira o grupo todo è esquerda — direcção Ponte de Covelas… Isso já não poderia ser. Quer dizer, até ia, mas o dia já não tinha sido muito proveitoso para mim em termos de trabalho, por este andar na Sexta ia dormir para o terreno. Em nome da racionalidade, resolvi declinar e recolher às cabines.
Mas foi um dia longo, diferente.

Uma resposta para“Chuva de Verão”

  1. Chumani

    Descobri este blog ontem e tornou-se logo paragem obrigatória nas minhas caminhadas pela blogosfera… além de tudo o mais, as fotografias são lindíssimas! mas não digo nada de novo!

  2. José Sampaio

    Na Quinta-feira, dia 13, desloquei-me à Associação para acertar as agulhas para Descida do Bestança 2006 que se realizou nos dias 15 e 16 de Julho. Reunimos, tudo ficou tratado e definido. A Descida correu muito bem. A deslocação ficou largamente justificada.
    Como não podia deixar de ser jantei na Associação. Foi um jantar diferente.
    Como diz o José Rui, o esparguete não estava grande especialidade mas o cozinheiro de serviço viu-se que “deu o litro”. Cozinhar para muitas bocas não é fácil e sobretudo quando a experiência não é muita.
    Pelo esforço e pela dedicação do professor adaptado a cozinheiro até merece nota positiva, pelo que fica aprovado.
    O Segadães, ( “é a mãe, é o pai, da malta nos jantares das Quintas” ) é um caso à parte na arte de bem cozinhar.
    Apesar de tudo a refeição esteve lá. O convívio aconteceu. Foi mais uma noite para mais tarde recordar.

  3. José Rui Fernandes

    Cozinhar para muitas bocas não é fácil e sobretudo quando a experiência não é muita.

    É facto, não é fácil e estava uma multidão.

    Mas digo-te, mais umas noites assim e vais ficar conhecido como o Baryshnikov do Vale do Bestança :) .

  4. José Sampaio

    Lá vou dando ( dentro da maior normalidade ) uns toques na bola, mas até ficar conhecido como o Baryshnikov lá do sítio é preciso muito treino e outras competências que não tenho.
    Um abraço,
    José Samapio

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