Tempestade
Na Sexta-feira, o tempo estava mais fresco, por via da chuva do dia anterior e das primeiras horas da manhã. O trabalho nos tanques continuou e eu consegui limpar bastante, fazendo vários montes para composto e outros montes para queimar no Outono (ou triturar se for possível).
Fiquei com o Cláudio até mais tarde. Se o critico por ser mandrião, tenho que dizer que admiro a fibra de conseguir começar às 7h30 um trabalho pesado, ficando depois da 17h para ainda andar com a roçadeira a cortar fetos. Não é fácil.
O tempo começou a mudar a olhos vistos. Às 18h já chovia outra vez. Às 19h, algo inédito para mim, uma tempestade de granizo como só tinha visto na televisão. Entre uma maioria de bolas de gelo do tamanho de berlindes, caiam algumas verdadeiramente grandes e capazes de fazer grandes estragos. Tive que esconder o jipe debaixo de um castanheiro, a ver se não tinha prejuízo. Durou cerca de uma hora. Talvez meio quilómetro depois de me afastar do terreno, estava tudo seco. É incrível. Os relâmpagos e trovões é que já iam com uma intensidade em crescendo.
Esta chuva, foi aquilo que eu chamo sorte. Duas semanas sem água e o calor infernal que tem estado, seriam capazes de me stressar e às árvores ainda mais. No dia seguinte, o senhor Américo lamentava-se do prejuízo que foi o granizo no seu milho, nas oliveiras, no vinho… Tive pena. Não deve haver actividade humana tão sujeita a caprichos naturais como a agricultura. Lá se vão vários meses de trabalho.
À noite fui ao restaurante O Meu Gatinho. Em pouco tempo estava Cinfães às escuras. Jantei à luz da vela. Quando regressei praticamente todo o vale estava às escuras, como já foi em tempos, se calhar não tão imemoriais quanto isso. Iluminado por relâmpagos frequentes, foi uma visão inesquecível.
Vou para o Bestança outra vez. Só regresso no Sábado. Não tive tempo de deixar isto “em automático”, não vai haver notícias até lá.
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