O vale zangou-se
No Sargaçal o dia prometia. Uns 22ºC, Sol, lá andava eu com a primeira manga-curta do ano a preparar-me para uma jornada proveitosa…
…mas o vale zangou-se.
Ficou praticamente de Noite. Acenderam-se as luzes da rua e da aldeia.
Lá no fundo ainda havia Sol. Levantou-se vento. Começaram a cair os primeiros raios.
Depois começou tudo a ser mais rápido. O Cláudio foi a correr recolher as ovelhas e cabras que andavam no nosso lameiro pequeno.
Não chovia ainda mas já se via e ouvia chover no Lameiro da Gracia, a aproximar-se, a chuva cada vez mais ruidosa. Depois digno de filme, chovia numa cortina quase contínua nos pinheiros grandes e na tapada, com grande ruído nas folhas secas do chão, mas onde eu estava a uns 40 ou 50m ainda nada.
Mas ia começar. Corri para dentro do jipe e o céu começou a cair, dir-se-ia todo de uma vez — chuva e granizo. Os trovões faziam estremecer o jipe de tal forma que ficava com a sensação que alguém batia no vidro de trás.
Fiquei ali mais de uma hora e depois passou. Continuou uma chuva fraca. Calcei as galochas e fui tratar de vida. A temperatura desceu 10 graus. Constipei-me na manobra.
Uma resposta para“O vale zangou-se”
Vila de muros em todo o seu explendor , só é pena a foto estar um pouco escura
Agora na Páscoa demos uma saltada até ao Alentejo e presenciamos uma cena muito semelhante: searas luminosas e ainda verdejantes atrás de nós, à frente uma grande azinheira contra um céu escuro riscado de relâmpagos. Pouco depois a chuva e a descida da temperatura.
Faz-nos sentir pequeninos, não é?
Eu gosto de uma boa tempestade!!!
Eu gosto de uma boa tempestade, de estar deitado a ler um livro, dentro de casa.