Rega das árvores
Há pessoas que não sabem, diz o senhor N. Audran, no “Lyon Horticole”, que a água que é necessária para a alimentação das plantas é principalmente tirada do solo pelas radículas, isto é, pelas raízes mais novas. Se estas pessoas conhecessem esta simples particularidade da vida vegetal, concerteza quando regassem uma árvore não lançariam a água directamente no pé, salvo no caso que este tivesse as raízes aprumadas.
Geralmente, quando se rega, faz-se uma pequena caldeira perto do pé da árvore e ali se lança a água, exactamente no sítio onde ela é menos útil. Má prática.
Para se regar uma árvore, deve-se fazer a caldeira a distância do tronco e regar aí. Quanto mais grossa for a árvore, tanto mais afastada deve estar a caldeira do seu centro.
Jornal Horticolo-Agricola, Junho de 1906
Uma resposta para“Rega das árvores”
Estou maravilhada!
Afinal só andava à procura de qqr coisa para “sarar” as minhas beringelas. Encontrei pessoas com interesses comuns.
Do que li, sinto uma espécie de “dejá vu” relativamente a uma série de assuntos. Só não contei as lesmas e a Maçã ou a Joaninha (as Sras gatas da horta) não partiram vasos…As minhas gatas, entre outros disparates, adubam a minha sementeira de alfaces.
Relativamente à beringela vou fazer o tratamento da “ferrugem”.
Aviso que vou passar a ser visita frequente.
Boas hortas! E jardins.
Bem-vinda cara Ema Martins, aproveito para lhe pedir para manter os comentários dentro do assunto — pelo menos em parte, depois a conversa pode ser tomar direcções próprias.
Como sempre, gostava de saber os resultados desse tratamento…
Passe quando quiser, devo andar por cá.
E diga-me uma coisa, José… Começou a fazer as caldeiras mais afastadas? E se sim, nota diferença?
Agora estou a sonhar com o meu jardim… quando me mudar definitivamente para Portugal… Planear onde vou pôr a estufa, os canteiros, a horta, o pomar… decidir o que pôr aonde… e claro, recolhendo toda a espécie de informação possível, tal como esta das caldeiras
Um Abraço
No caso das florestais, faço caldeiras generosas e a partir dos 3-4 anos já não rego (só mesmo se aparecer uma seca grande).
Nas frutíferas, faço também boas caldeiras. Conforme vão crescendo, depois a caldeira vai desaparecendo e rego debaixo do perímetro da copa, não no pé. Não posso dizer que noto diferença porque nunca cheguei a regar muito no pé. Mas digo-lhe, se ao regar nem molhar o tronco nem as folhas, melhor. Reduz a hipótese de fungos se instalarem.
Por que quando as arvores crescem não é mais necessário rega-lás?
Depende das árvores. Mas essas ganham um sistema radicular enorme e profundo. A parte subterrânea da árvore pode ser maior que a parte aérea e vai buscar água onde for necessário.
[…] Jornal Horticolo-Agricola, Junho de 1906 Publicado anteriormente no blogue Quinta do Sargaçal. ArquivadoIndicações úteis Número 3 Volume 1 […]