Alergia no Sargaçal

Pequeno rebanho
Rumei até ao Sargaçal com um amigo meu. O senhor Henrique também tinha ficado de ir, mas não foi. Chegamos bastante cedo, já andava lá o Cláudio a cortar erva — a tarefa principal para estas semanas.

Não estavam os ancinhos, não se podia ajudar a recolher. Agora com a ladroeira, o Cláudio costuma levar a ferramenta para casa dele (depois do almoço traria de volta os ancinhos). Fomos até à laranjeiras retirar os líquenes e musgo dos troncos, com a ajuda de escovas de arame. Espero brevemente escrever algo sobre este assunto.
Está a começar a ficar tudo muito seco. Aliás, uma das groselheiras parece que vai secar. Regar era uma das principais tarefas, o que também se começou cedo, exactamente pelas laranjeiras.
Depois do almoço resolvi dar uma voltas alargada com o Mário. Ele já lá tinha estado, mesmo nos primeiros tempos, quando ainda só tínhamos uma parte do terreno. A erva em muitos sítios é pelos ombros, mais o facto do Cláudio a andar a cortar, começou a dar-me um ataque de alergia dos antigos. Cheguei a um ponto que a minha permanência no local começou a ser posta em causa.
Meti-me no jipe e fui até à farmácia comprar soro fisiológico para os olhos e um anti-estamínico. Lá fiquei melhorzito, mas na mesma péssimo. Desisti de recolher erva e dediquei-me só a regar. Os filtros do tanque estavam entupidos. Lá fui limpá-los, retirei as folhas e um pobre lagarto.
Como sempre, os melhores momentos começaram a partir das 17h00. Mais fresco, menos luz… É quando me começo a sentir com energia, como os gatos, no crepúsculo. Como acabamos por sair os três quase às 21h30, a duração desses melhores momentos é muito significativa.
Pela primeira vez num dia de regresso ao Porto, resolvemos ir jantar ao restaurante O Meu Gatinho. Estavamos muito cansados, eu com a agravante de estar totalmente alérgico e ser um sacrifício manter os olhos abertos. O restaurante tem uma vantagem, apenas mesa sim, mesa não, tem luz. Escolhemos uma sem luz. Comemos maravilhosamente.
Entretanto na conversa a dona Teresa diz que me arranja um tractor de esterco de cavalo. Mas que bela notícia para acabar o dia! Um tractor cheio de maravilhoso esterco de cavalo.

Uma resposta para“Alergia no Sargaçal”

  1. José Rui Fernandes

    Alergias é o que há mais por aqui também. Suponho que estamos a ser já vítimas das alterações ambientais.

    Eu tenho alergias ao pólen das gramíneas desde sempre (para quem gosta do campo, pior era difícil). Este ano, a polinização parece atrasada pelo Maio chuvoso e até frio. Apanhei as ervas todas na actividade máxima.
    Tenho link para Ponte de Lima na “Agenda”.

    Fiquei muito curiosa com essa de limpar os líquenes, Por quê?

    Eu sempre achei bonito o musgo e líquenes. Agora o senhor Henrique diz-me que é muito prejudicial. Tenho lido que sim, mas ainda não sei porquê.
    Agora que me lembro, mesmo nos primeiros tempos o senhor Alcino disse-me que se podia deitar abaixo as árvores cheias de musgo e líquenes (neste caso freixos) — porque eram árvores doentes.
    Desta vez, por acaso, descobri um freixo desses adulto, morto (mas vou deixá-lo porque me pareceu ver três buracos a parecer ninhos de pica-pau).

  2. rosa

    É que tenho muitas árvores com Líquenes e musgos, não lhes tenho nenhum tipo de estimação e até desconfio um bocadinho deles, mas tenho tentado encontrar informação sobre eles e nunca encontrei nada que me leve a crer serem prejudiçiais.

  3. joana

    Meu Deus que barbaridade! ;) Já conhecia essa prática mas os líquenes e os musgos não prejudicam as árvores e apenas aproveitam a casca do tronco para se agarrarem. Mesmo que “comessem” a casca, ela é tecido morto e não estou a ver qual a vantagem de os eliminar. Na pior das hipoteses essa limpeza com escova de arames ainda expõe mais a árvore a doenças por ruptura da casca. Acredite José Rui, é tempo perdido.

  4. joana

    Outra coisa: o facto de se encontrar frequentemente árvores mortas cobertas de líquenes não significa que os líquenes foram responsaveis pela morte (não são organismos parasitas como alguns fungos), mas que aproveitaram a exposição solar extra que resultou da queda das folhas da árvore morta. Deve estar aí a origem da confusao.

  5. José Rui Fernandes

    Ah, Joana, entretanto já soube! Corri a internet à procura de algo sobre o assunto e nem um site diz que é prejudicial. Ainda bem que só tirei em três laranjeiras e não todos!
    O facto de não ter verificado antes, deve-se a ter lido em publicações do início do século XX. Os antigos sabiam muito, mas não sabiam tudo e a nível científico é necessário ler os artigos com algum cuidado.
    Apesar de tudo, tenho aprendido bastante, não os posso culpar. Devia ter verificado.

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