Os barómetros naturais

A andorinha, a ave precursora da Primavera, é um barómetro infalível; voando baixo, roçando a terra e fazendo ouvir um leve grito leve e sentido, é sinal de chuva próxima; conservando-se no ar a grande altura, para a direita e para a esquerda, brincando com as outras, anuncia bom tempo fixo. Depois de uma tempestade, a andorinha eleva-se muito; o seu vôo é então, lento, magestoso e paira no ar.
No Inverno, quando uma só pêga deixa o seu ninho, há chuva; se o pai e a mãe o deixam ambos, é sinal de bom tempo.
O pavão, quando a chuva se aproxima, grita frequentemente; o picanço verde geme; o papagaio palra; a galinha de Angola empoleira-se.
Quando as gaivotas voam sobre o mar, é sinal de bom tempo; quando deixam o largo e se aproximam das costas, é sinal de chuva1; a procelária pelo contrário, toma o mar largo em tempo de chuva e de tempestade.
O grilo quando faz ouvir o seu canto é sinal de bom tempo.
O Sol ou a Lua rodeados de um círculo, nuvens amarelas no ocidente e nevoeiros espessos e sombrios, são sinal de chuva.
O Sol e a Lua num céu puro, o arco-íris mostrando-se à tarde, os nevoeiros brancos, as nuvens vermelhas, são sinais infalíveis de bom tempo.

Jornal Horticolo-Agricola de Setembro de 1905 (com referência ao Bulletin du Syndicat du Loiret, da época).

1 Hoje em dia as gaivotas cada vez mais se aventuram dentro de terra em busca de alimento nas capoeiras, parques e jardins e principalmente lixeiras. Sinal não só de uma sobrepopulação destas aves, mas também da escassez de alimento no mar.

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